COVID-19: A maioria (94%) das empresas de Turismo e Restauração não fez despedimentos em Março

A maioria (94%) das empresas de alojamento turístico, restauração e bebidas não efectuaram despedimentos em Março. Esta é uma das conclusões de um inquérito da Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), para apurar os efeitos que a pandemia está a causar na actividade das empresas do sector.

 

O inquérito revela ainda que das 6% de empresas que efectuaram despedimentos, 44% referiu ter extinguido um posto de trabalho. E que 30% das empresas não conseguiu pagar salários em Março e 63% refere não ter capacidade para pagar salários em Abril, caso não consigam ter apoios.

Impacto na facturação
O estudo mostra também que 74% das organizações, refere já não estar em funcionamento, e cerca de 58% não tem uma previsão de abertura.

No que respeita à facturação do mês de Março, cerca de 44% das empresas inquiridas referiu ter registado uma quebra superior a 80% quando comparado com Março do ano passado. Mais de 80% estima não registar qualquer facturação no mês Abril.

Tendo em conta as estimativas de facturação para Abril, Maio e Junho, e a capacidade de suportar os encargos habituais (pessoal, luz, gás, água, rendas (se for arrendatário), encargos financeiros entre outros fornecedores), 42% das empresas referiu que em Abril não vai conseguir cumprir com os compromissos, em Maio, 54% das empresas também não vão ter essa capacidade, e no mês de Junho, 58%.

Perante esta incapacidade de cumprir com os encargos e compromissos da sua actividade, 17% das empresas admite avançar directamente para insolvência, 29% tem essa intenção, e 33% das empresas não sabe se irá avançar ou não para insolvência;

 

Lay-off
O inquérito revela que 49% das organizações vai recorrer ao lay-off, e 21% ainda não decidiu se vai avançar para lay-off. Já 74% das empresas referiu que o lay-off é para aplicar à totalidade dos trabalhadores e 75% vai colocar os trabalhadores com suspensão total da prestação de trabalho, 18% com redução parcial de horário e 7% refere ter os trabalhadores nas duas situações.

Além disso, 70% das empresas não terá capacidade para pagar os 2/3 da remuneração dos trabalhadores, caso a Segurança Social não entregue o respectivo apoio, antes do final d mês de  Abril.

 

Apoios financeiros
Em relação aos apoios financeiros, 77% das organizações indicou não ter recorrido aos apoios financeiros disponibilizados no âmbito do COVID-19.

Das empresas que recorreram às linhas de apoio, 56% indicou ter recorrido à linha de apoio à tesouraria do Turismo de Portugal e 58% refere que as linhas de apoio financeiro não são adequadas às necessidades das empresas, e indicam apoios a fundo perdido, isenção de impostos e encargos financeiros, como as principais soluções para apoiar o tecido empresarial;

O inquérito decorreu entre 1 e 3 de Abril de 2020, tendo-se obtido um total de 1819 respostas válidas, e representativas dos sectores da restauração e bebidas e do alojamento turístico.

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