Como a Coca-Cola assegurou o negócio em Portugal em plena pandemia

A COVID-19 obrigou a Coca-Cola European Partners a adaptar a sua oferta às novas exigências do mercado, mas a sua principal preocupação foi sempre o bem-estar dos seus colaboradores.

 

Por Sandra M. Pinto

 

Venderam a primeira Coca-Cola em Portugal a 4 de Julho de 1977, mas a fábrica de Azeitão só foi inaugurada em Junho de 1978. Em 2016, surge a Coca-Cola European Partners, sendo esta, neste momento, a maior empresa engarrafadora independente da Coca-Cola do mundo com base em receitas. «A fábrica de Azeitão é hoje um importante motor da economia local e nacional, tanto no que se refere à criação de emprego e à sua capacidade de produção – 90% dos produtos que consumimos em Portugal são produzidos em Azeitão –, mas também devido ao seu forte envolvimento com a sociedade portuguesa», faz notar Márcio Cruz, director de Comunicação da empresa em Portugal.

Com 420 colaboradores, distribuídos por todo o País, a Coca-Cola European Partners estava a iniciar 2020 como um bom ano «com previsões de crescimento», garante o responsável. Devido ao encerramento de vários estabelecimentos do canal HORECA, o qual representa para a empresa uma parte importante do seu negócio, viram-se obrigados a adaptar a sua oferta à restante procura dos clientes, nomeadamente reforçando a oferta no canal de consumo em casa.

Por outro lado, grande parte da equipa comercial ficou em teletrabalho, prestando suporte aos clientes a partir das suas casas, mantendo o contacto diário e analisando as dificuldades e necessidades individuais de cada cliente. «A nossa principal preocupação foi a de tentarmos garantir a segurança dos nossos colaboradores», afirma Márcio Cruz. «Não recorremos ao lay-off e estamos a fazer tudo para continuarmos a garantir o negócio em Portugal.»

A Coca-Cola European Partners privilegiou o teletrabalho sempre que a função o permitisse, mas, «a quem teve de permanecer fisicamente no local de trabalho pela natureza das suas funções, como, por exemplo, na linha de produção, foi dado um bónus mensal de até 500 euros». No entanto, cerca de 70% dos colaboradores estiveram em teletrabalho durante os meses de Março, Abril e Maio.

 

Agir perante o imprevisível
Tal como em muitas outras empresas, a pandemia veio acelerar o trabalho de transformação digital, que no caso da Coca-Cola European Partners já estava a ser realizado. «As equipas internas afectas a estes processos trabalharam arduamente para que todos tivéssemos acesso ao maior número de ferramentas colaborativas, num curto espaço de tempo, com qualidade de conectividade», sublinha o director de Comunicação. Os colaboradores responderam todos de forma muito pró-activa, fazendo com que todo o processo decorresse sem problemas. «Apostámos também muito na formação e no desenvolvimento de competências de gestão, com milhares de horas de formação registadas durante estes meses», revela.

Tendo como a sua principal preocupação assegurar o bem-estar de todos, reforçando as medidas de segurança na fábrica, suspendendo actividades presenciais não essenciais e dando de imediato a possibilidade e as ferramentas de teletrabalho, a Coca-Cola European Partners teve a intenção de que «todos os que estavam em teletrabalho, apesar de estarem em casa, sentissem o mesmo espírito de equipa, que continuávamos a trabalhar e a precisar do contributo e participação de cada um».

Para isso, a empresa reforçou a sua Comunicação Interna, com o envio frequente de informação acerca das medidas que estavam a ser implementadas, solicitando a colaboração e partilha por todos. «Pedimos que partilhassem imagens/vídeos do seu dia-a-dia em teletrabalho, para divulgar nas newsletters internas, para que o sentimento de pertença não se desvanecesse, enaltecendo a importância de cada um dos colaboradores, e reforçando o mote de que “estamos aqui”, com os colaboradores, os clientes e a comunidade», sublinha Márcio Cruz. A empresa apoiou-se muito nas plataformas internas já existentes direccionadas à gestão de talento e gestão de informação, mas acabou também por lançar, em plena pandemia, uma rede social interna, «com muita adesão de toda a empresa».

Contudo, o responsável reconhece que foi difícil para muitos colaboradores conjugar o teletrabalho com o tempo dedicado à família e ao descanso. Conseguir este equilíbrio foi uma preocupação dos líderes da Coca-Cola European Partners. «O bem-estar dos colaboradores sempre foi uma das nossas prioridades, especialmente numa situação como a actual. O equilíbrio entre a vida profissional e a vida familiar foi uma questão para todos, nesse sentido procurámos garantir que todos os colaboradores teriam todas as ferramentas necessárias para trabalhar a partir de casa, sendo que a flexibilização dos horários e tarefas de cada um foi ainda mais expressiva», garante Márcio Cruz.

Leia o artigo na íntegra na edição de Agosto (nº. 116)  da Human Resources, nas bancas.

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