As políticas do escritório estão a “intrometer-se” no trabalho (com consequências desastrosas). Evite-o a todo o custo

A percentagem de burnout no trabalho tem vindo a aumentar e, muitas vezes, o motivo são as forças invisíveis que esgotam a energia de qualquer profissional, arruínam a produtividade e até fazem querer sair da empresa, noticia a Forbes.

 

Ninguém quer políticas de escritório, mas existem em todo o lado. Quando a política de escritório é incentivada, as pessoas concentram-se naturalmente nelas, muitas vezes à custa do que realmente importa. O resultado? Desenvolvemos competências más para o negócio, mas essenciais para a sobrevivência.

Eis algumas formas de as políticas do escritório se meterem no trabalho:

  • A armadilha do “favorzinho”: é-lhe pedido um pequeno favor que parece inofensivo. Mas basta dizer não, e fica rotulado como pouco cooperativo. Diga que sim e sacrifica as suas próprias prioridades. Não é apenas um pequeno inconveniente; é um verdadeiro “sugador” de tempo e energia.
  • A ideia “encapotada”: alguma vez sentiu que não pode desafiar uma ideia sem ser ostracizado? Isto porque ir contra a maré pode isolá-lo. Assim, acaba por se conformar ou posicionar subtilmente as suas ideias para que outra pessoa possa receber crédito.
  • Eventos sociais “facultativos”: faltar não é realmente opcional. Não comparecer pode custar promoções ou favor, transformando o que deve ser tempo pessoal num outro teste ao seu compromisso.
  • O herói nocturno: ficar até tarde nem sempre significa dedicação. Muitas vezes, é apenas compensar o tempo perdido com todas estas distracções. No entanto, ainda é visto como um marcador de comprometimento.

Em suma: Os colaboradores passam uma quantidade significativa de tempo a navegar nestes “campos minados”, o que impacta directamente na satisfação e produtividade. Um estudo de 2023 da Pepperdine concluiu que 68% dos trabalhadores relataram a política do escritório como “muito” ou “consideravelmente” predominante no seu local de trabalho, com 29% a considerá-la o maior obstáculo à progressão de carreira.

O peso de procedimentos, aprovações e relatórios

Se as políticas do escritório consomem energia, os processos, aprovações e report esgotam a criatividade. Estes obstáculos burocráticos transformam um trabalho significativo num pântano de procedimentos.

  • Limbo de aprovações: Cada decisão requer uma cadeia interminável de aprovações ou assinaturas. Em vez de avançar, está preso à espera de luz verde dos outros.
  • Reporting interminável: Passa horas a criar relatórios que ninguém vai ler, apenas para preencher um item numa lista. É o epítome do desperdícido de esforço.
  • Paralisia de processos: Em vez de capacitar, os processos tornam-se obstáculos. O sue papel é agilizar, mas muitas vezes acabam por atrasar tudo.

Em suma: os gestores passam muito tempo em tarefas administrativas como estas, deixando pouco espaço para pensamento estratégico ou inovação.

 

O trabalho deve desafiar as pessoas, não derrotá-las. Prosperam quando vêem progresso, quando estão capacitadas para tomar decisões e quando sentem que os seus contributos são importantes. Não é a mudança de ritmo que desgasta; é a política, a burocracia e a falta de eficácia.

Remover as amarras

Para realmente tornar o trabalho melhor, as organizações devem concentrar-se na eliminação das amarras – as mesmas coisas que esgotam e desmoralizam os colaboradores.

  • Parar de recompensar os comportamentos errados: se a política de escritório estiver a desgastar a energia da equipa, não a recompense. Em vez disso, reconheça e promova aqueles que contribuem genuinamente para os objectivos da empresa sem recorrer a jogadas. Isto significa identificar e desencorajar activamente comportamentos como as armadilhas do “favorzinho” e a necessidade de participar em eventos sociais “facultativos” apenas para parecer bem.
  • Simplificar aprovações e tomada de decisão: se o limbo de aprovação estiver a abrandar o progresso, é altura de repensar os procedimentos. Reduza o número de aprovações necessárias para as decisões quotidianas e capacite os colaboradores para tomarem as suas próprias decisões. Ao fazê-lo, elimina as amarras causadas pela espera por luz verde.
  • Elimine o report desnecessário: se a sua equipa estiver a passar mais tempo com relatórios do que com trabalho real, reduza a documentação desnecessária. Concentre-se apenas nos relatórios que impulsionam insights concretizáveis ​​e elimine os que não têm utilidade.
  • Liberte-se da paralisia de processos: se os processos estiverem a estagnar a criatividade e a produtividade, reveja-os regularmente. Certifique-se de que existem para apoiar o trabalho e não para o impedir. Remova qualquer um que já não serve o seu propósito ou se tenha tornado mais sobre evitar responsabilização do que alcançar resultados.

Ao abordar estas amarras ocultas, as organizações podem criar ambientes onde os colaboradores prosperam, inovam e encontram satisfação genuína no seu trabalho. Não se trata de mudar a velocidade do trabalho, mas sim de eliminar cargas desnecessárias que estão a esgotar o potencial das equipas

É tempo de parar de glorificar a engrenagem e começar a criar locais de trabalho onde os profissionais podem realmente florescer. Ao “limpar” o caminho, é possível libertar todo o potencial da força de trabalho e construir um futuro mais sustentável e satisfatório de trabalho para todos.

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