Carreira em cibersegurança ainda pouco apelativa para mulheres

De acordo com um estudo realizado pela  Kaspersky Lab, apesar da vontade demonstrada pela indústria da cibersegurança em reduzir a disparidade de género, a maioria das mulheres na Europa, Israel e Estados Unidos da América já decidiu, antes dos 16 anos, não optar por este percurso profissional. 

 

A imagem da cibersegurança precisa de uma renovação. A conclusão é do estudo da Kaspersky Lab, que descobriu que a terminologia geralmente associada a papéis da área de cibersegurança – como hacker – tem uma conotação negativa, sendo que duas em cada três jovens mulheres afirma ter preferência por uma carreira pela qual se sente atraída em vez desta.

Ainda, um terço das mulheres acredita que os profissionais de cibersegurança são “geeks” e um quarto pensa que são “nerds”, o que contribui para que 78% das jovens nunca tenha considerado uma carreira em cibersegurança.

Com 42% dos jovens a concordar sobre a importância de ter um exemplo do seu género a seguir, e metade das mulheres a preferir trabalhar num ambiente com igual número de homens/mulheres, a Kaspersky Lab incita a que mais mulheres da indústria aceitem a tarefa de promover carreiras na área de cibersegurança. No início deste ano, a Frost & Sullivan previu uma escassez de 1,8 milhões de profissionais da área de cibersegurança até ao ano de 2022.

Alfonso Ramirez, director-geral da Kaspersky Lab Iberia afirma que «fazemos parte de um sector enérgico e em rápido crescimento, mas a verdade é que existem poucas mulheres nesta área. Infelizmente, torna-se claro através do nosso estudo que, neste momento, jovens mulheres não vêem a cibersegurança como uma opção de carreira viável ou atractiva, e estão decididas a escolher diferentes opções numa idade muito jovem, o que nos dificulta a tarefa de as convencer do contrário.»

Por seu lado, Stuart Madnick, professor de Tecnologias de Informação no MIT e fundador do Consórcio Interdisciplinar para Melhoria da Cibersegurança de Infraestruturas Críticas, comentou, acerca das conclusões do estudo, que«como demonstrado pelo relatório da Kaspersky Lab, jovens mulheres muitas vezes não estão cientes, não se sentem preparadas ou não conhecem modelos a seguir que as possam incentivar a considerar carreiras na área de cibersegurança. A verdade  – continua – é que muitos indivíduos têm uma ideia errada de que a cibersegurança é um trabalho muito técnico que obriga a fortes conhecimentos de código. Apesar de ser verdade para alguns trabalhos, as ameaças de cibersegurança ocorrem muitas vezes devido a deficiências na cultura e a procedimentos das organizações – e as “soft skills” podem ser tão – ou às vezes mais – importantes que os conhecimentos técnicos para marcar a diferença numa organização.»

O professor do MIT conclui que «os colaboradores procuram muitas vezes um emprego que tenha sentido, crie um impacto em algo importante, que seja divertido e interessante. Carreiras na área da cibersegurança correspondem a estes critérios. Só temos de repensar e melhorar a forma como as comunicamos», defende.

Versão completa do estudo aqui.

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