A crise trouxe desafios, oportunidades e necessidades. E há uma “arma” para lhes dar resposta

A COVID-19 mudou complemente o mundo corporativo. As organizações precisavam de tempo para reagirem e perceberem em que caminhos se podiam movimentar, mas não tiveram opção a não ser enfrentarem os desafios que tinham que ser resolvidos diariamente e muito rapidamente. No rumo à nova normalidade, é importante transmitir e garantir o conforto e a confiança dos colaboradores, através de mensagens claras de prudência, união, entusiasmo e perspectivas de futuro. Mas como é que podemos viver a “cultura organizacional” nesta nova etapa?

  Por Ana Margarida Ximenes, presidente Atrevia Portugal

 

Do ponto de vista da Comunicação Interna, o regresso aos escritórios representa, ao mesmo tempo, um desafio, uma oportunidade e uma necessidade. É um desafio porque esta situação foi completamente inesperada. As organizações estão a preparar, testar ou a ajustar diariamente, e “em cima dos acontecimentos”, os planos de contingência e retoma.

É uma oportunidade porque permitiu às organizações tornarem-se mais comprometidas e próximas, protegendo os colaboradores, clientes e a própria sociedade com campanhas de interesse público e recorrendo aos canais de comunicação, tais como as redes sociais, os media, as fachadas dos próprios edifícios empresariais e, ao apoio de influencers para transmitirem mensagens de proteção das autoridades de Saúde.

E, é uma necessidade porque em momentos de incerteza é fundamental uma comunicação fluida, mantendo a equipa sempre informada e definindo muito bem as mensagens e tempos. Hoje, mais do que nunca, as organizações devem comunicar para assegurar que o regresso se faz em segurança, de forma adequada e respeitando todas as recomendações.

Este é o momento de recordar os valores que fazem parte do ADN das organizações: o reconhecimento das pessoas como centro de atenção e a transparência.

Na Comunicação Interna, devemos dar atenção a tudo o que preocupa o colaborador, ou seja, o operacional, como as deslocações e medidas de protecção no escritório, mas, acima de tudo, o emocional, o entusiasmo do regresso, a emoção do reencontro, o medo pela insegurança, a tristeza ao partilharem com os colegas uma perda familiar, ou a insegurança pelo futuro da empresa.

É importante percebermos que os colaboradores querem conhecer até que ponto a crise afectou o negócio da organização e a respectiva viabilidade. Numa situação como esta, é também natural existirem dúvidas legais, ao nível de segurança, férias, horários, teletrabalho, pois é uma nova envolvente. As organizações devem mostrar capacidade de resposta e adaptação, implementando sistemas que permitam fazer preguntas, sugestões, comentários, assim como medir ou analisar o impacto de tudo o que é efetuado.

Apesar de toda a incerteza, há sem dúvida uma constatação: a imagem das organizações humanizou-se. E as que mais se têm preocupado com os colaboradores são as converteram esta atenção num dos valores essenciais para a reconstrução da marca.

 

 

 

 

 

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