COVID-19. A maioria das empresas pede retoma da actividade

A maioria das empresas (87%) é favorável a uma redução das restrições e retoma da actividade, havendo 26,9% sem liquidez para resistir mais de 30 dias sem apoios, segundo um inquérito realizado pela Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa. A notícia é avançada pela Lusa.

 

A 3.ª edição do inquérito “Juntos Podemos Salvar a nossa Economia”, da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa (CCIP), divulgado esta segunda-feira, mostra ainda que 77,5% das organizações está a sentir o impacto mais negativo no que se refere às vendas no mercado nacional e 51,9% ao nível da tesouraria, valores que traduzem um agravamento de, respectivamente, quatro e de oito pontos percentuais face à edição anterior.

O inquérito mostra também que, apesar de os instrumentos de apoio lançados pelo Governo para mitigar o impacto da COVID-19 na economia e na tesouraria das empresas, uma parte significativa afirma enfrentar momentos de incerteza e dificuldades.

Das empresas inquiridas, 26,9% garante que não resiste mais de 30 dias sem receber um apoio para as necessidades de tesouraria e 16,2% indica que já não vai conseguir cumprir as obrigações salariais e fiscais de Abril.

Ainda assim, três em cada 10 empresas revela ter capacidade para resistir mais de 90 dias sem apoios à tesouraria e 21,6% afirma ter capacidade para aguentar até 90 dias.

«Questionadas sobre a necessidade de recorrer às medidas de apoio lançadas pelo Governo, 43,8% refere que vai pedir o fraccionamento do pagamento de impostos, 38,1% que vai diferir os pagamentos à segurança social, 36,9% considera recorrer às linhas de crédito, e 30% indica que vai recorrer ao lay-off simplificado», refere o estudo, acrescentando que a análise individual das respostas mostra, por outro lado, que 17% das empresas inquiridas não irá recorrer, de imediato, a uma ou mais destas medidas.

O inquérito procurou também medir as respostas dos empresários neste âmbito, com os resultados a indicarem como principal constrangimento (53,1%) a imprevisibilidade legislativa decorrente das sucessivas alterações.

«A exigência da diminuição de facturação e/ou ‘ratings’ associados a certas medidas foi referida por 43,8% das empresas, a obrigatoriedade de resultados de exploração positivos por 23,1%, a obrigatoriedade de ter a situação regularizada face à Autoridade Tributária e Segurança Social por 9,4%, e as condições impostas aos sócios gerentes para aceder aos regimes de apoio à redução de actividade é referida por 33,1% dos inquiridos» conclui o estudo.

Esta 3.ª edição do inquérito da CCIP sobre o impacto da pandemia de COVID-19 no tecido empresarial resulta das respostas de 160 empresas de diversos sectores de actividade – comércio (18,8%), indústria (19,4%) e serviços (61,9%) – recolhidas entre 15 e 20 de Abril.

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