COVID-19. Estudo revela impacto da pandemia nas empresas e nos profissionais

O ano de 2020 será, provavelmente, lembrado como o ano em que o local de trabalho mudou para sempre. Desde as diferentes medidas de segurança adoptadas em cada empresa passando pelas teleconferências e o trabalho em casa, todos foram forçados a recriar as rotinas de trabalho.

 

Mas, a questão que todos colocamos, é a implicação de tudo isto no desempenho? Como a vida pessoal interfere na vida profissional? Quais os valores e princípios fundamentais que orientaram as empresas no primeiro confinamento? Enquanto os líderes estiveram expostos a questões muito difíceis em 2020, muitas pessoas fizeram descobertas transformadoras e procuraram explorar um novo potencial de desempenho.

O estudo COVID que o High Play Institute realizou entre Outubro e Novembro do ano passado, responde a estas questões e dá-nos indicadores que nos vão ajudar na terceira vaga da pandemia.

São estes oito dos principais insights do High Play Institute sobre o Estudo COVID-19:

 

1. A liderança das empresas foi rápida a adoptar respostas face à pandemia, e manteve-se próxima das pessoas
O estudo indica que embora todo este processo se tenha precipitado de um momento para o outro, os líderes foram muito rápidos na resposta ao COVID-19 com a criação de um plano de acção com efeitos imediatos (88%), e durante a fase de confinamento, tiveram a preocupação de comunicar com frequência com as suas equipas para explicar a situação actual, e os efeitos do COVID-19 (89%).

Numa perspectiva imediata e de curto prazo foram ágeis, o mesmo não se pode dizer no que diz respeito a uma orientação clara para o futuro, numa perspectiva a médio e longo prazos. Em cerca de 45% dos casos, a liderança não conseguiu ter um plano de acção a médio e longo prazos para comunicar às pessoas.

 

2. Estar em casa não é um problema, quando comparamos com as preocupações de diminuição do negócio da empresa e dos clientes
Entre 73% e 63% dos inquiridos referem que os desafios mais preocupantes estão relacionados com a diminuição dos fluxos de caixa para manter as pessoas e operações dos negócios, e os próprios clientes que também estão a ser afectados negativamente pela pandemia, respectivamente.

Quando comparamos estas preocupações com o desafio das pessoas estarem em casa a trabalhar afastadas da empresa e dos colegas (somente 42% refere isso como problema). Em contraste, percebemos que as primeiras representam os verdadeiros os desafios para a grande maioria das pessoas.

 

3. Em Outubro e Novembro de 2020, as pessoas já antecipavam que a retoma só iria acontecer com a chegada do Verão de 2021
O estudo mostra que quase 70% das pessoas olhando para os sinais da realidade tinha já a “intuição” que o primeiro semestre de 2021 seria provavelmente igual ou pior, e que a retoma só chegaria com alguns sinais positivos no segundo semestre de 2021.

Entre Outubro e Novembro de 2020, momento em que foi realizado este estudo, as pessoas estavam já com a viver o contexto da segunda Vaga da pandemia. Mesmo assim, cerca de 25% das pessoas, com mais optimismos, ainda acreditava que entre finais de Março e Junho do ano corrente o “pior” já teria passado.

 

4. As empresas estão preocupadas com o bem-estar das pessoas, mas, não existe uma comunicação clara das actividades planeadas para gerir o bem-estar das pessoas
Quase todas (98,7%) sente que as empresas estão preocupadas com o bem-estar das pessoas, sendo que destes quase 54% estão extremamente preocupados e têm uma atuação diária que expressa isso mesmo.

No entanto, percebemos que quase 52% não identifica um planeamento claro de actividades que promovam o bem-estar, nesta fase e pós-COVID-19. Fica a dúvida se este plano realmente existe.

 

5. Cerca de 70% das pessoas mantém-se a gerir rotinas de trabalho à distância ou num modelo híbrido
De acordo com o estudo, 30% das pessoas relatavam estar num modelo de trabalho presencial em Outubro/Novembro de 2020. A esmagadora maioria dos inquiridos permanecia num modelo de trabalho que envolvia distanciamento físico com algumas presenças nas instalações da empresa, frequentemente com equipas em espelho (38%). Isso, enquanto 32% permaneceram somente em trabalho remoto.

 

6. O cenário obrigou a um maior esforço das lideranças, as quais procuraram que a proximidade diminuísse a distância
O estudo revela que 88% dos inquiridos reconhece que os objectivos de trabalho e aquilo que era esperado de cada um foi comunicado com clareza pela liderança das suas equipas, e 86% recebeu feedback da sua liderança directa durante a fase de confinamento e sentiu graus de autonomia maiores no trabalho a realizar.

Tudo isto num cenário exigente, onde muitas pessoas sentiram que a falta de proximidade entre colegas acabou por prejudicar o trabalho desenvolvido (27% sentiu distanciamento, 53% somente alguma proximidade).

 

7. A pandemia e o confinamento generalizado acabaram por ter repercussões negativas na produtividade individual
Segundo o estudo, 43% dos inquiridos sente que a sua performance individual foi prejudicada, sendo que cerca de 20% discorda completamente que isso tenha acontecido, e 37% discorda moderadamente. Os factores que mais contribuíram para esta perca de performance individual foram: Stress (quase 47%), dificuldades na gestão do tempo (44%), equilíbrio da vida profissional-familiar (40%).

No entanto, este foi um período de adaptação e transformação, que trouxe muitas novidades às pessoas e novos hábitos. Á sua maneira, cada um, procurou integrar novas rotinas de trabalho com o objectivo de aumentarem o foco e a produtividade.

 

8. A liderança de topo é identificada com uma postura calma e não reactiva. Mas, ao mesmo tempo nem sempre envolve, nem escuta, as pessoas para traçar planos estratégicos para o futuro
O estudo mostra ainda que 21% dos colaboradores não se sente motivado nem com vontade de regressar à empresa. Na análise da antecipação de um momento Pós COVID-19, apenas 25% refere, com elevado sentimento de certeza, que a sua liderança directa expressa optimismo e confiança relativamente ao futuro.

Ao contrário da imagem que têm da liderança de topo, na qual mais de 40% dos inquiridos expressa que nesta fase tem uma postura calma e não reactiva. É ainda importante sublinhar que na análise dos factores pós-pandemia, surge-nos a referência sobre a não existência de momentos de reflexão e escuta das pessoas com o objectivo de ter um plano estratégico futuro (cerca de 40% dos inquiridos).

Quanto a acções mais simples de implementação, como sejam adaptação das instalações e das regras e procedimentos, 53% dos inquiridos reconhecem que a empresa foi eficaz e está preparada opara o futuro.

 

O estudo contou com 200 inquiridos de médias e grandes empresas, tendo 58% dos inquiridos responsabilidades de liderança nas suas organizações (17% liderança de topo; 49% liderança Intermédia; 32% supervisão de equipa). No universo auscultado, 64% são de uma faixa etária entre os 30 e os 50 anos de idade, e 25% têm menos de 30 anos.

Estudo completo aqui.

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