Eficiência e eficácia, produtividade e competitividade, só existem com pessoas!

A discussão diária gravita sempre em torno da entrega de resultados em função dos recursos entregues. E sempre em torno dos conceitos de eficiência e eficácia, e de produtividade e competitividade. Cada um deles em referência a diferentes parâmetros, numa primeira análise: fazer mais com menos, atingimento da totalidade dos objectivos traçados. Ou na capacidade de produção ou de superação da concorrência.

Por António Saraiva, Business Development manager na ISQ Academy

 

E como não podia deixar de ser, temos as pessoas no cerne da questão, independentemente de todo um conjunto de mecanismos ou ferramentas que possam dar suporte. A diferença é realizada pelo valor, seja aquele que é entregue ou por aquele que é percebido. Sim, porque se envolvemos parâmetros colaterais de tempo e custo, por exemplo, o que muitas vezes associamos, também, são os níveis de qualidade e mesmo os padrões éticos que estão envolvidos. Tudo, no fundo, acaba por estar correlacionado.

Não chega, pois, atingirem-se objectivos, a qualquer custo. Normalmente, o que se pretende é encontrar a melhor solução para qualquer problema que é colocado. A diferença pode estar, na realidade, no que se entrega, que até pode ser um determinado produto, mas a sustentabilidade do que se oferece é, na maior parte das vezes, a relação que é estabelecida. Não chega, pois, definirmos tão só o que se designa por factores de produção tangíveis, como pode ser o caso de equipamentos, tecnologia. Há um diferencial extremamente importante que é o que é oferecido pelas pessoas, seja pela criatividade e estruturação de estratégias de inovação, como pelos factores de relacionamento interpessoal.

Na realidade, uma organização, mais eficiente, mais eficaz e mais produtiva, tende a ser, pela lógica, mais competitiva. Sem sombra de dúvida que os melhores resultados são, na maioria das vezes, avaliados pela dinâmica e, mesmo impostos, pelo mercado. Sejam numa lógica de necessidade percebida, seja pela própria exigência da realidade em que se move. Colocamos muitas vezes a ênfase em resolver as questões em ter mais recursos tecnológicos, mais capacidade financeira e, mesmo, em dizer-se com frequência que temos muito poucas pessoas para o que se pretende atingir. Sem dúvida que a realidade pode passar por este factores todos.

Mas e se começarmos por uma reflexão mais profunda? Porque não diagnosticarmos o cerne destes conceitos. Partirmos essencialmente da coragem de percebermos que temos de mudar. Uma mudança que implica reestruturarmos processos, sim. Mas também perceber-se que as transições actuais emergentes estão a exigir potenciar o desenvolvimento das pessoas, não só por via das competências técnicas e tecnológicas, mas também comportamentais e, mais ainda, pelas preocupações sobre o seu bem-estar. Pensarmos em eficiência e eficácia, produtividade e competitividade, não remete para qualquer confusão de conceitos, mas sim na correlação efectiva entre os mesmos.

Como se pode atingir o pleno, de indicadores positivos de ligação? Em grande medida pelo investimento nas pessoas: mais e melhor formação, independentemente das dinâmicas e metodologias, mas também pela preocupação no seu wellbeing, além de as colocarmos a reflectir e a intervir nos mecanismos de construção de valor. Não só valor económico-financeiro, mas também ético e de potenciação da marca organizacional.

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