
As vantagens de ter múltiplas nacionalidades (e os passaportes que vale a pena “coleccionar”)
Num cenário global marcado por crescentes restrições migratórias e políticas de imigração mais rigorosas, possuir múltiplas cidadanias tornou-se uma estratégia vital para garantir liberdade geográfica, segurança jurídica e oportunidades internacionais, garante Simone Marins, advogada internacional, fundadora da Marins Associates.
Enquanto cidadãos estrangeiros são retidos nas fronteiras europeias enfrentando desafios impostos por novas políticas de controlo fronteiriço, a Itália implementa medidas que limitam a transmissão da cidadania por direito de sangue. Nos Estados Unidos, as políticas migratórias têm-se tornado cada vez mais restritivas, dificultando a legalização de imigrantes e impondo barreiras adicionais à entrada de estrangeiros.
«Ter múltiplas nacionalidades deixou de ser um privilégio distante. É uma estratégia concreta de liberdade, protecção patrimonial e mobilidade internacional. É ainda uma forma de beneficiar as futuras gerações», revela Simone Marins, advogada internacional, fundadora da Marins Associates, especialista em nacionalidade, imigração e planeamento jurídico global.
«Grande parte dos clientes que atendo são pessoas de negócios internacionais, e que possuem pelo menos dois passaportes. E o que isso lhes garante? Possibilidade de viver, estudar e trabalhar em diversos lugares do mundo. Garantia de viajar sem burocracia de pedido de vistos para um número significativo de países. Planeamento e benefícios fiscais de acordo com seu domicílio fiscal. A liberdade de ir e vir muito mais facilitada. E principalmente, uma herança valiosa: a liberdade de poder ser e estar onde queiram», explica.
A advogada realça que, num mundo onde as políticas migratórias estão cada vez mais restritivas, investir na obtenção de múltiplas cidadanias é uma forma eficaz de assegurar liberdade e oportunidades para si e para as futuras gerações.
Os passaportes mais poderosos do mundo
Na hora de “coleccionar passaportes”, é essencial considerar o poder que cada documento pode oferecer em termos de mobilidade internacional. O ranking anual do Henley Passport Index, uma das referências globais em liberdade de viagem, revela que passaportes como os do Japão, Singapura, Alemanha, Itália e Portugal estão entre os mais vantajosos do mundo.
O passaporte português, por exemplo, garante entrada livre ou com facilidade em 190 países e territórios, incluindo Japão, México, Nova Zelândia e Tailândia. Além disso, permite acesso irrestrito aos 27 países da União Europeia, facilitando tanto a mobilidade pessoal quanto os negócios internacionais. Também inclui entrada nos Estados Unidos sem necessidade de visto, por meio do Programa de Isenção de Visto (Visa Waiver Program).
Já o passaporte alemão, o mais poderoso da Europa segundo o índice de 2024, oferece acesso sem visto a mais de 190 destinos. A vantagem verfica-se também em passaportes como os de Singapura e Japão, que por anos lideraram a lista mundial.