Conversas sobre Employer Brand: O sector da Saúde em destaque

Com a pandemia, o bem mais precioso passou a ser também o mais frágil e incerto. Muito se tem falado do sector da saúde e dos seus profissionais, mas de que forma têm sido acompanhados aqueles que cuidam de todos? Em plena crise, como se gerem pessoas com um papel fundamental em tirar-nos dela? Como gerir o volume de trabalho e a intensidade emocional que podem resultar em esgotamento? Para dar resposta a estas e outras pessoas, a Randstad reuniu para uma mesa redonda Anabela Lobo de Carvalho, directora de Recursos Humanos do Grupo Luz Saúde, Susana Moreira da Silva, directora de Recursos Humanos do Grupo Lusíadas Saúde, Ana Guimarães, directora de Recursos Humanos da Hovione e Marlene Fernandes, directora de Outsourcing da Randstad Portugal.

 

No estudo Randstad Employer Brand Research 2021, recentemente divulgado, o sector da indústria ocupa o 2º lugar em matéria de atractividade para trabalhar. No top 3 de EVP (Employer Value Proposition) encontra-se em primeiro lugar o crítério de saúde financeira, que é o sexto da preferência global dos portugueses; em segundo lugar, o critério de boa reputação, que é o 16º mais importante para os portugueses; e em terceiro lugar o critério de Covid-19 local seguro para trabalhar, o 8º de maior relevância para a generalidade dos inquiridos no estudo da Randstad. Neste sector, a empresa mais atractiva para trabalhar é o Hospital da Luz.

Se tiver interesse em conhecer o estudo na íntegra, solicite aqui.

Em destaque

  • Apesar de ter descido para o segundo lugar em atractividade para trabalhar desde o ano passado, a continuidade do sector num lugar de topo é um sinal positivo. No contexto da pandemia, o sector ganhou uma ainda maior visibilidade. Considerando os desafios que os profissionais tiveram de ultrapassar e a sua exposição nos meios de comunicação social, o sector pode ter começado a ser percepcionado com algum medo devido à pandemia.

 

  • Os critérios de EVP onde o sector da saúde se destaca não são aqueles que os portugueses consideram mais importantes. Isto deve-se principalmente a uma questão de percepção dos inquiridos.

 

  • Gerir pessoas neste contexto de pandemia foi um enorme desafio para o sector da saúde porque os hospitais recebiam novas instruções da DGS todos os dias, várias vezes ao dia. Esta informação tinha de ser recebida, interpretada e transmitida a todos os colaboradores.

 

  • Flexibilidade, comunicação e formação foram muito importantes. Os colaboradores ficavam mais tranquilos quando tinham conhecimento do que estava a acontecer. Foi muito importante manter um diálogo constante para os colaboradores continuarem a trabalhar com algum alento.

 

  • Outro desafio foi a necessidade de deslocar profissionais habituados a outras áreas dos hospitais para as unidades de cuidados intensivos. Os profissionais de saúde estavam muito preocupados com a possibilidade de levarem a doença para casa, para as suas famílias. Nessa medida, a reacção é a mesma que a de profissionais de outras áreas. Por isso foram criadas camaratas dentro dos hospitais e acordos com hotéis para que os profissionais não tivessem de ir para casa durante aquele período.

 

  • Os contact centers ganharam outra relevância (no sector da saúde e não só) por serem um canal que podia ajudar as pessoas num contexto em que elas não podiam sair de casa para marcar uma consulta ou mesmo realizar uma teleconsulta.

 

  • O Employer Brand é trabalhado através de iniciativas internas e externas, muitas vezes relacionadas com datas importantes para o empregador ou de âmbito geral, como o dia do Pai, Mãe, etc. Os hospitais têm muitos perfis que não apenas os médicos e enfermeiros. Existe uma grande diversidade e tem de haver estratégias diferentes para atrair estes profissionais.

 

  • O recrutamento de profissionais de saúde também passa pela componente social e de comunicação. Às competências técnicas devem aliar-se a humanidade e a forma de lidar com os outros. É também importante o alinhamento com a missão e os valores das empresas.

 

  • O mundo do trabalho não voltará a ser o que era antes da pandemia. Já existem candidatos a determinadas funções não médicas que têm como requisito trabalhar em casa. A segurança de traballhar remotamente vai ser uma tendência crescente, mas a cultura das empresas enquanto colectivo vai ressentir-se. Apesar dos desafios, muito resultou na experiência do teletrabalho, e é por isso que ele irá continuar. Colaboração, confiança e capacidade de liderança serão críticos no novo mundo do trabalho.

 

Assista aqui ao debate, na íntegra:

 

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