Diogo Madeira da Silva, Huawei: «Os jovens talentos querem estar onde as coisas acontecem, aprender a ritmo acelerado em empresas que antecipam»
A Huawei actua «no sector mais entusiasmante da actualidade, com impacto transformador em todas as outras áreas», o que faz com que seja uma empresa «cada vez mais atractiva para trabalhar». Isso funciona a seu favor em termos de employer branding, mas não diminui os desafios.
Por Ana Leonor Martins
Diogo Madeira da Silva entrou na Huawei em 2019 e, vindo de um sector distinto, o que o atraiu foi precisamente ter percebido o impacto crescente da tecnologia em todos os negócios. É uma empresa que conta com «alguns dos mais brilhantes engenheiros portugueses e, a nível global, algumas das mentes mais inovadoras do nosso tempo», que antecipa o futuro e permite a quem a integra crescer a ritmo acelerado. Para além da cultura de inovação, a multinacional chinesa trabalha temas como o propósito e o employee engagement, num esforço conjunto não só das áreas de Comunicação – que o Diogo lidera –, mas também de Recursos Humanos e do top management, «porque o tone at the top é que define a cultura». E as novas gerações procuram muito mais do que matraquilhos ou puffs no escritório.
Quais os principais desafios actuais da Huawei em termos de Comunicação, nomeadamente interna?
Naturalmente que um dos desafios passa por estarmos todos em trabalho remoto, o que altera a forma como comunicamos. Porém, a tecnologia permite-nos continuar ligados, apesar de não estarmos juntos. Há mais reuniões virtuais, mais telefonemas e chats, mas todos fazemos a nossa parte para nos mantermos próximos.
Têm a equipa toda em teletrabalho desde Março? Ou só parte?
Há excepções. Por exemplo, as equipas da área dos serviços nunca deixaram de estar no terreno a apoiar os clientes, e isso foi bastante importante no último ano, num contexto em que as infra-estruturas de comunicações suportaram o funcionamento do País. Mas o trabalho remoto é a regra.
E isso impactou significativamente o relacionamento com os colaboradores e entre as equipas?
O impacto não terá sido tão grande como noutros casos porque já eram normais as calls entre colegas que estavam em locais diferentes. De resto, os nossos managers e directores têm feito um trabalho incansável de acompanhamento próximo dos clientes e das equipas e os projectos continuam a correr.
Há um desafio particular, transversal a todas as empresas, que se prende com a integração dos novos colaboradores. Como continuamos a contratar em Portugal, temos o desafio de fazer o onboarding de forma diferente.
Tal como em outro tipo de práticas. Por exemplo, no ano passado, completaram 15 anos de actividade em Portugal e não puderam assinalar a data como eventualmente fariam. Estes condicionalismos acabam por afectar a vossa cultura?
Todas as empresas sentiram constrangimentos, nomeadamente nos contactos presenciais, e nós não fomos excepção. Mas nestes momentos, a cultura e os valores ganham especial relevância. Serão eles, mais do que nunca, a fazer a diferença e a permitir que continuemos a apoiar os clientes em Portugal e a fazer o negócio crescer.
O que acredita que vos distingue e define a vossa cultura?
Customer centricity, dedicação, perseverança e reflexão. Somos muito resilienttes e obcecados em apoiar os clientes, especialmente nos momentos difíceis.
Temos ainda o hábito de olhar para dentro e reflectir sobre como podemos melhorar. A isto aliamos a inovação que trazemos para Portugal. Só em 2020, a nível global, a empresa investiu mais de 15% do volume de negócios em I&D [Investigação e Desenvolvimento]. Se pensarmos que mais de 50% dos colaboradores a nível mundial estão alocados a esta área, percebemos que é a força motriz da empresa.
Tinha essa percepção quando, em 2019, aceitou o desafio de ir liderar a área de Comunicação e Relações Públicas da Huawei? Foi também isso que o motivou?
Passei a última década numa Big Four e apercebi-me do impacto crescente da tecnologia em todos os negócios. Uma das motivações para aceitar este desafio foi acreditar que Portugal não pode passar ao lado das próximas vagas de desenvolvimento. Enquanto país, temos o dever de ser ambiciosos e não abdicar das melhores soluções, da melhor tecnologia, da nossa soberania e de assumir
um papel relevante na era digital. Trabalhar numa empresa como a Huawei permite-me alimentar essa ambição.
A empresa que encontrou correspondeu às expectativas?
É normal que um processo de transição profissional implique aprendizagem e aculturação. Tive a sorte de encontrar vários colegas que me inspiram com as suas histórias e conhecimento. Temos alguns dos mais brilhantes engenheiros portugueses, e a nível global algumas das mentes mais inovadoras do nosso tempo.
Leia a entrevista na íntegra na edição de Maio (125) da Human Resources, nas bancas.
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