Como desenvolver competências do futuro e apoiar a reconversão de perfis

Perante um mercado de trabalho cada vez mais digital, a Accenture identificou as principais competências que serão exigidas num futuro próximo, que não serão só tecnológicas. As competências pessoais também estarão em destaque. Para desenvolver ambas, criou a plataforma +Digiaula, de acesso gratuito.

 

Por Sandra M. Pinto

 

Foi em Fevereiro deste ano que nasceu a +Digiaula, uma plataforma que tem como finalidade ir ao encontro da estratégia de responsabilidade corporativa da Accenture e como foco o desenvolvimento das competências do futuro e o apoio à reconversão de perfis. «Na sequência de um estudo efectuado pela Accenture, foram identificadas as principais competências que serão exigidas pelo mercado de trabalho num futuro próximo, fruto da transformação digital que se vive», enquadra Patrícia Faro Antunes, directora de Corporate Citizenship e Sustentabilidade da consultora em Portugal. «Nesse contexto, sentimos como devemos devolver à sociedade uma oferta de activos muito concreta, que permita que os desafios trazidos às organizações e à sociedade como um todo possam vir a ser ultrapassados.»

Assim, a plataforma +Digiaula veio dar resposta a uma necessidade crescente de desenvolvimento de competências, que permitam que as pessoas estejam mais preparadas, quer para um mercado de trabalho cada vez mais digital, quer para a transformação das funções como a que estamos – e vamos continuar – a assistir. Patrícia Faro Antunes reitera que «é fundamental antecipar essa necessidade, quer numa óptica de retribuição à sociedade, quer numa óptica de necessidade do mercado para estes perfis cada vez mais digitais». E acrescenta que a plataforma se foca igualmente nas competências pessoais, em diferentes níveis de profundidade, uma vez que «são também fundamentais para a evolução e uma melhor adaptação à transformação ou mudança que está já a ocorrer».

Através da plataforma +Digiaula, a Accenture Portugal pretende chegar ao maior número de pessoas, impactá-las e permitir que evoluam, numa perspectiva de desenvolvimento profissional e pessoal. Por esse motivo, «dirige-se a qualquer pessoa que pretenda desenvolver competências digitais e pessoais, considerando diferentes níveis de profundidade dessas competências».

 

Todos os conteúdos gratuitos
Para avaliar os seus conhecimentos com vista a escolher a oferta que melhor se lhes adequa, os utilizadores da plataforma podem começar por realizar uma avaliação das competências digitais pessoais, para que a plataforma possa sugerir, de acordo com os resultados dessa avaliação, quais os cursos e competências que o utilizador deve aprofundar. «Além dos conteúdos, o algoritmo de avaliação de competências é uma das grandes mais-valias da plataforma +Digiaula, por permitir o desenho de uma formação à medida das necessidades de cada pessoa», assegura a directora de Corporate Citizenship e Sustentabilidade. Mas será que podemos falar em “personalização” da oferta? «Sim, sem dúvida», responde. «Considerando os resultados da avaliação que o utilizador pode fazer às suas competências e/ou aos principais interesses que o utilizador possa ter, poderão ser recomendados ou sugeridos pela plataforma terminados cursos ou competências a desenvolver.»

A oferta de conteúdos é muito variada, estando disponíveis 41 cursos de competências pessoais e 12 cursos que apresentam diversas temáticas, desde as mais conceptuais do mundo e tecnologias digitais, às relacionadas com a cibersegurança, colaboração em rede e às ferramentas de suporte à procura de emprego.

Sendo a plataforma +Digiaula totalmente gratuita, bem como todos os cursos que são apresentados, para aceder basta entrar no site e efectuar o registo do utilizador, podendo de imediato começar a utilizar. Sendo uma aposta recente da Accenture, ainda não é possível perceber quais os cursos mais “populares” e os perfis dos profissionais que mais procuram a plataforma, mas Patrícia Faro Antunes acredita que «a procura por temas digitais deverá ser prioritária, uma vez que se tratam de temáticas que estão a evoluir a uma velocidade sem precedentes, tornando-se incontornável a necessidade de aquisição de competências para fins pessoais e profissionais». Sobre os perfis mais adequados à utilização da plataforma, avança «serem os de qualificações médias/baixas, que pretendam melhorar as suas competências, numa perspectiva de evolução dentro do seu contexto profissional ou de ambição por uma nova oportunidade».

 

Para diferentes perfis
Poderia pensar-se que a pandemia não é o contexto ideal para lançar novos projectos, mas neste caso veio intensificar a sua urgência e necessidade no mercado. «O actual contexto veio acelerar a digitalização da sociedade e os efeitos da mesma na destruição de emprego, o que irá obrigar muitas pessoas a procurar novas oportunidades de emprego, a maioria das quais exigindo competências digitais», insiste a responsável.

Em alguns contextos de maior vulnerabilidade e de baixos níveis de escolaridade, a Accenture considera mesmo que a plataforma +Digiaula pode, de facto, ser uma ferramenta essencial para que os desafios da digitalização sejam ultrapassados e, adicionalmente, a variada oferta que a mesma disponibiliza seja importante para dar resposta a necessidades de desenvolvimento dos mais variados perfis ou funções.

Por outro lado, e com a implementação do teletrabalho, surgiram novas necessidades para muitos profissionais, também ligadas ao uso de novas ferramentas tecnológicas. E, mais do que nunca, é igualmente importante ter mais meios à disposição dos profissionais que não queiram apenas procurar emprego, mas embarcar em novos desafios profissionais.

«Seja qual for o perfil ou objectivos de um profissional, é fundamental que se continue a evoluir», faz notar Patrícia Faro Antunes, para quem o desenvolvimento de competências deverá ser um foco constante de qualquer profissional, para a sua evolução e sucesso. «Para isso, ter acesso a ferramentas que o permitam fazer é algo que consideramos ser muito importante, para que possamos dar a nossa contribuição para uma sociedade mais inclusiva, equitativa e justa.»

 

Desafios do futuro
No contexto pré-COVID já se viviam tempos de enorme transformação digital nas empresas e na sociedade como um todo, e onde já se previam grandes mudanças naquilo que era o mercado de trabalho, nomeadamente no desaparecimento e ou reformulação de funções, bem como no aparecimento de novas funções muito voltadas para o digital e para as novas tecnologias. Mas, agora, mesmo com alguma desaceleração da actividade económica, a velocidade da evolução tecnológica acelerou.

O teletrabalho forçado, inclusive em empresas sem essa prática, obrigou a antecipar a mudança em determinadas funções e com ela, a exigência de desenvolvimento de competências digitais. A plataforma +Digiaula está a acompanhar a mudança e as necessidades do mercado, estando previstas mais novidades para breve, nomeadamente a introdução de competências mais técnicas como as de programação, revela.

Sobre as tendências que se vão destacar a curto e médio prazo, é incontornável o tema do teletrabalho. «Parece ter conquistado uma espécie de lugar ao Sol», diz a responsável. Se antes era visto como uma excepção, já há alguns estudos que prevêem que 30 a 50% dos trabalhadores se mantenham em trabalho remoto, mesmo após a pandemia. «Isto terá implicações na forma como e onde vivemos, mas também no mercado de trabalho em si, que passará a ter fronteiras muito mais alargadas que as estritamente nacionais», antecipa Patrícia Faro Antunes.

A Accenture acredita que as ferramentas digitais que a plataforma +Digiaula disponibiliza facilitarão o acesso a este mercado de trabalho mais alargado, qualificando a população activa e abrindo- -lhe mais possibilidades. «Por outro lado, a generalização da formação online veio trazer uma democratização de acesso até agora difícil de obter, uma vez que, tipicamente, os centros de formação se encontram nas zonas urbanas», salienta. «Evoluímos para uma era de personalização, em que cada formando procura um percurso formativo à medida das suas necessidades de desenvolvimento e dos seus gostos pessoais.»

É neste espaço que a Accenture Portugal acredita «que a plataforma +Digiaula se enquadra e para o qual espera poder contribuir».

 

Este artigo foi publicado na edição de Abril (nº.124) da Human Resources.

Caso prefira comprar online, tem disponível versão papel e versão digital.

Ler Mais