Boas práticas: Quando a relação com os colaboradores é uma prioridade

Na PepsiCo, trabalhar a relação com os seus colaboradores, apostando numa política de Recursos Humanos flexível, aberta e inclusiva, que encara o talento e a diversidade cultural como factor diferenciador, é uma aposta constante. E a estratégia parece resultar pois, pelo segundo ano consecutivo, alcançou o primeiro lugar no “Top Employer 2020” em Portugal.

 

Por Sandra M. Pinto

 

Há sete anos consecutivos que a PepsiCo Portugal é uma empresa certificada pelo “Top Employer”. A conquista da distinção máxima, pelo segundo ano consecutivo, é para a PepsiCo «um motivo de grande orgulho» pelo trabalho que desenvolve nesta área. «Não temos qualquer dúvida de que as pessoas são o factor-chave, o pilar fundamental, do sucesso da empresa, e, por essa razão, continuaremos a investir e inovar as nossas políticas, com o propósito de fornecer o melhor ambiente de trabalho para a nossa grande equipa», afirma Luísa Madeira, Human Resources (HR) manager da empresa de bebidas e alimentação. «A relação com os colaboradores é uma prioridade, por isso apostamos numa Gestão de Pessoas flexível, aberta e inclusiva, que acreditamos ser um factor diferenciador.»

O Instituto Top Employers concede o seu selo a empresas que optimizam continuamente estratégias de recursos humanos e há 10 anos que a PepsiCo obtém o certificado de “Top Employers Europe”, juntamente com outros 18 países. A pesquisa revelou que, em todos esses mercados, a empresa oferece «condições de trabalho excelentes, promovendo e desenvolvendo o talento de todos os níveis, e demonstrou que é líder no ambiente de Recursos Humanos, esforçando-se para melhorar continuamente as suas práticas e bem-estar em contínuo desenvolvimento. Neste sentido, este certificado é um reconhecimento geral, e isso reflecte as nossas acções como um todo, mesmo estando distribuídos por diferentes países com realidades tão diferentes. Mais importante do que termos uma política forte, é conseguir aplicá-la de forma transversal em todos os países», sublinha a responsável.

Hoje, a PepsiCo implementa uma nova visão global – “To be a world leader in Convenience Food and Beverages by Winning with Purpose” –, a que reflecte a sua ambição de vencer de forma sustentável no mercado, acelerando o seu crescimento, enquanto mantém o compromisso de fazer bem ao planeta e às comunidades. «The PepsiCo Way baseia-se em sete comportamentos que queremos que todos os nossos colaboradores tenham», esclarece a responsável, concretizando: «No sudoeste da Europa, focamo-nos principalmente em três: be consumer centric, act as owners e focus & get things done fast, que irão ajudar-nos a alcançar a nossa visão e, consequentemente, ser mais rápidos e melhores.»

The PepsiCo Way rege-se ainda por três categorias: Faster –, com o objectivo de ganhar espaço no mercado, sendo mais centrado no consumidor e acelerando o investimento para o crescimento de topo; Stronger –, transformando as suas capacidades, custo e cultura, operando como um todo, aproveitando a tecnologia, ganhando reconhecimento local e global; e Better –, integrando o propósito da empresa na sua estratégia de negócios e proporcionando o bem comum ao planeta e comunidade.

 

A gestão de talento
Fundamental para efectivar esta visão é a retenção de talento. Presente em Portugal desde 1987, contando actualmente com 557 colaboradores, 400 dos quais na fábrica do Carregado, a estratégia da empresa no que respeita ao talento passa pela partilha de experiências dos colaboradores. Nesse sentido, «a equipa de Talent Acquisition da PepsiCo visitou Lisboa no ano passado, com o objectivo de incentivar os próprios colaboradores a serem embaixadores da marca, actualizando a sua conta de LinkedIn e partilhando publicações relevantes através da plataforma Elevate. Desta forma, conseguimos criar vídeos e posts com base na experiência dos nossos colaboradores, que poderá ajudar candidatos externos a envolverem-se com a cultura e maneira de trabalhar da PepsiCo», acredita Luísa Madeira.

A organização desenvolve também o LeAD – Leadership Assessment and Development, um programa de avaliação
destinado a aferir o potencial dos colaboradores de maneira objectiva. Através dessas avaliações, é criado um relatório detalhado dos pontos fortes e das áreas de desenvolvimento que os participantes, juntamente com os seus managers e Recursos Humanos, utilizam para elaborar um plano de desenvolvimento que os ajude a direccionar as suas carreiras para onde quiserem. Existem vários tipos de programas LeAD, adaptados aos diferentes níveis da empresa, sendo estes um «indicador importante na tomada de decisões sobre a gestão de talentos».

Simultaneamente, através do Departamento Talent Acquisition/HR são definidas estratégias, dependendo do target que se pretende atrair. «Se o nosso objectivo é um candidato para a sede, iremos concentrar-nos no LinkedIn e criamos um anúncio com a descrição do cargo e da marca, mas se o nosso target for para o terreno, apostamos na publicação de anúncios de vaga de emprego através de publicações específicas, não apenas online», explica a responsável.

Perante a situação causada pela pandemia COVID-19, a PepsiCo teve de rever a sua estratégia de Recursos Humanos de forma a entender o impacto que a mes- ma poderia ter, no entanto, não foi necessário avançar com nenhuma alteração. «Apenas nos focámos na segurança dos colaboradores, na comunicação e tecnologia/trabalho a partir de casa, mas a estratégia mantém-se», reitera.

Para Luísa Madeira, a COVID-19 foi o transformador digital definitivo das organizações. «Foi um teste decisivo que passámos com boas notas, graças ao reforço da nossa comunicação interna, às ferramentas tecnológicas que a empresa já tinha disponíveis e às medidas de flexibilidade que já existiam na empresa e que foram reforçadas.»

Questionada sobre o que torna a PepsiCo uma boa empresa para se traba- lhar, a HR manager acredita que apoiar
a diversidade é a atitude certa para o negócio. «Este compromisso é essencial nos nossos valores e orienta a nossa filosofia e visão de “Winning with Purpose”, que reconhece que a nossa empresa é mais forte sendo mais aberta. Isso significa, por um lado, um ambiente de trabalho mais diversificado e inclusivo e, por outro, promove o que chamamos de compromisso corajoso na empresa e nas comunida- des em que prestamos serviços», sublinha.

Perspectivando para o futuro, Luísa Madeira defende que as empresas devem, de «mãos dadas com a nova realidade do teletrabalho, que veio para ficar, concentrar-se no cuidado emocional dos seus colaboradores, bem como em métodos de trabalho mais práticos e ágeis, que se coordenem com as novas formas de trabalhar». E garante: «A nova realidade que todos enfrentamos é um desafio para o qual a PepsiCo se sente preparada. A adaptação à nova realidade foi muito rá- pida e queremos aproveitá-la como uma vantagem competitiva e, é claro, aprender com os erros que cometemos.»

Este artigo foi na edição de Julho (nº. 115) da Human Resources.

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