É assim que o primeiro unicórnio português está a atrair os melhores talentos
A Farfetch tem 12 anos de existência e mais de 4500 colaboradores, de 40 nacionalidades distintas, em 14 localizações. Para dar resposta à falta de perfis de tecnologia no mercado e captar o melhor talento, lançou o programa Plug-in. Vai já na sua quinta edição.
Por Sandra M. Pinto
Lançada em 2008, a Farfetch liga clientes em mais de 190 países a produtos de mais de 1200 marcas, boutiques e lojas do mundo. É a primeira startup com ADN português a tornar-se num unicórnio (empresa com uma avaliação superior a mil milhões de dólares) e uma das plataformas de comércio online que mais cresce no segmento da moda de luxo. E a equipa, claro, também tem crescido.
É precisamente como resposta à necessidade da empresa em antecipar a médio-longo prazo a falta de perfis de tecnologia no mercado, que, em 2016, a Farfectch lançou o programa Plug-In que, na sua primeira edição, contou com a participação de 25 estagiários. «Sentimos a urgência de desenvolver um programa de aceleração estruturado, que fosse capaz de proporcionar uma experiência única a todos aqueles que ingressam no mercado de trabalho», partilha Ana Sousa, VP People da tecnológica luso-britânica.
Idealizado como um programa de estágios remunerados, destinado a recém-graduados que tenham até dois anos de experiência profissional e que sejam «profissionais motivados e com vontade de adquirir novos conhecimentos», o Plug-In tem como objectivo ser um meio privilegiado para os jovens darem o salto entre o mundo do ensino e o profissional. «É um programa que oferece uma proposta de valor única», garante Ana Sousa.
«Os estagiários têm a oportunidade de impactar a indústria da moda e do comércio, fazendo parte de uma comunidade global e de uma empresa revolucionária.»
E continua: «Na Farfetch, vão aprender e participar no desenvolvimento de uma plataforma tecnológica, integrados em equipas internacionais, em áreas críticas para o negócio e onde se trabalha todos os dias em soluções disruptivas e de enorme valor – que estão a revolucionar a indústria da moda e o futuro do comércio online. Tudo isto com o apoio de mentores da Farfetch, que proporcionam momentos de desenvolvimento ainda mais enriquecedores.»
No total das quatro edições já realizadas, o Plug-In recebeu 142 estagiários e apresenta uma taxa de retenção superior a 90%. Ou seja, quase todos os candidatos aceites no âmbito deste programa continuaram depois os seus percursos profissionais na Farfetch, o que é uma prova muito significativa da robustez do programa. «É um programa com enorme potencial e que vai naturalmente ganhando o seu espaço e até diferentes dimensões», afirma a responsável, dando como exemplo o lançamento, este ano, do Plug-in Mentoring for Girls, que vai oferecer mentoria a um número restrito de alunas que, em 2020, entrem na universidade, em cursos de Tecnologia, Engenharia ou Matemática. «Estamos a ir directamente à raiz de uma questão incontornável, que é o facto de haver poucas mulheres nas áreas de Tecnologia e Engenharia, apresentando um programa de mentoria com outras mulheres que já fizeram o mesmo caminho e que poderão apoiá-las no seu percurso de estudo e no conhecimento do mundo real.»
O estranho 2020
A edição 2020 acontece em plena pandemia, mas, mesmo nesta altura de maior incerteza provocada pela COVID-19, a Farfetch pretendeu, mais uma vez, reforçar a sua aposta no talento. «Claro que a situação actual encerra incertezas, portanto não sabemos que restrições podem estar em prática daqui a quatro meses, mas estamos preparados para fazer o onboarding deste grupo de forma remota, caso seja necessário», assegura Ana Sousa, fazendo notar que a flexibilidade já era uma realidade na Farfetch antes da pandemia. «Acima de tudo, vamos sempre dar prioridade ao bem-estar e à segurança física e psicológica das nossas pessoas, com respeito absoluto por todas as medidas impostas pelo governo e pelas autoridades de saúde.»
Leia o artigo na íntegra na edição de Agosto (nº. 116) da Human Resources, nas bancas.
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