Catarina Azevedo, Celfocus: «As prioridades de contratação estão bem claras, mas temos a assegurar internamente um programa de formação extensivo.»

Atrair e reter talento continua a ser um dos principais desafios das empresas que actuam no sector Tecnológico. A ainda que as universidades façam um excelente trabalho na formação», a «velocidade com que a tecnologia e os modelos de negócio avançam é tão acelerada, que as empresas precisam de estabelecer as suas próprias rotinas de qualificação das suas pessoas».

 

A Celfocus, empresa do Grupo Novabase, é uma tecnológica focada numa nova geração de tecnologias que está na base da revolução digital actual. O foco é na realização de projectos especializados nas áreas de Digital, Inteligência Artificial (IA) e Data Science, como pilares destas mudanças.

«A disrupção a que assistimos requer um profundo conhecimento e experiência em tecnologia, mas também uma enorme agilidade para acompanhar a forma como se criam serviços inovadores, capazes de concorrer neste universo digital», salienta Catarina Azevedo, head of People da Celfocus. É o caso das soluções em negócios como as ofertas emergentes do 5G e IoT (Internet of Things) nas telecomunicações, ou o acesso a serviços financeiros de nova geração. «Estes são exemplos de como as grandes empresas, em sectores consolidados, estão a fazer a sua transformação digital, e por isso recorrem a parceiros tecnológicos como a Celfocus para percorrer esse caminho.»

Dando uma importância fulcral à qualificação dos seus profissionais, a oferta formativa interna divide-se em dois grandes grupos: um relacionado com tecnologia, que especializa as suas pessoas em diversas competências técnicas, e outro assente na forma como a empresa trabalha em projecto e como cada um desenvolve as suas capacidades individuais.

Através do programa de recém-licenciados, que conta já com 15 anos de existência, foram já integrados cerca de 1500 jovens. Na sua essência, o objectivo mantém-se ao longo de todo este tempo: «integrar recém-licenciados, garantindo-lhes uma primeira experiência profissional com impacto, quer de um ponto de vista dos projetos em que participam, mas também na formação e desenvolvimento durante esta fase tão importante de quem começa a sua experiência profissional», realça Catarina Azevedo.

A responsável não dúvida que «as universidades portuguesas fazem um excelente trabalho na formação e qualificação de, por exemplo, engenheiros, data scientists ou designers». Mas ressalva: «Hoje as empresas partem de uma base de conhecimento ímpar, adquirido através da formação académica, mas a velocidade com que a tecnologia e os modelos de negócio avançam é tão acelerada, que as empresas precisam de estabelecer as suas próprias rotinas de formação das suas pessoas, preparando-as para a mudança e para o seu desenvolvimento.»

 

Diferenciar-se para conseguir os melhores
Os condicionalismos trazidos pela pandemia de COVID-19 levou a Celfocus para contextos totalmente virtuais, desde o processo de recrutamento até ao momento de onboarding: «Para isso, tivemos necessidade de adaptar muitos dos nossos procedimentos, passando a ser 100% virtual, mas com a mesma a determinação em garantir a qualidade e o acompanhamento, que são muito críticos nestes momentos», assegura a head of People.

Se aqui a mudança foi quase total, o mesmo não aconteceu relativamente às formações académicas que a empresa procura, passando elas por áreas como Engenharia Informática, Engenharia Electrotécnica e de Computadores e Engenharia Biomédica. Aos seleccionados são muitas as vantagens que se apresentam, garante Catarina Azevedo. «Para se estar na linha da frente neste mercado das tecnologias de informação, temos de saber como atrair o melhor talento e, para isso, sermos competitivos não apenas financeiramente. É precisamente aí que as vantagens que apresentamos têm sido um forte factor de atracção: projectos internacionais, realizados a partir de Portugal, trabalhar em projectos e clientes na sua transformação digital, e promover o desenvolvimento pessoal, através de uma forte componente de formação interna na empresa».

Devido ao sector de actividade onde actua, a Celfocus procura, sobretudo, perfis de desenvolvimento e programação em áreas emergentes como o Digital, IA e Data Science, sendo os candidatos oriundos maioritariamente de Lisboa, Porto, Aveiro e Coimbra. Tendo universidades de referência, como o Instituto Superior Técnico, a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, a Faculdade de Ciências Universidade de Lisboa, a Faculdade de Engenharia Universidade do Porto, o Instituto Superior Engenharia do Porto, o Iscte e o Instituto Politécnico de Leiria, a Celfocus renovou recentemente a parceria com o Instituto Superior Técnico. «Consiste numa forte aproximação da Celfocus à Academia por via de um conjunto de iniciativas que vamos desenvolvendo ao longo do ano, que pretende alinhar as competências técnicas e conhecimento científico às necessidades do mercado, para que seja possível formar os jovens talentos e prepará-los para o seu percurso profissional», partilha a responsável.

Estas parcerias são tão mais importantes num sector como o das Tecnologias, onde se verifica uma forte procura de talento com valências muito específicas, muitas vezes não abundantes no mercado. Isto também faz com que as melhores empresas aposte fortemente na formação das suas pessoas. «As nossas prioridades de contratação estão bem claras, mas temos a assegurar internamente um programa de formação extensivo, que nos permite acompanhar as necessidades dos clientes e estarmos sempre prontos para antecipar a enorme inovação tecnológica», reitera Catarina Azevedo, para quem este é um factor diferenciador para as pessoas que trabalham com a Celfocus.

No que diz respeito à estratégia seguida para a captação de talento, a responsável destaca que é preciso acompanhar as necessidades do negócio. «Mesmo em contexto de pandemia, tem sido fundamental assegurar um elevado volume de contratações, o que corresponde, na prática, a integrar cerca de 80 profissionais em 2020 e mais cerca de 400 colaboradores em 2021, sendo 100 deles recém-licenciados», revela. Estes colaboradores podem contar com o «desafio de desenvolver projectos internacionais para clientes top tier, num contexto altamente tecnológico e com um ambiente de trabalho muito colaborativo».

Mas será hoje mais difícil ou mais fácil encontrar talento nestas áreas? Catarina Azevedo não esconde que «atrair e captar talento qualificado continua a ser uma das principais prioridades» da empresa. «É também um dos nossos maiores desafios; e este programa revela-se fundamental para captar jovens em início de carreira, numa área em que a procura pelo melhor talento continua a ser uma realidade.»

 

Inovação como palavra de ordem 
A assinatura da Celfocus “Empowering Innovation” reflete a importância que a inovação e o conhecimento têm para as tecnológicas que trabalham nas áreas da transformação digital. «Hoje existe um enorme dinamismo em termos de novos modelos de negócio suportados em tecnologia, e muitas empresas começam cada vez mais a pensar nos seus produtos e serviços com uma mentalidade digital», analisa Catarina Azevedo. «Isso requer a introdução constante de novas abordagens disruptivas. A inovação surge das necessidades imaginadas por empreendedores, mas que precisam ser realizáveis e muito fiáveis. Esse resultado só é possível com um forte conhecimento combinado de tecnologia e de negócio», defende.

O trabalho realizado pelas universidades na formação e qualificação dos alunos surge como um ponto de partida altamente exigente para as empresas, sobretudo em termos de gestão de expectativas dos recém-licenciados. «A realidade é que a própria tecnologia está em constante evolução, pelo que a formação interna numa empresa é um elemento altamente diferenciador para competir e estar na frente», acredita a head of People. «Isso faz com que a escolha dos recém-licenciados se centre muito na vontade de cada um aprender e na vontade de se desenvolver.»

Para 2021, na área formativa, Catarina Azevedo revela como prioridades o desenvolvimento da capacidade de aprender novos conhecimentos, a preparação para enfrentar mudanças rápidas e a capacidade de adaptação. «Os domínios técnicos são cada vez mais variados e vastos e, por isso, muitos dos especialistas do futuro vão precisar de mudar várias vezes. Isso é verdadeiramente estimulante para quem trabalha em tecnologia», acredita. E conclui: «As empresas líderes precisam de estar preparadas para suportar essa transição, e a formação na Celfocus tem, por isso, uma enorme prioridade.»

 

Este artigo faz parte do Especial “Academias de Formação”, publicado na edição de Março (n.º 123) da Human Resources, nas bancas.

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