A importância de conhecer e distinguir as nossas emoções perante uma situação de mudança
Por Maria Duarte Bello, CEO da MDB – Coaching e Gestão de Imagem, Coach PCC & Mentor Senior
A inteligência emocional pode ser desenvolvida em qualquer fase da vida e como qualquer atividade, que dependa de nós, podemos aprofundá-la, aprimorá-la e aperfeiçoá-la. Em momentos difíceis da vida, aplicar a inteligência emocional pode ser muito útil porque nos permite lidar com a dor de uma maneira diferente e dá-nos ferramentas para seguir em frente.
Pessoas com alta inteligência emocional têm a capacidade de gerir as suas emoções e autorregular-se. Isso torna-os pessoas flexíveis, com capacidade de adaptação às mudanças e otimistas. Costumam ser seres resilientes, que sabem lidar com os conflitos e dissuadi-los, pois entendem que servem apenas como pedra de tropeço e não para avançar e progredir.
Aplicar a inteligência emocional nas nossas ações é uma forma de aprender com os erros, abrir espaço para os sentimentos (mesmo que sejam negativos) como parte do processo evolutivo e tirar força dos momentos mais tristes e dolorosos. Para sair dos conflitos ou contratempos, primeiro temos de passar por eles, senão muitos sentimentos ficam entranhados, produzindo uma dor ainda maior.
Perceber emoções é a primeira abordagem para a inteligência emocional. Percebemos emoções e entendemos que algo se passa conosco. Uma pessoa com inteligência emocional altamente desenvolvida pode reconhecê-las além da linguagem verbal ou humor óbvio, como chorar ou rir. Quando a nossa inteligência emocional está ativa, somos capazes de distinguir e perceber emoções em pequenos e sutis gestos, como linguagem corporal ou expressões faciais.
Parece contraditório, mas usar as emoções para pensar ajuda a priorizar e distinguir o que é realmente importante. Quando a mente e o pensamento trabalham juntos, é mais fácil detectar o que requer a nossa atenção, portanto, podemos reagir de maneira emocionalmente inteligente. Às vezes, a emoção carrega o peso de estar relacionada ao luto, à tristeza ou ao choro. Ninguém quer que isto se torne um modelo de resposta. Pelo contrário, a resposta da inteligência emocional é aquela em que envolvemos pensamentos e sensações.
Compreender as emoções é provavelmente o aspecto mais difícil de assimilar durante o desenvolvimento da inteligência emocional. Ser capaz de compreender as próprias emoções e as dos outros requer um profundo conhecimento pessoal e um alto grau de empatia.
Quando as emoções são exteriorizadas, seja raiva, alegria ou tristeza, há um processo por trás disto que nem sempre sabe direcionar o que sentimos. Um exemplo claro é a raiva, quantas vezes explodimos com a pessoa menos culpada? Em muitas ocasiões, os estados de raiva fazem-nos reagir a detalhes insignificantes, sendo uma forma de convergir a frustração ou o medo sem aplicar a inteligência emocional.
O que fazemos com as emoções uma vez que as detectamos e as mantemos em mente é a última parte a ser trabalhada no desenvolvimento da inteligência emocional. Trata-se da capacidade pessoal de gerir eficazmente as emoções, mantendo algum controlo sobre elas e sobre as dos outros.
Recordemos que a empatia e a compreensão do que sentem e vivem os outros ajuda a entendermos a nós mesmos.
Como podemos observar, esta capacidade de monitorizar os sentimentos e emoções, sejam próprias ou de outros, analizá-las e utilizá-las para guiar o pensamento, as nossas ações e decisões é algo de vital importância em tempos de crise, conflitos, contratempos e mudanças.