
Catarina Paiva, Turismo de Portugal: Efeito borboleta na Gestão das Pessoas
Catarina Paiva, administradora no Turismo de Portugal, faz notar que «tal como no efeito borboleta, quaisquer decisões e acções que se tome (ou que não tome) relativas à forma como gere e lidera as equipas terão repercussões maiores no futuro».
«Edward Lorenz formou-se em Matemática na Universidade de Harvard e doutorou-se em Meteorologia no MIT e é o autor da metáfora “The Butterfly Effect”. Vejamos o exemplo desta história: “Imagine que está a caminhar pela rua e, de repente, baixa-se para apertar um sapato. Atrás, vem um senhor a caminhar e traz um café muito quente nas mãos, mas não se apercebe da sua presença e derrama o café e queima-se. Acaba por ter de ir ao hospital receber tratamento. Esse senhor é piloto de avião e, devido ao acidente, não consegue chegar a tempo para um voo que tinha previsto. Consequência disso, o voo atrasa-se. Uma das passageiras ia a uma entrevista de emprego e, como não chegou a tempo, perdeu a vaga. Outro passageiro, um homem que viajava para casar e deixou a noiva à espera sozinha no altar. E ainda dois irmãos que queriam despedir-se da avó, que sofria uma doença terminal, não o conseguiram fazer.”
O efeito borboleta e a teoria do caos consiste na ideia de que pequenas mudanças ou acontecimentos (aparentemente inofensivos) podem desencadear alterações drásticas, profundas e imprevisíveis ao longo do tempo.
A Gestão de Pessoas, que, na sua essência, já é algo desafiador, assume no contexto actual uma importância ainda maior, impulsionada por um contexto global de grande volatilidade, sugerindo que cada vez mais os desafios e riscos do capital humano e, consequentemente, os riscos empresariais estão interligados e conectados.
No LVII Barómetro da Human Resources, quando questionados sobre qual será o papel dos gestores de Recursos Humanos no futuro, cerca de 40% referem que deverá ter um papel mais transformacional, por oposição a um mais operacional, administrativo e analítico: a gestão remota que alterou formas de relacionamento entre empregadores e empregados, a força de trabalho diversificada e em contexto intergeracional, a escassez de talentos, a saúde mental e o bem-estar dos colaboradores são alguns dos desafios que as empresas enfrentam hoje, e a forma e a forma como os gerem determina uma acção – consequência que afecta desde a pessoa à equipa, à cultura da organização e aos objectivos organizacionais.
Tal como no efeito borboleta, quaisquer decisões e acções que tomamos (ou que não tomamos) relativas à forma como gerimos e lideramos as nossas equipas terão repercussões maiores no futuro.»
Este testemunho foi publicado na edição de Dezembro (nº.168) da Human Resources, no âmbito da LVII edição do seu Barómetro.
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