A Guerra! O que vai mudar na Gestão de Pessoas?

Por Ricardo Florêncio

Dada a evolução e controlo da situação de pandemia que vivenciámos durante o ano de 2021, assistimos nos últimos meses do ano, e nestes primeiros dois meses de 2022, à retoma da actividade económica. Esse desenvolvimento e crescimento levaram a três situações: a uma escassez de recursos (como escrevi em Fevereiro), a uma elevada volatilidade do mercado de trabalho, e a um novo conjunto de exigências dos colaboradores, quer na sua retenção, quer na sua contratação. Na maioria dos casos, o salário continua a ser o primeiro factor de escolha, mas o método de trabalho, a possibilidade de trabalho remoto e questões similares passaram a estar no topo desse mesmo ranking de critérios de selecção. Por outro lado, e dada a escassez de recursos, estava a assistir-se a uma pressão sobre os salários (comprovada pelos resultados do 40.º Barómetro Human Resources, publicado nesta edição de Março).

Mas o mundo mudou a partir de 24 de Fevereiro. Esta guerra vai trazer uma nova crise económica e social, não se sabendo neste momento a sua dimensão, mas podendo-se desde já adivinhar que vai ser profunda e que vai afectar tudo e todos. E assim, que alterações vai criar no mundo da Gestão de Pessoas? Será que esses critérios de atracção vão manter-se, ou o critério de segurança de manutenção de posto de trabalho passa a ser um dos mais importantes? Vamos continuar a assistir a movimentações de pessoas de uma empresa para outra, ou o receio e a incerteza vão levar pessoas e empresas a esperarem pelos efeitos da guerra, assistindo-se assim a uma certa acalmia no mercado de trabalho? Ou pelo contrário, as empresas vão procurar cada vez mais as pessoas que desejam, com os perfis de que necessitam, acelerando essa rotatividade?

Sim, 2022 será mesmo o ano de todos os desafios!

Editorial publicado na revista Human Resources nº 135, de Março de 2022