
Ainda não compreendeu o apagão? Eis o que se sabe até ao momento
Segundo a Selectra, o que se sabe é que a queda das tecnologias foi uma consequência, e não a causa do problema. Neste momento, o foco está em determinar o que provocou o colapso da produção. As desconexões automáticas generalizadas indicam que algo ocorreu no sistema a nível global, e não devido a danos físicos ou infraestruturais numa zona específica.
Apesar da existência de mecanismos de ajuste destinados a estabilizar a rede eléctrica, estes são projectados para responder a variações muito mais pequenas. Enquanto seria possível compensar uma oscilação de até 1,2 GW, a queda real foi de 15 GW — uma diferença impossível de absorver em tempo real com os recursos atualmente disponíveis.
Relativamente aos painéis solares, apenas os utilizadores que dispõem de baterias e conseguem ativar o modo ilha conseguiram manter o fornecimento. Nas instalações convencionais, por estarem ligadas à rede pública, a desconexão foi inevitável.
De acordo com a Selectra, é importante sublinhar que o sistema eléctrico europeu está, em teoria, concebido para isolar falhas e evitar que colapsos se propaguem a toda a Península. Nesse contexto, levanta-se preocupação quanto ao tempo necessário para restabelecer o fornecimento, tendo em conta a disponibilidade de centrais de ciclo combinado a gás e de reservas significativas de energia hidroeléctrica — tecnologias que permitem uma reposição mais rápida do que as centrais nucleares, cuja entrada em operação pode demorar até seis horas.