A Delta Cafés tem um novo programa para ligar as suas pessoas, promovendo o bem-estar

O programa Delta Feel Good vem materializar a preocupação de sempre da Delta Cafés com a saúde e bem-estar, físico e psicológico, das suas pessoas, ao mesmo tempo que promove o reforço dos laços e proximidade, que se perderam nos últimos meses.

 

Por Sandra M. Pinto

 

Um dos temas que actualmente tem estado na ordem do dia quando se fala com responsáveis de Gestão de Pessoas é a saúde mental. Se no início da pandemia a preocupação era, sobretudo, com a saúde física, agora com a maior parte da população vacinada e o risco de saúde pública mais controlado, a vertente mental ganha relevância. Mas não só.

Na Delta Cafés, a preocupação não é de hoje, mas no último ano implementaram-se novas iniciativas, reforçando e sistematizando o programa de saúde e bem-estar, surgindo assim o Delta Feel Good. A directora de Recursos Humanos, Ana Rita Lopes, explica: «O grupo tem desenvolvido ao longo dos últimos anos um conjunto de iniciativas focadas no bem-estar dos colaboradores, sendo certo que nos últimos 18 meses de pandemia sentimos a necessidade de, terminado o processo de confinamento, reforçar algumas das iniciativas que já vinham sendo realizadas, não só ao nível da saúde física, mas também da saúde mental. Por outro lado, contribuíram também para reforçar os laços que nos últimos meses foram abalados, pelos constrangimentos à proximidade física. Assim, nos últimos meses, temos vindo a realizar iniciativas-teste, apostando num conjunto de acções para que os colaboradores possam usufruir não só da presença de colegas, mas também da própria família», conta.

 

Delta Feel Good
O programa Delta Feel Good teve início com um calendário de cerca de 12 meses, como revela Cátia Reis, responsável da área de Desenvolvimento de Recursos Humanos da Delta Cafés/Grupo Nabeiro. «A cada dois meses, é identificado um verbo para, a partir daí, serem desenvolvidas várias iniciativas para promover e dar corpo a essa acção. Desenvolvemos um conceito que se baseia num verbo de positividade, a partir do qual delineamos diferentes acções.»

Ana Rita Lopes partilha alguns exemplos: «Julho/Agosto foi mês de relaxar, e para o concretizar promovemos aulas de surf em simultâneo em vários pontos do País. Não só relaxámos como aliviámos a nossa pegada com acções de limpeza urbana, para nos lembrarmos do que está ao alcance de cada um de nós, ao mesmo tempo que pudemos descontrair com os colegas e amigos junto dos clientes, a celebrar a vida.»

O Delta Feel Good desenvolve-se em torno de quatro eixos principais: «uma dimensão ligada à saúde, focada na prevenção e sensibilização para temas nesse âmbito; outra associada ao desporto, que integra acções promotoras da actividade física; uma dimensão pessoal, que envolve temáticas como a atitude, a vontade de mudar ou de experimentar e fazer diferente; e uma dimensão social, para dar resposta à vontade que temos de partilhar momentos e experiências com os outros», partilha a directora de Recursos Humanos.

A ideia é conseguir dar consistência e regularidade às diferentes iniciativas promovidas, para passar a mensagem de que, todos os meses, «os colaboradores vão ter a possibilidade de experimentar, de conhecer e de explorar um campo novo», acrescenta Cátia Reis, fazendo notar que 2021 está a ser «um ano exploratório e de muita experimentação».

O que se pretende é que, sempre que possível, as actividades sejam realizadas de forma presencial, e que haja transversalidade, uma vez que a organização está presente em todo o País. «Ao mesmo tempo, queremos promover momentos de partilha entre os colaboradores», reitera Ana Rita Lopes. «Numa primeira fase, quisemos restabelecer laços não só entre colegas, mas envolvendo, se assim o entenderem, as suas famílias.» O objectivo é que, ao fim dos 12 meses, quase todos os colaboradores tenham experimentado pelo menos uma actividade.

O desenho do calendário de actividades propostas vai sendo divulgado aos colaboradores, «tendo o esquema das acções e das actividades sido construído com os inputs recolhidos através de um inquérito interno». Na base desse inquérito esteve a intenção de avaliar a forma como as pessoas se estavam a sentir no seu dia-a-dia em termos de bem-estar, mas, mais do que isso, «perceber o que é que privilegiavam, em que momentos do dia ou da semana gostariam de participar em determinadas iniciativas, ou em que temáticas teriam maior interesse», esclarece a responsável de Desenvolvimento de Recursos Humanos. «Neste ponto, sobressaíram claramente todas as que estavam relacionadas com o desenvolvimento pessoal.»

Para divulgação do programa, foi criada uma página especial e específica na intranet da Delta Cafés, salientando ainda Cátia Reis que também fizeram «uso do sempre tão eficiente “passa palavra” entre os colaboradores, especialmente para fazer chegar o programa a quem não tem como instrumento de trabalho o email. Acreditamos que é muito importante activar pivôs de comunicação interna que temos distribuídos pelo País para fazer chegar esta mensagem», acrescenta.

Pela parte dos colaboradores, há o entendimento de que o programa é o meio de a empresa conseguir proporcionar-lhes momentos diferentes do seu dia-a-dia. «No contexto das suas actividades profissionais diárias, muito provavelmente não teriam contacto com esta iniciativa nem com outros colegas», constata Cátia Reis. «Através deste programa pessoas com interesses comuns passam a estar ligadas, independentemente do sector da empresa onde exercem a sua actividade profissional. Assim, o Delta Feel Good é também uma forma de partilha de experiências e de troca de contactos.»

 

Um primeiro balanço
Tendo o Delta Feel Good tido início em Junho, e estando o teletrabalho recomendado ainda a vigorar, Ana Rita Lopes reconhece que ainda é cedo para perceber se a adesão é a que se pretende, e se os objectivos estão a ser atingidos. Ressalvando que «muitas das acções promovidas se pautaram sobretudo pelo contacto presencial e que, no actual contexto, e com as restrições ainda existentes, isso dificultou as iniciativas», revela que têm tido em média a participação de 30 a 50 colaboradores por acção, a nível nacional, acrescendo por vezes familiares. «Mas gostaríamos de aumentar esse número», confessa. «Um ponto positivo nestas acções é o facto de começarmos a ver alguns reincidentes, o que só pode traduzir uma taxa de satisfação que faz querer voltar a experimentar outra iniciativa.»

Ou seja, «a adesão ainda é algo tímida, mas quem participa gosta e partilha feedback positivo. Quem ainda não participou está a começar a ouvir falar do programa, e por certo irá encontrar actividades do seu interesse», acredita. Para promover isso mesmo, a Delta Cafés vai activar mais a comunicação a partir de Setembro, na expectativa de conseguir aumentar as participações. «A semente está plantada e está a crescer, fazendo recuperar o sentido de pertença e fortalecendo a importância de dar valor ao próximo e à proximidade. Por isso, a directora de Recursos Humanos afirma que estão «no bom caminho.»

Entrando em Setembro, e com o desconfinamento a bom ritmo, a Delta Cafés vai continuar a dar preferência ao presencial. «Sem dúvida que esse será o nosso foco», afirma Ana Rita Lopes. «Não deixaremos de ter a elasticidade necessária para poder alcançar um maior número de colaboradores, mas vamos dar sempre prioridade à possibilidade de olhar nos olhos, de sentir a alegria contagiante, o “vibe” da emoção na cara das pessoas, proporcionando às nossas pessoas fins de dia diferentes.»

 

Agora a saúde mental
Numa segunda fase, Delta Feel Good vai focar-se mais na saúde mental. «Temos um conjunto de acções com novos verbos associados, onde o foco será a saúde mental e todas as problemáticas que envolve», avança a directora de Recursos Humanos. A ideia será aliar a parte física com a natureza e a meditação, pelo que «vão ser dinamizados alguns trilhos, mas também outras iniciativas como aulas de ioga, workshops de life coaching», exemplifica Cátia Reis. A intenção é também dinamizar uma linha de apoio que «de alguma forma alimente esta ideia de cuidar das nossas pessoas de uma forma completa e holística».

A Delta Cafés tem a noção de que o tema da saúde mental é um tema sensível, daí ter começado com a implementação de acções mais “leves”. «Primeiro tivemos como objectivo ganhar a confiança de todos os nossos colaboradores, para agora podermos partir para a implementação de acções mais profundas e que impliquem uma maior exposição por parte das nossas pessoas», explica Ana Rita Lopes.

De uma forma mais generalista e preventiva, há um conjunto de preocupações que se materializam nas comunicações e em acções que têm vindo a ser implementadas já no decurso de 2021. «Uma dessas acções foi uma comunicação de sensibilização de considerar as quintas-feiras como um “no meeting day”», partilha Cátia Reis. «É uma recomendação que, não sendo vinculativa, na verdade chama a atenção para o facto de todos percebermos e estarmos solidários com as agendas preenchidas, com uma sucessão de reuniões que, nesta altura de pandemia, se multiplicaram.»

Por outro lado, e num sentido preventivo, dinamizaram e implementaram uma formação para os gestores de equipas híbridas, no sentido de facilitar e de os ajudar a gerir as suas pessoas neste contexto.

«Agora que também já existe uma informação acumulada de experiência, estamos a preparar o futuro, tentando sempre corrigir e melhorar alguns pontos», conclui Cátia Reis.

 

Este artigo foi publicado na edição de Setembro (nº.129) da Human Resources, nas bancas.

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