Dia Internacional dos Recursos Humanos. Qual o principal desafio e que futuro para a Gestão de Pessoas? A APESPE-RH responde

Por ocasião do Dia Internacional dos Recursos Humanos, que se assinala hoje, dia 20 de Maio, a Human Resources perguntou a 11 empresas especialistas qual o principal desafio para os gestores de pessoas e como perspectivam o futuro. Vamos apresentá-los ao longo desta semana.

 

Conheça a opinião de Afonso Carvalho, presidente da Associação Portuguesa das Empresas do Sector Privado de Emprego e Recursos Humanos (APESPE-RH).

 

Qual o principal desafio para os profissionais de Gestão de Pessoas, hoje? E daqui a 5/10 anos?
Qualquer profissional que tenha de liderar e gerir equipas, independentemente da geografia e do sector de actividade onde se encontra, depara-se nos dias de hoje com nove grandes desafios, nomeadamente: total desajustamento entre oferta-procura de trabalhadores, rendimentos, propósito, satisfação pessoal, diversidade, equidade, inclusão, longevidade profissional e consequente impacto na adequação das competências e por último, mas não menos importante, a saúde mental.

Tal como ouvi recentemente uma directora de Recursos Humanos dizer, se até aqui já era importante o gestor de pessoas ser um “fiel da balança” estimo que cada vez mais será um papel e sobretudo uma competência a dominar, com tudo o que isso implica do ponto de vista da inteligência emocional e da gestão das emoções. A escalada das tecnologias digitais e das diferentes soluções de Inteligência Artificial (IA) evidenciarão de forma exponencial o papel cada vez mais relevante e inequivocamente essencial do gestor de pessoas na vida das organizações.

No que diz respeito ao mundo do trabalho, os últimos 50 anos reforçaram e valorizaram a importância de “ser pessoa” em contexto de trabalho pelo que estimo que nos próximos cinco a 10 anos esta tendência será certamente maximizada com todos os desafios que implica.

Como perspectiva o futuro da área de Gestão de Pessoas?
O futuro da Gestão das Pessoas já chegou, mas veio sem manual de instruções. A fragilidade, a ansiedade, a não-linearidade e sobretudo a imprevisibilidade que iminentemente paira nas organizações, nas sociedades em geral e nas diferentes gerações que constituem a força de trabalho reflectem por si só um denominador comum que antecipa e coloca em perspectiva o futuro da gestão de pessoas.

Assim, é fundamental preparar e antecipar o que este ecossistema exige e exigirá cada vez mais, ou seja, profissionais altamente qualificados e incessantemente à procura de estar na crista da onda no que diz respeito à actualização do conhecimento e de competências, resiliência, persistência e disciplina acima da média e muita, mas mesmo muita inteligência emocional.

A tecnologia e a IA tornarão redundantes muitas das tarefas associadas à gestão de pessoas, mas tal será uma bênção uma vez que permitirá aos gestores de pessoas dedicarem-se à vertente analítica com um toque de humanidade e, por outro lado, poderão dedicar mais tempo às suas equipas, tempo esse que certamente passará a ser de maior qualidade e hiperpersonalizado.

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