Défice de Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica põe em causa resposta do Serviço Nacional de Saúde

O défice de Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica (TSDT) é preocupante e está a deixar marcas graves na saúde dos Portugueses. Este é um dos alertas que o STSS (Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica) tem vindo a fazer, junto da tutela e dos grupos parlamentares e que vê, agora, agravado pelo contexto excepcional que o país atravessa.

 

«O recente caso de Legionella, em Vila do Conde, é um exemplo claro de um problema para o qual temos vindo, constantemente, a chamar a atenção da tutela e dos grupos parlamentares – a falta de TSDT, nomeadamente, Técnicos de Saúde Ambiental. Há vários anos que já se verifica uma grave carência destes profissionais, em várias Unidades de Saúde Pública, a nível nacional. São menos de metade do que deveriam ser numa situação pré-pandemia. Agora, com a alocação, dos poucos profissionais existentes, ao Covid, o problema agrava-se e assume uma dimensão impraticável» reforça o presidente do STSS, Luís Dupont.

Tendo em conta que o recrutamento e o reforço dos profissionais de saúde, anunciado pelo Governo e provocada também pelo actual contexto COVID-19, deve-se sobretudo ao facto dos recursos humanos do SNS, apesar do aumento do número de efectivos, continuarem a ser insuficientes, nomeadamente a nível TSDT, o STSS defende que é necessário prever, no Orçamento de Estado para 2021, o reforço generalizado destes profissionais, em número bastante superior ao previsto para as diversas áreas de intervenção. Para o presidente do STSS «a contratação de TSDT que se tem verificado, no âmbito do COVID-19, não poderá, no nosso entender, cingir-se à contratação a termo certo de quatro meses e sucessivas renovações, mas antes ser consagrada a sua contratação por tempo indeterminado, porque só desta forma serão colmatadas as necessidades atuais e futuras de recursos humanos do SNS».

Para o STSS, o reforço tem de ser feito ao nível dos cuidados de saúde primários, dos cuidados continuados, dos cuidados paliativos, dos serviços de saúde pública, bem como na rede de cuidados hospitalares.

Para a estrutura sindical, um dos problemas alocados à falta crónica de profissionais é, também, a necessidade de aumentar a capacidade de resposta a outras patologias, no âmbito da prestação de cuidados regular e programada. «É necessário que estes profissionais de saúde altamente qualificados existam em número suficiente não só para dar resposta à COVID-19, mas também às necessidades da população para além do diagnóstico à COVID-19. É necessário manter a resposta no âmbito do rastreio e do diagnóstico, do tratamento e da terapêutica, da reabilitação, das acções de vigilância sanitária e da inspecção, entre muitas outras áreas funcionais que só os TSDT, nas suas diferentes profissões, podem assegurar», lê-se em comunicado.

Luís Dupont finaliza «é urgente que o Governo olhe para esta necessidade, reiteradamente identificada, com outros olhos e avance com mais contratações pelo bem da saúde de todos os portugueses».

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