As organizações no futuro!

 

Por Ricardo Florêncio
ricardo.florencio@multipublicacoes.pt

 

Hoje, muitos são os desafios que se colocam aos responsáveis que têm a Gestão de Pessoas a seu cargo. E, conforme já referido várias vezes em diversos fóruns e eventos, muitos deles ocupam uma parte substancial dos seus dias em situações que desviam a sua atenção de matérias prioritárias e de vital importância para as suas organizações.

Um dos assuntos em que deveriam investir a sua atenção é claramente na questão “como serão as
organizações no futuro”. Futuro esse que, para muitas, é já hoje e se não for hoje é amanhã, mas nunca no médio prazo, pois desse modo ficará fora da equação, a qual tem uma série de variáveis que interessa aprofundar.

Comecemos por um dos vértices, pelas pessoas. Serão colaboradores a full-time ou part-time? Serão colaboradores a trabalhar a cem por cento para a empresa, ou serão esses recursos partilhados com outras organizações? Trabalharão numa lógica de projecto ou do modo tradicional, como grande parte das organizações funciona actualmente? E onde ficarão fisicamente? Nos escritórios das empresas ou remotamente? Ou parcialmente? O que nos leva a uma segunda equação, ou seja, que tipo de escritórios teremos no futuro?

E assim uma terceira incógnita: se todas as empresas estão numa guerra desenfreada pelo talento, pelas pessoas, conseguirão ganhar essa guerra tendo todas as pessoas a trabalhar remotamente? Como fica a ligação à cultura da empresa? Como encaixar nesta situação o tema tão em voga do employer branding? E agora, as organizações? Como serão estruturadas? Qual o modelo de organização mais adequado e conveniente a cada empresa? Dividido pelas funções que temos actualmente, ou por outros tipos
totalmente diferentes? E como funcionarão as hierarquias? A tendência é claramente um achatamento dos níveis hierárquicos, mas admitamos que há limites de reporting. E haverá também limites nas organizações matriciais? A certa altura, tem de ser definido quem “liga ou desliga o botão”.

Deste modo, que tipo de liderança, de chefia, passará a ser mais comum nas empresas? Assim, voltamos ao primeiro ponto: que perfil de colaboradores precisamos de ter? Que competências, que diferenciação, que mais-valias deverão apresentar? Confusos? Posso garantir-vos que várias incógnitas ainda ficaram de fora desta pequena análise. Mas, repito, é um dos temas em que as organizações e os seus responsáveis deveriam investir mais tempo e recursos.

 

Editorial publicado na revista Human Resources n.º 90 de Abril de 2018

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