
25% jovens portugueses já passa mais de três horas por dia nas redes sociais
O número de portugueses que passa mais de uma hora nas redes sociais aumentou este ano para 57%, uma diferença de +4 pp. em relação ao ano passado, contrariando as expectativas manifestadas em 2024 dos que planeavam reduzir o seu tempo nestas plataformas. Destes, é nos jovens adultos entre os 18 e os 34 anos onde se verifica um aumento mais expressivo, com um em cada quatro a revelar passar já mais de três horas por dia nestas redes, de acordo com o estudo “Consumer Sentiment Survey 2025”, realizado pela Boston Consulting Group (BCG).
De acordo com dados da Datareportal, o WhatsApp mantém-se como a plataforma mais utilizada em Portugal, com uma taxa de penetração de 90% entre os utilizadores de internet. Em termos de tempo médio mensal, o TikTok (29 horas) e o YouTube (23 horas) destacam-se como as plataformas onde os portugueses mais tempo passam.
Já na frequência de utilização, o WhatsApp lidera novamente, com uma média de 538 acessos mensais por utilizador, seguido pelo Instagram (391) e pelo TikTok (290), reforçando a crescente centralidade destas plataformas na rotina digital dos consumidores portugueses.
Em 2025, os portugueses intensificaram a utilização dos serviços financeiros digitais, para executar operações e gerir as suas finanças pessoais. Dos serviços existentes, destaca-se a carteira digital (mobile wallet) como o que mais cresceu face a 2024 (+8 pp.), aumentando a percentagem de utilizadores para 37%. De notar, que esta ferramenta digital é utilizada por já quase metade dos jovens adultos entre os 18 e os 34 anos (46%).
Além deste serviço, 90% dos inquiridos revelou utilizar a aplicação móvel do banco (+2 pp. face a 2024), 83% utiliza o MB Way (+1 pp.) e 77% recorre ao website do banco (-2 pp.). Mas existem também aplicações de instituições financeiras alternativas como a Revolut ou a Wise que já estão a ser utilizadas por mais de metade dos portugueses (58%) adicionalmente à aplicação do seu banco principal, embora de forma limitada: apenas 14% dos respondentes afirmou utilizar essas aplicações diariamente, 16% todas as semanas, 15% mensalmente e 13% têm essas aplicações instaladas no seu telemóvel, mas não as utilizam.
Os dados divulgados pela BCG confirmam que a tendência crescente de penetração dos canais bancários se mantém, em especial nos dispositivos móveis, sugerindo que o digital é o meio preferencial dos portugueses para a realização de pagamentos em detrimento da utilização de dinheiro.
O estudo de 2025 revela também que a maioria dos portugueses (85%) já aderiram a, pelo menos, um programa de fidelização. Entre os mais populares, destacam-se os de supermercados (93%), de combustíveis (69%) e de restaurantes (37%). Este tipo de programas passou a ser uma ferramenta central na gestão do orçamento, permitindo aos consumidores acumular vantagens e descontos numa conjuntura económica exigente.
As subscrições digitais são igualmente expressivas: dois em cada três portugueses (66%) tem pelo menos um serviço ativo e cerca de um terço destes utiliza-o diariamente.
O comércio electrónico mantém-se num patamar de penetração muito elevado, com 95% dos portugueses a comprar online em 2025 (+1 pp. face ao ano anterior). Com uma variação positiva de 10 pp. entre quem gasta mais em compras online e quem gasta menos, a percentagem de consumidores que assumiu ter tido uma despesa maior em e-commerce face ao ano passado chega aos 30%.
As motivações permanecem consistentes: comparar preços, obter melhores descontos e usufruir da conveniência são as principais razões apontadas para a escolha do canal digital. As categorias preferidas pelos portugueses no comércio online também não mudaram – viagens, vestuário e tecnologia. Por oposição, decoração e mobiliário, brinquedos e jogos e bens de luxo são as categorias que raramente são adquiridas online pelos portugueses.
O estudo “Consumer Sentiment Survey” tem como base um inquérito a 1000 portugueses em todo o território de Portugal continental, conduzido em Agosto, com base em 44 perguntas relacionadas com o sentimento dos portugueses para com os seus hábitos de consumo este ano.