As Grandes Reformas na Gestão de Pessoas: Especialistas (da academia às empresas passando pela advocacia) identificam as mais importantes

O tema podia, à partida, parecer ser “chover no molhado” ou, no mínimo, chato, mas as mais de 300 pessoas que, no passado dia 20 de Outubro, assistiram presencialmente à XXIV Conferência Human Resources e os cerca de 55 mil que entraram no live streaming provaram o que os oradores unanimemente constataram – o tema é pertinente e urgente: são precisas reformas na Gestão de Pessoas. E se umas têm de partir das empresas, outras há que não depende delas, mas que as afecta (muito). O Museu do Oriente, em Lisboa, voltou a ser o palco escolhido.

 

Por Ana Leonor Martins, Margarida Lopes, Paulo Mendonça e Tânia Reis | Fotos Nuno Carrancho

 

Mais de uma dezena de especialistas, uma conversa de líderes, três mesas de debate e uma abertura que trouxe uma perspectiva diferenciada a um tema que afecta todos no mercado de trabalho, compuseram um programa rico em matérias para reflexão e, sobretudo, acção. Vários problemas estão há muito diagnosticados, mas a (verdadeira) mudança – que nunca como agora está na ordem do dia nas empresas como condição de sobrevivência – tarda. Nas políticas públicas, mas também nas empresas.

Ricardo Florêncio, CEO do Multipublicações Media Group, detentor da Human Resources, começou por reconhecer que quando lançámos o tema desta conferência – “As Grande Reformas na Gestão de Pessoas” –, «possivelmente algumas pessoas reviraram os olhos. Reformas? Outra vez? Para quê insistir? Nós não somos um país reformista. É verdade, mas a necessidade da insistência é mesmo por essa razão.»

Explicou: «Muito se tem dito que o mundo mudou. De facto mudou, muito. Mas as políticas, os processos, a cultura, nem tanto. E há situações que se vêm agudizando ao longo dos últimos tempos. A escassez de pessoas, por exemplo. Estudos prevêem que a diferença entre as pessoas que entram e saem do mercado de trabalho se cifrem em 50 mil por ano e mostram que somos o quarto país mais envelhecido do mundo. Mas será que estamos a aproveitar todos os recursos disponíveis? Se temos uma população envelhecida, por que razão consideramos que muitas das pessoas de 50, 55 anos são inaptas para trabalhar? É uma questão cultural, de competências e adequação, ou simplesmente preconceito?»

Mas este é apenas um dos temas. «Face aos baixos salários praticados em Portugal, os nossos talentos são facilmente atraídos por outros países», fez notar Ricardo Florêncio, destacando ainda que as alterações aos modelos de trabalho, que a pandemia veio acelerar, têm acentuado a necessidade de reforma profunda na legislação laboral portuguesa. «Por outro lado – continuou – se é verdade que os salários são baixos, também é verdade que a fiscalidade aplicada aos rendimentos do trabalho são muito elevados para a nossa realidade.»

«E como estão as nossas empresas, ao nível da transformação digital? Já deram o salto necessário», questionou ainda. «Como têm as lideranças de topo, mas também todas as intermédias, lidado com todas estas transformações no mundo do trabalho? Estão capacitadas? Sim, é imperativo levar a cabo grandes reformas no mundo da Gestão de Pessoas», concluiu o CEO.

Foram estes alguns temas que serviram de mote para a 24.ª edição da Conferência Human Resources e que foram analisados por especialistas, da academia à advocacia, e sobretudo das empresas, para contribuir para a reflexão, mas principalmente para que efectivamente passemos à acção e às reformas, que já não podem ser adiadas.

 

Leia o artigo na íntegra, com as todas as intervenções dos especialistas convidados, na edição de Novembro (nº. 143)  da Human Resources, nas bancas.

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