Casas antigas já valem tanto quanto as novas valiam em 2019. E especialista deixa um alerta

O mercado residencial português atingiu um novo ponto crítico: em 2024, o preço médio de uma casa antiga atingiu o mesmo valor que uma casa nova em 2019.

 

Esta é uma das principais conclusões do mais recente estudo da CBRE, “Unlocking the Potential of Portugal’s Residential Market”, que traça um retrato detalhado da evolução do sector e aponta à oportunidade de investimento que permite responder à escassez de oferta habitacional no país.

Esta valorização acelerada do parque habitacional antigo reflecte a crescente escassez de oferta nova e o desajuste entre o que o mercado oferece e aquilo que as famílias realmente necessitam.

«O actual contexto de escassez de oferta habitacional nas zonas urbanas, aliado à pressão demográfica e aos incentivos fiscais que estimulam a procura, exige uma resposta urgente e sustentada ao nível da construção de nova habitação. Portugal não necessita apenas de mais casas, mas sim de bairros inteiros, empreendimentos com dimensão, pensados para as necessidades reais das famílias de hoje – menores, mais diversas, com menos poder de compra – e em localizações com acessibilidade e serviços», defende Igor Borrego, responsável de Capital Markets da CBRE Portugal.

Actualmente, 77% dos residentes em Portugal é proprietário do imóvel onde vive. Só na Polónia e na Noruega é que esta tendência é mais acentuada, mas em países como Espanha, Itália ou Grécia, e sobretudo nos países nórdicos, a compra já não se verifica tanto, pois há uma cultura maior de arrendamento.

Apesar do cenário desafiante, a CBRE identifica diversas áreas urbanas onde existem condições concretas para construção imediata, o que permite acelerar processos e responder rapidamente ao défice habitacional. Estas zonas incluem, entre outras, Alta de Lisboa, Taguspark (Oeiras), Montijo, Alcochete e Vila Franca de Xira, na Área Metropolitana de Lisboa, bem como zonas emergentes no Grande Porto, como Águas Santas (Maia), Prelada e a zona oriental da cidade.

Estas localizações representam uma oportunidade concreta para desenvolver habitação nova, com tipologias ajustadas ao perfil actual dos agregados, mais de um terço das casas são habitadas por apenas uma ou duas pessoas, e com preços que permitam uma rápida absorção do mercado. Cerca de 50% do stock habitacional em Portugal tem mais de 50 anos, o que reflecte um desenho urbano desfasado da actual realidade demográfica.

Com a procura em máximos históricos, a escassez de mão de obra no secctor e os custos de construção a pressionar a oferta, o sector residencial é já considerado a classe de activos mais atractiva para investir em 2025 na Europa, e Portugal entrou no top de destinos preferidos pelos investidores estrangeiros que procuram rentabilidade através do sector imobiliário.

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