“Obsessão pela transparência”

Falámos com Eduardo Queijo, director de Recursos Humanos, Qualidade e Responsabilidade Social Corporativa a nível Ibérico.

Por TitiAna Amorim Barroso

Com uma equipa profissional com cerca de dois mil colaboradores divididos entre Portugal e Espanha, a TNT Express tem uma rede de transportes aéreos e rodoviários espalhados pelo mundo. Presente em Espanha desde 1988 e em Portugal desde 1995, a TNT Express tem a intenção de garantir a satisfação das necessidades de transporte expresso. Considerado por muitos como um negócio pouco sexy, já que nasce e morre em 24 horas, o curioso é que é desenvolvido desde o tempo dos Romanos.

A visão democrática e a obsessão pela transparência são os factores críticos de sucesso da empresa. «O plano a três anos é potenciar os resultados, reforçando a liderança e o contínuo desenvolvimento das comeptências de todos os colaboradores», garante o director de RH, Qualidade e Responsabilidade Social Corporativa a nível Ibérico. Como se gere nos dois países? Como se distinguem da concorrência? A estes e outros temas responde Eduardo Queijo.

HR: Assumiu a direcção ibérica de RH, Qualidade e Responsabilidade Social Corporativa em Setembro. Antes era responsável pelo recrutamento e selecção de novos colaboradores, pela definição e implementação das estratégias de RH na TNT Portugal. Quais as funções actuais?

Eduardo Queijo: As funções são as mesmas. Desde 2002 que ocupo a direcção de RH em Portugal, o que abrange a gestão administrativa e técnica, passando pelo alinhamento das instruções internacionais, às práticas e políticas que temos e fizemos com sucesso.

HR: É responsável por cerca de 2 mil pessoas, divididas em Portugal e Espanha. Quais as políticas de RH para este ano?

Eduardo Queijo: Uma das coisas que me mantém viciado na empresa é a obsessão pela transparência. No ano passado, definimos que iríamos a três anos potenciar os resultados, reforçando a liderança e o contínuo desenvolvimento das competências de todos os colaboradores. O nosso negócio passa pelo desenvolvimento e envolvimento de todas as pessoas. O negócio é de transportes de volume, a base do trabalho é assumir a responsabilidade da carga, transportá-la devidamente, saber identificá-la e registar bem no sistema, e entregá-la a horas. Um negócio que os Romanos já faziam, quando levavam vinho de Europa para África. Um negócio que existe desde sempre, agora automatizado, extremamente importante para a economia do País.

E isto é só a base. Se formos bem sucedidos na integração dessas pessoas de base, maior será a qualidade logo de início e mais fácil de desenvolver e construir os patamares acima da pirâmide. A base é constituída por trabalhadores de armazém, ninguém é cinzento e invisível, todos contam e se tivermos estas orientações e esta inspiração transposta na gestão de RH, todos temos acesso e direito à mesma formação.

HR: Que características distinguem uma boa gestão de RH?

Eduardo Queijo: Ter tempo de qualidade para os colaboradores se formarem; ter acesso à informação no que diz respeito aos resultados e ao que a empresa anda a fazer de novo; acesso directo aos líderes da empresa com a política de porta aberta no sentido de qualquer trabalhador poder solicitar uma reunião com qualquer director, sendo que o departamento de RH tem 3 dias para oficializar a reunião. Existe uma visão muito democrática da gestão da empresa. E isto permitiu, por exemplo, que no ano passado se tivesse congelado o bónus, que chegou a representar 20 a 30% do valor mensal, de todos os colaboradores e no entanto os nossos resultados no questionário interno aumentaram 3%, o envolvimento em Portugal passou de 80% para 83%, valor muito acima da média europeia, em Espanha é de 74%. Uma das coisas a reter foi termos passado pela crise sem grandes sobressaltos. e temos 100% das pessoas cobertas com bónus.

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