A música como potenciador do sentimento de pertença e de cultura nas organizações

Criado em 2013, o Festival Brands Like Bands, o único festival de bandas de empresas do mundo, tem três componentes: a paixão pela música através da qual estes músicos nos demonstram, que, não obstante os seus compromissos profissionais e pessoais, são pessoas que nunca deixaram de perseguir os seus sonhos; promover empresas que fomentam um elevado grau de motivação, envolvimento e de resiliência entre os seus colaboradores; e reunir empresas de referência no mesmo espaço, de forma inovadora, criativa e cativante, colaborando com uma causa social.

 

Por Sandra M. Pinto

 

Em Março de 2020 o mundo mudou e, com essa mudança, as empresas tiveram de se reinventar e os colaboradores foram obrigados a reaprender a trabalhar. O mesmo aconteceu com o Festival Brands Like Bands que, tendo celebrado em 2020 a sua oitava edição, foi transmitido online durante cinco sábados, entre 17 de Outubro a 14 de Novembro, no site da Rádio Comercial, parceira do evento. Mas como vai ser o futuro? Para percebermos como vai acontecer a edição 2021 estivemos à conversa com Fernando Gaspar Barros, fundador e mentor do festival.

 

Perante a situação de pandemia que atravessamos hoje foram muitos os eventos que tiveram de se reinventar. Como vai ser com o Brands Like Bands?
Tivemos também de nos reinventar, quando, ainda em Abril, desenvolvemos uma primeira acção entre todas as empresas. A partir daí criámos uma solução, em colaboração com a Rádio Comercial, que fosse segura para todos os envolvidos e impactante para todas as empresas. Tal aconteceu com a criação de uma plataforma digital que, com sucesso, transmitiu todo o dinamismo do festival.
Terminámos a oitava edição  do Festival Brands Like Bands em Novembro, mas a verdade é que essa edição começou a ser trabalhada em Abril, durante o confinamento. Mas nem isso nos desmotivou, pois continuámos todos ligados. Como forma de potenciar o sentimento de pertença e de cultura das organizações, fomos desenvolvendo um valor acrescentado àquele que até então envolvia e diferenciava o evento. E, podemos deixar já a garantia de que não vamos ficar por aqui.

Têm a intenção de criar um movimento com empresas de vanguarda, como é que isso se vai concretizar?
Os concertos do festival em 2021 serão um “on the top of” daquilo que queremos desenvolver com todas as empresas envolvidas.
Em Itália “casino” significa confusão e é isso que temos estado a viver desde Março. Estamos numa grande “casa de apostas”, a apostar diariamente a data de lançamento de uma possível vacina, de como vai ser o futuro ou de como não vai ser…

Passado quase um ano desde o aparecimento do primeiro caso confirmado de Covid-19, é tempo de nos dedicarmos a arranjar soluções, a calibrar expectativas, a trabalhar com o que temos e virarmos a página. Do nosso lado, a resposta passará pela criação de uma rede de capacitação entre empresas, com o enfoque na forma de como estas podem colaborar entre si aportando valor umas às outras, bem como às comunidades envolventes.

De que forma devem agora as empresas comunicar e a que aspectos devem agora dar uma maior atenção?
O que estamos a passar agora, com uma clara e evidente contração na economia, acabou por ser uma antecipação do que iria acontecer dentro de 10/15 anos com a crescente escassez de recursos devido às alterações climatéricas. A diferença é que agora tudo aconteceu de “surpresa” e em forma de vírus.

Mais do que comunicar, estamos perante a urgência de concretizar e de criar impacto. Comunicar a “esperança” só porque sim terá um efeito contrário, de descrença e de desconfiança. Trabalhar a “esperança” é trabalharmos num processo colaborativo, com objectivos claros, com pequenas metas para, imediatamente e mais à frente, atingirmos outras maiores, seguindo a métrica dos OKRs (Objectives And Key Results).

Com a obrigatoriedade de distanciamento social como podem as organizações continuar a envolver as comunidades?
Através do seu propósito. No “ambiente” em que trabalhamos actualmente, onde a introspeção sobre o que e porque o fazemos, aumenta, ter e transmitir esse propósito é mais urgente do que nunca.

Vão manter a parceria com a rádio comercial?
Sim e, possivelmente, com várias novidades a divulgar brevemente.

De que forma pode, nos tempos que correm, o evento ser ainda mais impactante?
Em 2020 passámos da forma do evento para o conteúdo. Em 2021 queremos passar de conteúdo a um movimento que agregue empresas, que aportam valor entre sim, para as suas comunidades e stackholders. Outro valor em que também importa reflectir é o facto de que das cerca de trinta empresas que participaram este ano mais de vinte eram multinacionais, sediadas em várias partes do mundo. Esta é uma evidência de facto muito positiva.

Qual foi o ponto alto da última edição?
Foi, claramente, o facto de termos reunido pessoas que não se viam quase há meio ano e que se juntaram para ajudar outras pessoas. Isso e termos no total cerca de duzentas pessoas, entre parceiros, pessoas que subiram ao palco, técnicos e outros colaboradores das empresas que se uniram para fazer acontecer.

O ponto alto foi a validação de que o Brands Like Bands não é um festival, mas sim uma comunidade e um movimento de empresas de vanguarda, pela forma como lideram e como envolvem as suas comunidades.

O que podemos esperar do futuro do Brands Like Bands?
O danos causados pela pandemia Covid-19 estão aí. Surge agora uma nova fase. A palavra para 2021 é colaboração.

Não podemos continuar a pedir às pessoas para continuarem a serem resilientes quando já mal conseguem “respirar”, mas podemos ou, aliás, devemos, colaborar entre todos para que isso possa acontecer (as pessoas e, consequentemente, a economia possam respirar).

Quais as empresas que participaram na edição 2020?
Este ano participaram L’Óréal, Cisco, Axians, Critical Software, Schneider Electric, Siemens, Super Bock Group, Byon, Mercedes-Benz.io, Grupo RHmais, Nokia, Altran, Mercer, Altice Labs, Cofidis, Zurich, Vestas DC Porto, Sabseg, Groundforce Portugal, CGI, ARMIS Group, Bosch Termotecnologia, Bosch Car Multimedi, Bosch Security Systems e Robert Bosch, S.A.

 

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