A ousadia de fazer diferente

Mercer e Nova SBE juntaram-se numa parceria inédita e disruptiva. Escolheram não ir “pelo caminho mais fácil”, com a ambição de ditar tendências e a convicção de que vão ajudar as empresas a encontrar novas soluções para desafios cada vez mais complexos que enfrentam.

 

Por Ana Leonor Martins | Fotos Nuno Carrancho

 

A Mercer, não só em Portugal mas a nível global queria dar robustez académica e acrescentar conhecimento científica à sua capacidade analítica, e a Nova School of Business & Economics (Nova SBE) queria estar mais próxima da realidade das empresas, ambas com um objectivo comum: acrescentar valor às suas soluções. E assim surgiu esta parceria. Diogo Alarcão, CEO (chief executive officer) da Mercer Portugal e Daniel Traça, dean da Nova SBE, esclarecem em que consiste e os desafios a que se propõe dar resposta.

 

O que motivou esta parceria? Que necessidades detectaram no mercado?
Diogo Alarcão (DA): Mais do que simplesmente responder a necessidades do mercado e de ser reconhecida nas áreas em que é líder, como a da compensação e benefícios, e pela qualidade e rigor que oferece, a Mercer quer estar na vanguarda do que são as novas tendências e as novas formas de relacionamento com os clientes. Não queremos ser seguidores, queremos que o mercado olhe para nós e veja uma empresa que cria tendências.

A aquisição da Jason, em 2017, foi um passo nesse sentido, trazendo para a Mercer valências de comunicação e do digital que não tínhamos. E agora sentimos que estava no momento de darmos mais um passo em frente, conjugando a nossa capacidade analítica com a investigação científica da academia, tendo em vista encontrar soluções inovadoras para os problemas dos clientes. Queremos acrescentar valor às nossas soluções, dando-lhes robustez académica e científica, e é isso que esta parceria com a Nova SBE vem assegurar. É uma aposta diferente, altamente inovadora, que vai diferenciar ambos no mercado.

 

Também foi a vontade de ser disruptiva que motivou a Nova?
Daniel Traça (DT): Antes de mais, foi a consciencialização é que, como escola de negócios que somos, temos que estar mais próximos das empresas, perceber quais são as suas preocupações e desafios. E essa maior proximidade implica parcerias como esta.

A segunda dimensão desta aposta teve a ver com a internacionalização. O projecto deste campus em Carcavelos sempre teve visão internacional, nomeadamente nos nossos programas. Mas queremos ser internacionais de uma forma mais transversal, o que implica uma internacionalidade e uma internacionalização naquilo que é a nossa actividade na formação de executivos. Internacionalidade tem a ver com a nossa capacidade de pensar o que ensinamos na Formação de Executivos numa lógica internacional. E internacionalização numa lógica mais de negócio, de estar mais perto de empresas internacionais e trazê-las até nós.

Diria que é esta dupla lógica de internacionalidade e internacionalização que faz a diferença e torna esta parceria absolutamente estratégica e fundamental para cumprir a visão subjacente à criação deste campus.

 

É por isso que esta parceria é feita a nível global e não só com a Mercer Portugal…
DA: Rapidamente percebemos que o mercado português é pequeno em termos do potencial que é ter a marca Nova e Mercer juntas. Somos uma empresa de consultoria global e é uma enorme vantagem podermos enriquecer a nossa oferta e trazer as multinacionais nossas clientes para fazer Formação de Executivos no campus da Nova, quer em programas abertos, quer customizados, com condições vantajosas.

E a ideia, por ser altamente inovadora, foi muito bem recebida na Mercer global. Em Portugal, e também no grupo, vai posicionar-nos de forma diferente.

A grande vantagem é podermos conciliar a componente de consultoria da Mercer, que se foca em olhar para os desafios dos clientes e encontrar soluções – com base em surveys e dados que recebemos das empresas – ou seja, um lado mais prático e operacional, com o componente de investigação, mais científica e académica, que ajudará a encontrar soluções disruptivas. Poder ter os professores e alunos a trabalhar temas críticos para as empresas será excelente. Por exemplo o tema do burnout, identificado pelo Mercer Global Talent Trandes 2019 como a principal preocupação dos executivos.

 

Qual é, em concreto, a vossa proposta de valor? Que novas soluções e abordagensvão trazer nessas formações?
DT: Vivemos num mundo de enorme incerteza, em que a única certeza é mesmo que tudo vai ser diferente. Por isso sentimos que o nosso trabalho com as empresas tem de ser muito mais transversal. Ou seja, aquela ideia antiga de que tínhamos meia dúzia de cursos no portefólio, as empresas faziam, e terminava aí a nossa relação, já não faz sentido. Temos que estar com as empresas numa lógica de longo prazo.

Nessa lógica, as empresas precisam de entender que este mundo de incertezas exige uma nova liderança, novas estratégias, novos recursos e as novas capacidades. Nós podemos ajudar nesse ciclo, e é um ciclo que não termina porque hoje em dia é preciso estar sempre a aprender.

Por outro lado, as preocupações não se resumem ao negócio, porque as empresas são pessoas, e a forma como encaram o colaborador de forma mais abrangente e tentam uma simbiose entre os seus propósitos e o da organização, assume cada vez maior importância. A preocupação já não pode ser só se têm as competências adequadas a determinada função. Pessoas e organização têm que ser vistas como um todo.

 

Mas já têm algum programa em curso?
DT: Relacionado com este tema da liderança, em Maio de 2020, vai arrancar o projecto Adam’s Choice, cuja ideia fundamental é perceber que a liderança hoje é um processo de escolhas e de tensão constante, pois temos cada vez mais opções, e temos que decidir com pouca informação. Sendo que não escolher também é uma escolha. Vamos trazer esse debate para o campus.

DA: A Mercer e a Nova SBE não são followers, querem estar à frente, a ditar tendências. Julgo que as soluções de mercado nos próximos anos vai ser a conjugação entre estes dois mundos, que são diferentes mas que são muito complementares. O Adam’s Choice é o evento de maior visibilidade desta parceria, até à data, mas, neste momento, já estamos a trabalhar com um cliente, com uma equipa mista Mercer e Nova, juntando as nossas valências.

 

Leia a entrevista na íntegra na edição de Novembro da revista Human Resources, nas bancas.

Ler Mais