Desconfinar: Cinco dicas vão ajudar a gerir a ansiedade

Por Joana Freitas, Mental Coach

 

O momento mais aguardado por todos chegou, vamos desconfiar e, pouco a pouco, regressamos à nossa liberdade anterior. Com isto, é muito natural que sensações como a ansiedade, alguns receios, medos e dúvidas se manifestem e, atenção, têm uma justificação.

Após comunicação do plano de desconfinamento planeado para as próximas semanas – mesmo que faseado – começa um role de emoções e sentimentos. A ansiedade fica em alerta: se, por um lado, podemos matar as saudades de uma série de coisas que gostamos de fazer; por outro lado, a rotina que ja está imposta é novamente alterada. 

O cérebro é reptiliano, acomoda-se e evita a mudança. Inicialmente, podemos sentir que é preferível a continuação da rotina que temos vindo a levar nas últimas semanas, mas a mudança é necessária… E a ansiedade faz parte deste processo.

 

1. Mude a perspectiva
O primeiro passo – e o mais importante –  é tentar não ser muito exigente consigo mesmo. Faz parte sentir tudo, dúvidas, receios, o stress de ter de gerir tudo de novo, as saudades e o aperto no coração ao deixar os filhos na escola,entre outros. Todos vamos passar novamente por isso. Não temos de estar sempre preparados para tudo… e está tudo bem!

Todos reconhecemos que as crianças facilmente se adaptam a novos mundos e novas realidades, pois não exigem nada de si mesmos e não colocam pressão neles mesmos. Então, façamos todos igual.

 

2.   Respeite as suas limitações
Muitas vezes, as pessoas sentem-se ansiosas por pensar muito no futuro, o que gera medos, fazendo com que se sofra por antecipação. Concentre-se somente no que pode controlar não se permita ficar nos  “e se”, “não concordo”, “ acho mal”. Estes pensamentos desfocam totalmente, provocam emoções negativas. Concentre-se em si mesmo e no que pode fazer para um dia a dia mais fácil e mais tranquilo.

 

3. Organize prioridades
Planeie o primeiro fim de semana fora em família, pois já o pode fazer, e é extremamente desejado. Se se sentir inseguro, elabore a sua lista de segurança com os comportamentos que, para si, são aceitáveis e partilhe-a com o seu seio familiar.

Ainda que se sinta receoso ou preocupado lembre-se, o que o deixa mais motivado em regressar a uma vida sem limitações? Escreva essa lista com todos os motivos essas emoções são a motivação e a força de querer voltar á liberdade e ajuda a realizar.

 

4.  Alimente pensamentos bons
Continue a cuidar de si. Exprima o que sente com a pessoas em quem mais confia pois, certamente, todos vão ter sensações similares. Faça o seu exercício fisico. Está confirmado que movimentar o corpo ajuda a controlar a ansiedade, além de agir como prevenção e tratamento complementar para transtornos mentais. Pratique uma boa alimentação e, ainda mais importante, prepare-se para um sono reparador e tranquilo.

 

5.   Procure ajuda profissional
É normal que sinta um misto de sentimentos e emoções, é normal ter medo. Se os sintomas persistirem ou desencadearem outros ainda mais intensos ou se, ainda assim, a nova realidade provocar medos e bloqueios e não consiga definir objectivos, procure ajuda para ultrapassar esta fase.

O diagnóstico e a terapia são muito importantes, pois, além de serem uma ponte para o autoconhecimento, permitem a introdução de novos caminhos para ultrapassar as adversidades verificadas.

O ser humano não gosta de incertezas e, em geral, é muito resistente a mudanças. Vários estudos já realizados afirmam que o ser humano prefere, muitas vezes, viver num desconforto que já é conhecido do que ter de gerir novas e incertas realidades. Até quando vamos deixar que a ansiedade nos limite?

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