A Siemens está a inovar no recrutamento para encontrar perfis inspiracionais. Saiba como

Captar talento é um dos grandes desafios actuais para as empresas. Ciente disso, a Siemens Portugal lançou uma campanha diferente, demonstrando, mais uma vez, o ADN de inovação da organização.

 

Por Sandra M. Pinto

 

Nem a pandemia fez a Siemens Portugal parar. Em 2020 e 2021, a empresa continuou a crescer, tendo feito mais de 500 contratações, e em 2022 tenciona continuar esse caminho de crescimento sendo que, actualmente, cerca de 190 vagas em aberto. Para as preencher, tem promovido diversas campanhas, nomeadamente a campanha corporativa “Presentes no Futuro de Portugal”, desenvolvida com o intuito de assinalar os 115 anos da Siemens no País.

Outra campanha, que não tinha como finalidade ser prioritária, acabou por ter «óptimos resultados ao nível da recepção de currículos de possíveis novos colaboradores para as áreas de Tecnologias de Informação (TI)», conta Salomé Faria, directora de Comunicação da Siemens Portugal. «Pretendia não recrutar, mas sim, e em primeira instância, criar awareness para o Lisbon Tech Hub, o centro de TI da Siemens; posicionar este centro como o melhor local para trabalhar e despertar interesse pelo Lisbon Tech Hub junto do target definido.»

Criado em 2014, o Lisbon Tech Hub é um centro de TI que começou com cerca de 20 pessoas e já conta com mais de 1300 especialistas. Com mais de sete anos de experiência, «está a contribuir para a jornada de digitalização da Siemens, a partir de Portugal, para todo o mundo. No âmbito desta campanha, o Lisbon Tech Hub foi simbolicamente “rebatizado” passando a chamar-se The house of the new technologists, porque os seus colaboradores, criativos e inspiradores, constroem e desenvolvem soluções com impacto positivo no mundo e com o propósito de deixar um legado para as futuras gerações», explica Salomé Faria. Desenvolve serviços nas áreas da Cybersecurity, Analytics and Business Intelligence, IT Project e Service Management, Application Lifecycle Management, IT Platforms e Infrastructure e IT Strategy e User Experience.

Tendo ou não o foco no recrutamento, estas campanhas «são extremamente importantes para a empresa, porque permitem reforçar o que é a Siemens de hoje, uma empresa tecnológica que liga o mundo digital ao virtual para benefício dos seus clientes e da sociedade em geral: que se assume como “transformadora do dia-a- -dia de milhões de pessoas”, através de tecnologia com impacto e com propósito, onde se estimula o empreendedorismo e a mentalidade de crescimento nas pessoas que podem ser, virtualmente, tudo o que quiserem ser na empresa», sublinha a responsável.

Salomé Faria reconhece que há «cada vez mais empresas a contratar em Portugal em áreas tecnológicas, o que é óptimo para o País, mas esta realidade tem pressionado o mercado de trabalho dada a falta de profissionais altamente especializados. A “guerra” pelos talentos é real e não pode ser ganha só através de campanhas como esta, mas faz sentido lançá-las porque o retorno que dão à empresa é inegável.» Para além disso, «o mundo das tecnologias de informação está em constante transformação e a Siemens não está simplesmente a acompanhar essa transformação, está a ajudar a fazê-la», faz notar.

 

O foco nas novas gerações
Num contexto competitivo, ser inovador pode ser o que faz a diferença. Na campanha que teve como pano de fundo o Lisbon Tech Hub, foram criados três perfis “inspiracionais”, divididos em dream builders, com planos e sonhos que ganham vida no mundo real e, por vezes, no virtual; em impact creators, que têm um amplo sentido de estratégia e que criam soluções com impacto, ambicionam deixar um legado; e em future makers, cuja missão não é apenas obter respostas, mas saber fazer as perguntas certas e procurar caminhos e soluções além do momento em que vivemos. O foco esteve em três grandes grupos-alvo: perfis seniores de TI com experiência no mercado de trabalho, juniores de TI a iniciar a sua carreira nesta área e estudantes de TI. Mas foi também uma campanha de awareness para os perfis mais institucionais.

Lançada no início de Novembro de 2021, a campanha durou até meados de Dezembro, período durante o qual a Siemens recebeu mais de mil curricula de TI, número que representou um aumento de 40% de CV recebidos face ao período homólogo do ano anterior. Para Salomé Faria, este crescimento deve-se ao facto de os perfis inspiracionais desenvolvidos se “encaixarem” na perfeição nas gerações que a Siemens pretendia impactar, «a millennial, que procura propósito em tudo o que faz, e a geração Z, que exige um propósito em tudo o que faz. Muitas pessoas, ao entrarem em contacto com a nossa campanha, certamente perceberam que pertencer ao Lisbon Tech Hub é uma oportunidade de construir e transformar o futuro com esse tão procurado e exigido propósito», acredita.

A Siemens trabalhou assim com perfis- tipo destas gerações, que a directora de Comunicação caracteriza: os millennials, que questionam modelos, padrões e ideais e preocupam-se em ter impacto na sociedade; são optimistas e confiantes e exigem sentir-se motivados e participar; e também procuram o bem-estar e o desenvolvimento pessoal, valorizando as condições salariais, a segurança e o tempo para a vida pessoal. Já a geração Z, que nasceu conectada, preocupa-se com o futuro e envolve-se e luta por causas sociais; são empreendedores e intraempreendedores e exigem que o propósito das empresas para as quais trabalham seja claro e efectivo; querem trabalho e diversão num só, são os que hoje são conhecidos como nómadas digitais e «que podem realizar a sua ambição numa empresa tecnológica como a Siemens».

Salomé Faria realça que os millennials são hoje mais de 60% da força de trabalho da Siemens, os Z começam a chegar e coexistem já hoje as quatro gerações, pois contam também com baby boomers e a geração X. E garante que promovem «um ambiente de trabalho diverso, equitativo e inclusivo, onde cada colaborador se sinta bem-vindo, respeitado, valorizado e capaz de contribuir com o máximo das suas potencialidades, independentemente das hierarquias.

Sobre qual o propósito e o que move as novas gerações de profissionais, a responsável acredita que se prende, sobretudo, com o usar as suas competências para fazer algo de benéfico pelo mundo e pelas pessoas, ao mesmo tempo que lhes confere realização pessoal. «Usar o seu empreendedorismo, por exemplo, no combate às alterações climáticas e para encontrar soluções para a sustentabilidade e para a qualidade de vida da população mundial, de humanos e de outras espécies», exemplifica. «Estas gerações querem deixar uma marca positiva no mundo, movem- se por ambições e missões, e são muito activos e participativos.»

 

Os desafios do futuro
É inegável que existem cada vez mais empresas a contratar em Portugal em áreas tecnológicas, uma realidade que tem colocado uma grande pressão no mercado de trabalho, sobretudo nas empresas que operam neste sector. Para Salomé Faria, é necessário apostar ainda mais na requalificação de profissionais de áreas em que há desemprego, assim como promover a abertura de mais cursos técnicos e universitários na área das TI. «E, claro, apoiar o desenvolvimento de novos talentos nestas áreas, como temos vindo a fazer, por exemplo, através do programa de introdução à programação, o UBBU, e de programas específicos de Academias Siemens dirigidos aos jovens estudantes », acrescenta.

Outro desafio que identifica e que decorre igualmente da maior pressão no mercado de trabalho é saber como atrair e reter talento. «Para além de desafios estimulantes, de desenvolvimento contínuo dos colaboradores, isso passa, também, por ouvi-los, perceber quais são as suas necessidades e ambições de crescimento, preocupar-nos com a individualidade de cada um e dar respostas sustentadas a essas expectativas através de pacotes de benefícios mais abrangentes, flexibilidade horária, bem como um maior foco no bem-estar e no equilíbrio pessoal e profissional.»

Num mercado de trabalho cada vez mais competitivo, a aposta da Siemens vai assim continuar a passar por campanhas como a que promoveu para o Lisbon Tech Hub, através da qual acreditam estar a contribuir para que tenha «um crescimento sustentável e para que fortaleça ainda mais as suas equipas, com os melhores talentos de tecnologias em Portugal».

 

Este artigo foi publicado na edição de Fevereiro (nº.134) da Human Resources, nas bancas.

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