CEGOC: Os impactos da pandemia na formação

A pandemia não chegou para “beliscar” a área de formação na Cegoc, mas há inevitavelmente mudanças face ao estado das coisas desde há um ano e meio.

 

O crescimento da digitalização e o desenvolvimento de novas competências são hoje uma realidade incontornável com impacto na área da formação. Sobre as áreas mais procuradas hoje, Cátia Silva, head of Open Courses Business Development e Multimodal Learning & Development Advisor na Cegoc, considera que «o contexto dos últimos meses veio reforçar a necessidade de desenvolver competências na área das tecnologias da informação, mas não só. Tem sido visível a contínua aposta das organizações no desenvolvimento de competências inerentes ao teletrabalho (liderança remota de equipas, comunicação à distância, etc.), bem como uma elevada preocupação das organizações no bem-estar dos seus colaboradores (well being, resiliência, etc.)». Do mesmo modo, houve impacto nos conteúdos programáticos, «na medida em que lançámos novos produtos, pensados e delineados para responder às exigências e especificidades deste novo contexto, mas não só. Criámos soluções como as Virtual Classrooms, que permitem adquirir uma competência específica num curto espaço de tempo, e não só actualizámos os nossos percursos de aprendizagem como introduzimos, sempre que necessário, respostas aos desafios actuais».

No que diz respeito à formação específica no sector de Recursos Humanos, Maria João Ceitil, HR Consulting coordinator na Cegoc, afirma que a oferta «está essencialmente centrada nas novas abordagens da agilidade, flexibilidade e foco na experiência e transformação efectiva das organizações e das práticas GRH. Consideramos que estes são os factores que valorizam a nossa oferta, no sentido de se direccionarem concretamente para os resultados a alcançar e estarem desenhados numa lógica não apenas das “best practices” actuais, mas sim nas “next practices” a implementar».

Delinear estas “next practices” é particularmente importante num contexto em que «a pandemia veio não apenas impulsionar algumas das tendências que se vinham a verificar nos Recursos Humanos, mas acima de tudo trazer ao de cima a necessidade urgente de novas formas de gerir pessoas nas organizações e de repensar os modelos tradicionais de GRH, exigindo aos profissionais da área um novo set de competências completamente distintas», acrescenta Maria João Ceitil.

A formação das lideranças num contexto de profunda transformação reveste-se também de uma importância especial nos dias de hoje, em que os modelos de trabalho se alteraram e se tornam necessárias, por isso, diferentes formas de gestão de pessoas. Maria João Ceitil considera que «a formação e o desenvolvimento dos líderes são um factor crítico para qualquer organização que queira ter sucesso num mundo cada vez mais instável. Se esta era já uma premissa inegável, ela torna-se ainda mais preponderante quando as organizações, mais do que se adaptarem, precisam hoje de se reinventar totalmente, reinventando também as suas lideranças».

Cátia Silva destaca que as necessidades que as empresas pretendem colmatar através de formação são diversas, mas o objectivo é comum «apoiar os colaboradores no processo de transformação imposto pelo contexto, melhorar a sua performance e aumentar a competitividade das equipas e da própria organização. Para isso, investem em equipas mais restritas (equipas comerciais, gestores de projectos, etc.) ou na organização como um todo, dependendo do seu contexto, realidade e objectivos específicos».

Para se manterem actualizados, os profissionais de Recursos Humanos devem manter-se «curiosos», diz Maria João Ceitil. «Temos hoje um acesso muito maior e mais facilitado a uma quantidade imensa de informação, pelo que o factor-chave para nos mantermos actualizados passa apenas pela nossa determinação. Depois disso, o aspecto decisivo será escolher os canais adequados e garantir que escolhemos soluções de formação e de informação rigorosas, consistentes e devidamente credenciadas, pelo que aconselhamos a que verifiquem sempre as abordagens científicas e sustentação teórica das diferentes ofertas e fontes de informação disponíveis no mercado».

Os próximos anos, prevê a HR Consulting Coordinator da CEGOC, «serão marcados pela incorporação das que têm sido nos últimos anos as grandes tendências em GRH, principalmente a digitalização, a agilidade e a importância da Employee Experience. O futuro passa por estes temas, precisamente por estarem na base de uma cultura de trabalho diferente e diferenciadora, que aposta na flexibilidade, no bem-estar, na simplificação e no foco em resultados, colocando as pessoas no centro efectivo das organizações».

Maria João Ceitil acrescenta que «é impossível pensarmos hoje no futuro sem considerarmos os inúmeros impactos que a pandemia já teve, tem hoje e ainda terá. Temos visto que em termos sociológicos todas as gerações têm provocado mudanças de paradigmas pelo que teoricamente, terão o seu lugar transformador, mas a pandemia é um evento tão marcante e transformador que dificilmente iremos assistir a mudanças de paradigmas que não sejam influenciadas por este evento».

 

Este artigo faz parte do Caderno Especial “Formação”, publicado na edição de Junho (n.º 126) da Human Resources, nas bancas.

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