«É preciso não só reagir, mas acima de tudo antecipar e adaptar», afirma Patrícia Calvário, DRH da Essilor

Patrícia Calvário, directora de Recursos Humanos da Essilor sublinha que «temos de olhar para dentro das nossas organizações e, com uma análise muito crítica e assertiva, perceber como nos preparamos, seja em recursos, em competências ou em formas de trabalho». Leia a sua análise aos resultados do XXXI Barómetro Human Resources.

 

«Olhando para a informação que o Barómetro nos oferece, irei arriscar-me a fazer uma análise “descolada” do tema COVID-19. Por uma simples razão: se já todos ouvimos falar em momentos VUCA (volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade), os últimos meses são inquestionavelmente um grande exemplo disso. De acordo com os dados, e com os quais concordo, a maioria dos inquiridos acredita que os impactos da pandemia irão permanecer por mais de um ano. Mas será uma nova realidade ou apenas “a próxima” realidade?

Tenho para mim que o futuro nos irá reservar, cada vez mais e em maior velocidade, desafios do género (só esperemos que não de ordem de saúde pública, claro). Por isso, é preciso não só reagir, mas acima de tudo antecipar e adaptar! O “próximo” VUCA tem de ser transformado em visão, compreensão, clareza e agilidade. A forma como interpretamos estes dados e analisamos os últimos meses não pode ser isolada nem reactiva, na sua generalidade. Seja em meio empresarial, governamental, económico, legislativo ou até mesmo pessoal, há que perceber que mecanismos activámos para combater este momento e antecipar os que serão críticos a desenvolver para o futuro, de forma sustentável e reforçada. Temos de olhar para dentro das nossas organizações e, com uma análise muito crítica e assertiva, perceber como nos preparamos, seja em recursos, em competências ou em formas de trabalho. Não é novidade que temáticas como o papel estratégico dos Recursos Humanos nas organizações, a comunicação interna, a literacia informática, a digitalização, a agilidade, as novas formas de trabalho e a conciliação da vida profissional e pessoal, já eram críticas antes deste período.

Este momento também tem aspectos positivos e, na minha opinião, um deles é o de ter acelerado e alavancado estas necessidades. Os dados do Barómetro reforçam precisamente estas questões e devem ser vistos com uma perspectiva positiva. Precisamos de nos reinventar, de reorganizar os nossos recursos e “muni-los” antecipadamente com as competências, meios e benefícios certos, para que, juntos, possamos enfrentar com sucesso e agilidade as “próximas” realidades que nos esperam.»

Este testemunho foi publicado na edição de Julho da Human Resources, no âmbito da XXXI edição do seu Barómetro.

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