
Consultora presente em Portugal vai despedir colaboradores que não estejam aptos a requalificação em IA. E contratar outros
No âmbito de uma estratégia de reestruturação mais ampla, que dará prioridade aos esforços de inteligência artificial (IA), a consultora Accenture delineou planos para dispensar colaboradores que não seja possível requalificar em IA, reporta a CNBC.
Numa teleconferência em finais de Setembro, a CEO, Julie Sweet, afirmou que, à medida que a IA avançada se torna «parte de tudo o que fazemos» e a empresa global de serviços profissionais continua a investir significativamente na área, espera que os colaboradores se «requalifiquem e se reequipem» em escala.
«Estamos a investir no upskilling dos nossos reinventores, que é a nossa principal estratégia», disse Sweet, explicando que a empresa está a «dispensar num prazo reduzido» profissionais para os quais o reskilling não é um «caminho viável».
Sweet disse que a Accenture já tinha requalificado 550 mil trabalhadores nos fundamentos da IA generativa e delineou um programa de optimização de negócio de 865 milhões de dólares com a duração de seis meses, que detalhava os custos associados a indemnizações e reduções de pessoal.
«Esperamos uma poupança de mais de mil milhões de dólares com o nosso programa de optimização de negócio, que esperamos reinvestir no negócio e nos colaboradores, pois é muito importante para o crescimento futuro. Por isso, esperamos reinvestir este valor, mantendo uma modesta expansão da margem», afirmou Angie Park, directora Financeira da Accenture.
Além dos cortes, a empresa continua a contratar e reforçou os seus talentos em IA, com 77 mil profissionais de IA e de dados em 2025, face aos 40 mil de 2023. A CEO afirmou que também espera aumentar o pessoal da empresa no próximo ano fiscal em mercados como EUA e Europa.
«A nossa estratégia número 1 é o upskilling, considerando as competências de que necessitamos, e temos muita experiência em qualificação profissional. Estamos a tentar, num calendário muito curto, onde não temos um caminho viável para a qualificação, despedir pessoas para que possamos obter mais das competências de que necessitamos», acrescentou Sweet.