A importância do trabalho híbrido na capacitação e bem-estar dos trabalhadores. E três tendências (inevitáveis) para o mundo do trabalho

O último ano trouxe, sem sombra de dúvidas, grandes e disruptivos desafios para as empresas no que diz respeito à adoção e adaptação a novos modelos de trabalho.

Por Elisabete Chaves, directora de Recursos Humanos da Unipartner

 

Impulsionada pela pandemia, a transformação digital possibilitou a consolidação da integração de novas tecnologias na rotina laboral de cada um de nós e tornou-se inevitável pensar no futuro do trabalho sem que estas estejam presentes.

Foram explorados novos modelos de trabalho, que rapidamente se revelaram grandes vantagens para colaboradores e organizações, bem como novas ferramentas que se integram agora tão facilmente no nosso quotidiano. O teletrabalho trouxe seguramente novas oportunidades, para além do impacto positivo que se revelou ao nível do ambiente. No entanto, criou barreiras que na nossa cultura são fundamentais, como é o caso do factor da proximidade.

A verdade é que tecnologia e meios não faltam para assegurar a produtividade num modelo de trabalho híbrido que garanta a comunicação, colaboração entre as equipas e a segurança dos dados. Entre os demais exemplos, o Microsoft Teams, enquanto solução de comunicação unificada e de colaboração; ou a Power Platform, como plataforma agile de suporte à inovação e digitalização dos processos de negócio, são soluções tecnológicas que podem colmatar necessidades e beneficiar a actividade dos colaboradores.

Sabemos que estamos perante um novo paradigma, que as necessidades mudaram e que o colaborador experienciou novas formas de trabalho. Neste sentido, acreditamos que o futuro do trabalho pode ser marcado por, pelo menos, estas três tendências:

Modelo híbrido e foco no well-being no futuro do trabalho

Embora a vertente da tecnologia esteja assegurada, o bem-estar dos colaboradores é cada vez mais um motivo de preocupação dentro das organizações. Tal como o modo de trabalhar evoluiu, também as exigências dos colaboradores mudaram. Falamos agora da existência de novos desafios, que estão directamente associados à experiência dos colaboradores, com um foco cada vez mais evidente no wellbeing, o que irá seguramente marcar o futuro do trabalho. Cabe agora aos líderes empresariais criar as condições necessárias para acompanhar estes avanços e aumentar a capacidade de reter talento, seja através de modelos de trabalho novos e flexíveis; seja através de programas de well-being, que na sua maioria incluem o acompanhamento emocional e físico dos colaboradores.

A capacitação das pessoas como forma de garantir o futuro do trabalho

É um facto que a inovação nas empresas representa um aumento da produtividade e a minimização de erros. A automatização de processos, por exemplo, traz inúmeras vantagens a todos os departamentos e a realidade é que as possibilidades de automação estão a ficar cada vez mais sofisticadas. A IDC prevê que já em 2022, 65% do PIB global esteja digitalizado, ou seja, a maioria dos produtos e serviços terão como base um modelo de entrega digital. Mas, se por um lado a tecnologia eliminou alguns empregos, por outro fez surgir novas profissões focadas em suprir as necessidades actuais ligadas à tecnologia, à produtividade e ao bem-estar das pessoas dentro das organizações. No entanto, a tecnologia não substitui as pessoas – continua a ser necessária a intervenção humana especializada e a ligação empática para o sucesso organizacional.

Flexibilidade: a “chave” para reter talento

Flexibilidade, agilidade e produtividade são as palavras de ordem no futuro do trabalho. Os estudos mais recentes sobre o tema mencionam a flexibilidade como uma tendência do novo normal. A atracção dos melhores candidatos requer uma abordagem transparente, que coloque as pessoas em primeiro lugar. Torna-se, assim, obrigação das organizações investir em meios tecnológicos e inovadores capazes impulsionar e suportar a flexibilidade dos locais de trabalho. Através de ferramentas tecnológicas que permitem que processos morosos, se tornem absolutamente digitais e significativamente mais autónomos, os colaboradores terão mais tempo para se focar em tarefas realmente indispensáveis, tornando-os mais eficientes e produtivos. O novo paradigma do trabalho deve ser pensado com foco no aumento da produtividade e diferenciação das organizações, tendo em consideração a melhoria da qualidade de vida das pessoas. A flexibilidade será, seguramente, um factor de competitividade entre as empresas e decisivo para uma grande parte das pessoas que procurem uma organização para trabalhar.

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