Como estão os portugueses a encarar as novas formas de recrutamento? E são precisas mais ou menos entrevistas para conseguir o emprego?

Mais de metade (55%) dos profissionais portugueses sente-se igualmente confortável em entrevistas telefónicas como em entrevistas presenciais. Este número aumenta para 60% em entrevistas realizadas online. A conclusão é de um estudo da Michael Page que analisa como os profissionais portugueses encaram a experiência do processo de recrutamento.

 

O acesso a novas ferramentas de recrutamento é também referido por uma elevada percentagem de inquiridos, com 75% dos candidatos portugueses que apontam as ferramentas de vídeo, CVs e testes de personalidade como importantes no processo. Mais de metade (61%) admite já ter realizado testes de personalidade para analisar as suas competências.

No que diz respeito à duração dos processos de recrutamento, mais de metade, 52%, considera que a duração dos processos de recrutamento é demasiado longa.

Já 48% dos candidatos refere que o período de duração das entrevistas decorre entre duas semanas e um mês e 22% refere o prazo inferior a duas semanas para terminar o processo. Quanto ao número de entrevistas necessárias para se candidatar a um projecto ou trabalho, 49% refere que é entrevistado duas vezes e 30% realiza três entrevistas.

Os inquiridos referem ainda que durante o processo de selecção, chegam a ser entrevistados por duas pessoas (34%), 32% por três pessoas e 26% dos candidatos refere que as entrevistas são por vezes realizadas por quatro ou mais consultores de recrutamento.

A análise inclui ainda os métodos de recrutamento. De acordo com os inquiridos, entre os métodos menos utilizados, destacam-se as entrevistas de cenários (roleplays, escape games, gaming e testes técnicos), sendo que menos de quatro em 10 profissionais referem ter sido entrevistados através destes métodos.

«Os resultados revelados no estudo vêm demonstrar que as empresas de recrutamento têm de apostar na inovação e em processos transparentes e céleres, para serem uma fonte relevante de recursos cruciais para o mercado de trabalho em transformação. O factor humano continua a ser essencial, mas as organizações têm de se adaptar à nova realidade e modificar os seus processos, quer de recrutamento, quer de onboarding, privilegiando os meios digitais e métodos que valorizem o potencial dos colaboradores», disse Álvaro Fernández, diretor-geral da Michael Page Portugal.

Dos dados obtidos, destacam-se ainda a ambição da maioria dos candidatos (95%) em ter uma maior imersão na cultura da empresa durante o processo de recrutamento.

O estudo realizado pela Michael Page abrangeu 442 profissionais portugueses que foram entrevistados entre Abril e Junho de 2020. A duração e a transparência dos processos de recrutamento, os métodos e as ferramentas utilizadas para avaliar as competências dos candidatos, constituíram os principais critérios de análise.

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