12 livros para ler em 2020 que o vão ajudar na Gestão de Pessoas

A selecção apresentada inclui obras focadas na Gestão de Pessoas propriamente dita e também outras de alcance mais amplo e de alguma forma contextualizadoras desta temática.

 

As sugestões são da Autonoma Academy, que elaborou uma lista que também reflecte as orientações dos programas e iniciativas que irá promover no próximo ano.

 

Nine Lies About Work: A Freethinking Leader’s Guide to the Real World, por Marcus Buckingham  e Ashley Goodall

Uma demolição meticulosa e fundamentada das falácias, falsas premissas e raciocínios enviesados que ainda prevalecem em algumas das questões mais importantes da gestão das pessoas, dos sistemas de planeamento à avaliação de desempenho e do potencial à liderança. Este é um livro estimulante para os pensadores que não se submetem à sabedoria convencional nem se intimidam com a implosão das certezas.

 

The Progress Principle: Using Small Wins to Ignite Joy, Engagement, and Creativity at Work, por Teresa Amabile  e Steven Kramer

O sentimento de desenvolvimento individual – as oportunidades oferecidas, o encorajamento e apoio dos líderes, a entrejuda com os colegas – e a noção de um propósito meritório no trabalho estão entre os mais poderosos factores do employee engagement. Este impulso em frente, o progresso, e o impacto positivo que induz na vivência dos trabalhadores (a employee experience) são ilustrados neste livro através de inúmeros exemplos que mostram o que os líderes devem fazer para os promover activamente e para remover os abundantes obstáculos presentes na organização típica.

 

Rebel Ideas: The Power of Diverse Thinking, por Matthew Syed

Quando os problemas que enfrentamos atingem uma complexidade perante a qual «nem sequer sabemos o que desconhecemos», as abordagens convencionais baseadas na experiência anterior estão condenadas ao fracasso. Temos de pensar não só “fora de caixa” como fazê-lo combinando pontos de vista e mindsets tão variados quanto possível. Este livro aborda a importância desta diversidade cognitiva a partir de investigação de ponta em domínios como a psicologia, a economia e a antropogia e ilustra-a com um leque de casos, incluindo exemplos de falhas catastróficas imputáveis à sua ausência, como os atentados ao World Trade Center.

 

Range: Why Generalists Triumph in a Specialized World, por David Epstein

Esta obra é um hino à glória dos generalistas, aqueles que sabem um pouco acerca de muitas coisas (e habitualmente mais do que só “um pouco”) – cujo “alcance” e curiosidade lhes permitem dialogar com os diferentes especialistas. São eles os “switchers” que facilitam a comunicação entre estes últimos, lhes combatem a tendência para o dogmatismo e desbloqueiam a circulação do conhecimento para tirar o máximo partido da diversidade cognitiva. Um complemento indispensável ao livro “Rebel Ideas” também incluído nestas recomendações. Best seller nº1 do New York Times e finalista o prémio de melhor livro do ano Financial Times / McKinsey.

 

Why Do So Many Incompetent Men Become Leaders? (And How to Fix It), por Tomas Chamorro-Premuzic

Um número excessivo de organizações confunde potencial de liderança com caraterísticas personalísticas tóxicas e comportamentos destrutivos como o narcisismo, a autoconfiança (um eufemismo para “arrogância”) e a insegurança disfarçada em autoritarismo, mais frequentes, segundo o autor, no sexo masculino. Pelo caminho ficam muitos homens que não correspondem a este esterótipo e, sobretudo, mulheres. Os resultados são desastrosos e, pior, tendem a reproduzir-se ao criar um incentivo a que os candidatos a “líderes” adotem uma conduta idêntica. Chamorro-Premuzic desmonta implacavelmente os mitos por trás daquelas escolhas, diz como deve ser um verdadeiro líder e aponta os sistemas e processos a adotar para promover as pessoas certas.

 

Reinventing Organizations: A Guide to Creating Organizations Inspired by the Next Stage of Human Consciousness, por Frédéric Laloux

Um pouco por toda a parte, as arquiteturas organizacionais convencionais estão a ser confrontadas com modelos operativos emergentes descentralizados e adaptativos, em que as redes ganham terreno sobre as hierarquias e o “comando e controlo” cede o lugar à resposta ágil baseada no conhecimento da realidade no terreno. Embora invocando uma “teoria evolutiva” dos estados de consciência social cientificamente discutível, este livro propõe uma descrição pertinente dos sucessivos paradigmas organizacionais e vale sobretudo pelos exemplos inspiradores de organizações que adotaram com sucesso algumas das transformações acima referidas.

 

Loonshots: How to Nurture the Crazy Ideas That Win Wars, Cure Diseases, and Transform Industries, por Safi Bahcall

O autor debruça-se sobre as variáveis que em contexto organizacional levam a uma “mudança de fase” – uma alteração qualitativa e estrutural análoga, por exemplo, à transformação da água em gelo por variação da temperatura – para revelar novas formas de encarar as transformações disruptivas e de libertar nas pessoas e nas equipas a energia para as levar a cabo. Um exemplo altamente original de pensamento inovador gerado pela diversidade cognitiva (v. “Rebel Ideas” nesta lista). Melhor livro de gestão de 2019 para a strategy + business.

 

Turning the Flywheel: A Monograph to Accompany Good to Great, por Jim Collins

O autor do best-seller “From Good to Great”, Jim Collins, desenvolve a ideia do “volante de inércia” introduzida naquela obra, o que faz a diferença entre as boas empresas e as excepcionais não está em conseguir um momento disruptivo ocasional ou uma vantagem competitiva pontual, mas sim em manter e cultivar essas capacidades, acelerando contínua e permanentemente o seu volante de inércia para dispor sempre da energia necessária para resistir às turbulências e ultrapassar com êxito os períodos de dificuldade. Uma obra curta e concisa sobre um conceito estratégico essencial que toca também em aspetos fundamentais de gestão de pessoas e de cultura organizacional.

 

Invisible Women: Data Bias in a World Designed for Men, por Caroline Criado Perez

O reconhecimento de voz da Google é 70% mais preciso com vozes masculinas do que femininas; os assentos dos automóveis, desenhados para acomodar o corpo masculino, protegem pior as mulheres em caso de acidente. Estes são apenas dois entre o conjunto de exemplos que suportam a tese central deste livro, os dados em que se baseia a maioria das decisões (nas organizações, na saúde, na educação, na sociedade em geral) estão profundamente enviesados em prejuízo das mulheres, não por intenção deliberada, mas por pura insensibilidade dos agentes (predominantemente masculinos) que os recolhem e tratam. E a importância crescente do Big Data Analytics só vem agravar as consequências.

Este é um livro fundamental para compreender e combater as raizes da desigualdade de género que ganhou o prémio “Livro do ano Financial Times / McKinsey” em 2019.

 

Unbound: How Inequality Constricts Our Economy and What We Can Do about It, por Heather Boushey

A autora deste livro mostra que quando a desigualdade ultrapassa um certo limite, inibe seriamente a livre concorrência, distorce a alocação de recursos e limita a quantidade e a qualidade do capital humano, acabando por prejudicar a sociedade. Um debate incontornável para a gestão estratégica de pessoas, perante as crescentes clivagens na força de trabalho – por exemplo entre gerações, graus de precariedade ou de segurança dos empregos, tipos de ocupação, vulnerabilidade à automação e outros factores.

 

Deep Thinking: Where Machine Intelligence Ends and Human Creativity Begins, por Garry Kasparov

Nesta obra, Garry Kasparov reflete sobre a dialética entre a inteligência humana e a inteligência artificial, sobre as vantagens e os limites de uma e outra, sobre os seus antagonismos e complementaridades. Uma leitura urgente para quem queira acompanhar o debate entre cientistas, filósofos, gestores e decisores políticos sobre uma das maiores interpelações do nosso tempo, e em particular para os gestores de pessoas que queiram prever os diferentes cenários de evolução da natureza do trabalho.

 

21 Letters on Life and Its Challenges, por Charles Handy

Neste livro, o mestre Charles Handy transmite a visão adquirida ao longo de toda uma vida dedicada a pensar a gestão em 21 mensagens sobre as oportunidades e desafios que o futuro traz às novas gerações, da importância da colaboração e do papel dos erros à inteligência artificial, à necessidade de re-humanizar o trabalho, e ao propósito da realização pessoal. Optimista como sempre mas lúcido e frontal, Charles Handy faz as perguntas certas e difíceis mas deixa-nos pistas para encontrar as respostas. Comovente e inspirador, para ler em sossego e meditar.

 

Progress: Ten Reasons to Look Forward to the Future, por Johan Norberg

Vivemos tempos apocalíticos, aterrorizadoos pelas notícias diárias sobre alterações climáticas, desigualdade e pobreza, vagas de refugiados, autoritarismos e populismos crescentes. O mundo parece ir de mal a pior. Só que não vai. O autor apoia-se numa em factos empíricos para nos mostrar que, na realidade, à escala global, a década que está a terminar foi a mais próspera, mais pacífica e mais saudável em toda a história da humanidade. Uma profissão de fé num futuro melhor e um guia para uma responsabilidade social das organizações. Um dos Livros do Ano para o Economist e o Observer.

Ler Mais