Católica-Lisbon: «Liderar uma área como esta é, acima de tudo, um exercício de escuta.»

Nuno Moreira da Cruz, dean da Formação de Executivos da Católica-Lisbon, destaca a importância da escuta activa na liderança. Após um ano no cargo, reforça o compromisso com uma formação contínua e estratégica alinhada aos desafios reais do mercado.

 

Assumiu a liderança da Formação de Executivos da Católica-Lisbon há cerca de um ano e, desde então, tem procurado transformar a forma como os líderes aprendem, pensam e se posicionam no mercado. Nesta entrevista à revista Human Resources, fala sobre o percurso até aqui, o que o inspira e as apostas que a Formação de Executivos da Católica-Lisbon está a fazer para preparar os profissionais de hoje… e de amanhã.

 

É dean da Formação de Executivos da Católica-Lisbon há um ano. Que balanço faz deste primeiro ano no cargo?
Tem sido uma viagem intensa, mas muito gratificante. Desde o início, a minha visão foi clara: o nosso papel tem de ir além da oferta de programas. Queremos ser verdadeiros parceiros estratégicos para as empresas, ajudando os seus líderes a enfrentar os desafios reais do dia–a-dia. E o mercado tem confirmado que esse é o caminho certo. Cada vez mais, a formação não é vista apenas como um momento pontual, mas como uma jornada contínua de desenvolvimento.

 

Que aprendizagens mais o marcaram desde que assumiu esta função?
O que mais me marcou foi perceber o impacto real que uma formação bem pensada pode ter. Não só em termos técnicos, mas sobretudo na forma como os profissionais se posicionam como líderes — mais conscientes, mais humanos e mais preparados para tomar decisões com impacto. Também aprendi que liderar esta área exige uma escuta activa: perceber o que move as pessoas, compreender os contextos organizacionais e ajustar com agilidade o que oferecemos.

Os estudos de mercado que conduzimos mostraram-nos de forma clara aquilo que a Católica-Lisbon deve continuar a fazer para se manter relevante.

 

Quais foram as principais mudanças ou inovações que procurou implementar desde que chegou à direcção da Formação de Executivos da Católica-Lisbon?
O nosso foco tem sido aproximar a formação da realidade concreta de quem lidera. Trouxemos temas como a sustentabilidade, inteligência artificial (IA) e liderança para o centro da discussão. Apostámos em metodologias mais interactivas, em formatos flexíveis e numa lógica mais personalizada, porque cada organização tem as suas especificidades. Hoje, a formação vai muito além da sala de aula: começa antes, com um bom diagnóstico, e prolonga-se no “depois”, onde a avaliação de impacto é fundamental. A Católica-Lisbon tem estado a redesenhar esta experiência de aprendizagem com esse olhar mais completo.

 

Que competências considera essenciais para os líderes de hoje… e de amanhã?
Acredito que três competências serão absolutamente críticas: autoconhecimento, adaptabilidade e coragem. O desafio não é “saber tudo” — isso é impossível, até pela velocidade a que tudo muda. É preciso saber aprender, saber ouvir e ter a coragem de liderar com empatia e propósito. “Liderar com o coração”, no fundo. E isso implica lembrar que estamos a lidar com pessoas, não com números ou relatórios.

 

Que novidades podemos esperar da Formação de Executivos da Católica-Lisbon nos próximos tempos?
Estamos a reforçar o nosso posicionamento internacional, com mais parcerias com escolas e empresas de referência, com a ambição de atrair mais executivos estrangeiros para formação em Portugal. Ao mesmo tempo, continuamos profundamente comprometidos com os mercados de língua portuguesa, onde temos uma presença forte e crescente. A nossa oferta — desde os Programas Abertos às Pós-Graduações e Mestrados Executivos, passando também pelos Programas Customizados — está a ser actualizada com os temas mais relevantes da actualidade e com experiências mais imersivas e transformadoras. Queremos formar líderes preparados para actuar em qualquer parte do mundo.

 

O que mais o motiva neste trabalho?
Saber que, de alguma forma, estamos a contribuir para formar líderes melhores. E quando digo “melhores” não me refiro apenas a mais eficazes. Refiro-me a líderes mais conscientes, mais atentos às suas equipas e ao impacto que geram. A formação é uma das ferramentas mais poderosas para mudar mentalidades e transformar culturas organizacionais e isso é profundamente motivador.

 

Que conselho deixaria a quem pretende investir no seu próprio desenvolvimento como líder?
Diria apenas isto: não espere pelo “momento certo” e não delegue esta responsabilidade a terceiros. Crescer como líder exige prática, curiosidade e abertura. É como treinar para uma maratona: começa-se com pequenos passos, mas com consistência, humildade e vontade de evoluir. Só assim se chega muito longe. E a boa notícia é que nunca é tarde para começar.

 

Este artigo faz parte do Caderno Especial “Formação” que foi publicado na edição de Junho (nº. 174) da Human Resources.

Disponível nas bancas e online, na versão em papel e na versão digital.

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