Associação Business Roundtable Portugal quer isenção de IRS até 1,5 salários

A Associação Business Roundtable Portugal (BRP) publicou um manifesto para este ano, onde pediu menos custos de contexto e uma Europa mais forte, salientando que “é tempo de pôr Portugal a crescer”. O manifesto tem várias medidas, incluindo a descida da carga fiscal sobre os salários e uma taxa única de IRC.

 

Segundo o documento, “nas últimas duas décadas, Portugal cresceu metade dos seus concorrentes”, indicando que “este atraso compromete o bem-estar dos portugueses, empobrece o país e leva muitos” dos talentos nacionais “a partir e menos a regressar”.  A entidade acredita que “é tempo de pôr Portugal a crescer”, salientando que “desde 2006, o país acumulou um défice de investimento de 40% do PIB [Produto Interno Bruto] face à média da União Europeia”.

A associação destacou assim algumas áreas de actuação, com várias “propostas concretas e exequíveis para transformar Portugal”.

A BRP entende que “criar riqueza é do interesse público, diminuindo os custos de contexto”.

“Na burocracia, é preciso alargar e aprofundar o bom exemplo da restauração e do turismo ao resto da economia”, e na justiça, “há que melhorar o contencioso administrativo e fiscal, copiando a evolução da justiça cível e comercial”, salientou.

A BRP destacou ainda que, no investimento, “deve incentivar-se o acréscimo do capital investido”.

Por outro lado, a associação acredita que deve ser encorajado e celebrado “o sucesso das pessoas e das empresas”, apontando a necessidade de reduzir aquilo a que chama o garrote fiscal “dos actuais 42,3% para os níveis anteriores à troika de 37,6%”.

A associação quer ainda “quebrar a armadilha de pobreza provocada pelos baixos salários, alargando-se a isenção de IRS até 1,5 vezes o valor do salário médio e reduzir imediatamente o número de escalões do imposto para seis”, assim como “incentivar o crescimento das empresas e aplicar uma taxa única de IRC”.

Por fim, “devemos incentivar e tirar partido de uma Europa que exista e se afirme no mundo”, refere a BRP apontando a necessidade de “aprofundar o Mercado Único através de uma política de concorrência europeia que estimule a afirmação de campeões europeus”.

Para a associação, é ainda necessário “transpor diretivas comunitárias sem mais complexidade e sem um maior nível de exigência” e “ajustar os objetivos de neutralidade carbónica garantido a reindustrialização da Europa e que a União Europeia lidere a descarbonização com parceiros credíveis e comprometidos”.

Segundo disse Pedro Ginjeira do Nascimento, secretário-geral da BRP, citado na mesma nota, estas são as áreas que acreditam “que fazem a diferença para destravar o crescimento de Portugal” e que gostariam “que fossem discutidas por todos neste momento em que vamos escolher a próxima Assembleia da República e o próximo Governo”.

Desta forma, “em apenas dez anos podemos aspirar ser um dos países mais ricos da Europa”, defende o líder da BRP.

A associação BRP é composta por 43 líderes de empresas e grupos empresariais, que, em conjunto, contam com receitas globais de 124 mil milhões de euros, 59 mil milhões a nível nacional e empregam 424 mil pessoas, 218 mil em Portugal.

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