EDP inaugura centro de operações na Escócia e vai criar 100 postos de trabalho

A EDP inaugurou o centro de operações e manutenção do Parque Eólico Offshore de Moray East, na Escócia. A infraestrutura vai criar cerca de 100 postos de trabalho locais e na inauguração esteve o ministro da Energia escocês, Michael Matheson, que reiterou o objectivo de a Escócia atingir a neutralidade carbónica em 2045, cinco anos do total do Reino Unido.

«Tal como estivemos no centro da Revolução Industrial, queremos também estar na frente da Revolução Verde», afirmou o governante escocês.

O projecto começou a produzir energia em Junho e já inaugurou o centro de operações e manutenção, no porto de Fraserburgh, norte da Escócia, estando previsto que entre em pleno funcionamento no final do ano, como estava planeado.

Moray East, que começou a ser construído em 2018, terá 100 turbinas eólicas com uma capacidade instalada de 950 megawatts (MW).

«O facto de termos conseguido entregar o projecto a tempo e horas, apesar da pandemia, deve-se muito ao esforço das equipas», afirmou o responsável à Agência Lusa, elogiando o «trabalho fantástico» porque, «em condições muito difíceis, entregaram a tempo um projecto muito complexo».

«A cadeia de valor não quebrou, houve vários percalços pelo caminho, mas no final do dia foram capazes de encontrar soluções e dar a volta às situações», afirmou.

O centro de operações será responsável pela gestão diária do parque eólico offshore (no mar), nomeadamente pelo controlo da embarcação Alba, que passa períodos de duas semanas em alto mar com uma tripulação para executar trabalhos de manutenção da infraestrutura.

O parque eólico situa-se no estuário de Moray, no Mar do Norte, a 22 quilómetros da costa, cuja área de exploração foi dividida em duas parcelas. A secção Este começou a ser construída primeiro por questões técnicas, em 2018.

Vai produzir electricidade para responder às necessidades energéticas de 40% da população escocesa, poupando ao mesmo tempo 1,4 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2), comparando com a geração de electricidade a partir de gás natural.

O contrato de fornecimento fechado em 2017 com o Governo britânico é válido por 15 anos e pressupõe uma tarifa de 57,5 libras (68 euros) por megawatt/hora, menos de metade do custo oferecido por outros parques eólicos no Reino Unido, em geral acima das 140 libras por megawatt/hora.

A secção Oeste, designada por Moray West, encontra-se em construção e vai ter uma capacidade instalada de 850 MW.

O projecto está a ser desenvolvido pela Moray Offshore Windfarm East Ltd (MOWEL), controlada pela Ocean Winds (56,6%), uma joint venture detida a 50/50 pela EDP Renováveis e pelo grupo energético francês Engie.

No capital da MOWEL estão também a Diamond Green Limited (33,4%), uma subsidiária da japonesa Mitsubishi Corp, e grupo estatal chinês China Three Gorges (CTG) detém os restantes 10%.

Segundo a EDP, a Ocean Winds já investiu 3,1 mil milhões de euros nestes dois projectos e planeia injetar mais 2,6 mil milhões de euros em Moray West ao longo dos próximos três a quatro anos.

A EDP Renováveis é uma subsidiária da eléctrica portuguesa EDP – Energias de Portugal, da qual a CTG é a maior accionista, com uma participação de 19,03%.

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