Criação de empresas diminui 23% em Novembro. Só o comércio online regista crescimento

Entre Junho e o final de Novembro, nasceram 338 empresas de comércio a retalho por correspondência ou via internet, quase o dobro face ao mesmo período do ano anterior (+91%). Os dados são do mais recente Barómetro da Informa D&B.

 

O Retalho é o único sector que mantém um crescimento na constituição de novas empresas desde o verão deste ano face ao período homólogo. Esta subida deve-se às novas empresas de comércio a retalho por correspondência ou via internet.

Até 30 de Novembro, todos os restantes sectores apresentam uma descida na constituição de novas empresas face aos mesmo períodos de 2019.

Segundo o barómetro, no mês de Novembro foram constituídas em Portugal 2 796 novas empresas, um recuo de 23% face ao mesmo período do ano passado. Numa análise quinzenal, este número está a revelar uma grande sensibilidade aos números da pandemia. As novas empresas tiveram uma quebra abrupta em Março e Abril, logo após a declaração do primeiro estado de emergência. Após alguma recuperação durante o verão, o número de novas empresas voltou a cair a partir da segunda quinzena de setembro.

Desde o início do ano, nasceram 34 549 empresas, menos 25% do que em 2019, ano que registou um recorde neste indicador.

Em 30 de Novembro, apenas 15,7% das empresas cumpriam os prazos de pagamento a fornecedores e no último mês o atraso médio aumentou de 27,1 para 27,4 dias.

O barómetro mostra ainda que os sectores com maior impacto à pandemia são aqueles onde mais cresce o número médio de dias de atraso nos pagamentos. Nestes sectores, o número médio dias de atraso aumentou três dias desde Fevereiro, sendo o exemplo mais significativo o do sector do Alojamento e Restauração, que neste período já aumentou em mais de uma semana (+7,6 dias) os atrasos de pagamento com os seus fornecedores, sendo atualmente de 37,4 dias.

 

Insolvências ao nível do início do ano
Depois da descida do número de novas insolvências nos meses de Março a Maio, desde Junho até 30 de Novembro, as novas insolvências (+12%) mostram tendências semelhantes às dos dois primeiros meses do ano (+11%), meses anteriores ao início do primeiro estado de emergência.

Neste período, os valores são semelhantes aos do ano passado na maioria dos sectores de actividade, mas com alguns sectores a apresentar já uma subida dos novos processos de insolvência, como é o caso do Alojamento e restauração, com 271 novos casos desde janeiro, mais 98 casos que no período homólogo.

As Indústrias mantêm-se como o sector com maior número de casos de novas insolvências (556 casos desde janeiro). Desde o início do ano registaram-se 2134 novas insolvências, mais 5,4% que em 2019.

 

Encerramentos continuam abaixo do ano passado
O barómetro revela ainda que nos 11 meses do ano, encerraram 11 462 empresas, menos 19% que no período homólogo. O sector dos Transportes é o único a registar um aumento ligeiro de encerramentos que se deve às empresas de transporte ocasional de passageiros em veículos ligeiros.

É provável que os valores relativos aos encerramentos, bem como os das insolvências, não sejam ainda um retrato fiel das tendências. Para além da morosidade que estes fenómenos podem envolver, a situação de muitas empresas poderá estar a ser mitigada pelas medidas de apoio entretanto adoptadas.

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