Design lidera as tendências digitais

Este ano será marcado pelo impacto crescente desta área nas empresas, administração pública e sociedade, revela o novo relatório da Fjord/Accenture Interactive.

De acordo com o estudo “Fjord Trends 2016” – baseado na experiência de mais de 750 designers e developers da Fjord de todo o mundo, em observações iniciais, pesquisas e projectos com clientes -, as tendências em 2016 não estão apenas relacionadas com a tecnologia: existe uma aposta no design para a mudança social, o que representa uma importante alteração de mindset empresarial.

«Temos notado que o mercado está muito atento e expectante em relação ao design thinking», refere Mark Curtis, Chief Client Officer da Fjord, uma empresa do grupo Accenture. E continua: «Neste momento, os nossos clientes estão a tentar avançar para o “design doing”, mas têm de ultrapassar um difícil obstáculo. Tudo está a tornar-se mais pequeno e mais veloz, o que exige que as organizações sejam mais rápidas a adaptar a sua tecnologia e a desenvolver a sua abordagem de design».

O relatório da Accenture Interactive enumerou os principais temas que vão representar vários desafios e oportunidades relacionadas com o design, e determinar quais as organizações mais bem-sucedidas. Na base desta tendência encontram-se os chamados Living Services, que respondem de forma dinâmica e em tempo real ao contexto e às necessidades dos utilizadores.

As dez tendências digitais que deverão definir a próxima geração de experiências:

  • 1. Ver e ouvir. Estes dispositivos estão a aprender os hábitos e comportamentos dos utilizadores, capturando “micro-momentos”, e a responder em tempo real de forma proactiva, antecipando necessidades.
    2. Serviço de confiança. Com o aparecimento do big data surge também uma grande responsabilidade. As organizações mais bem-sucedidas consideram que a confiança digital deve ser merecida. O modelo de “Privacy by Design” está a ser implementado em empresas como a Microsoft, que está a incorporar standards de privacidade na tecnologia e design de produto desde o primeiro momento.
    3. B2We. As crescentes expectativas dos consumidores não se limitam à vida pessoal. Propagam-se ao local de trabalho e os colaboradores exigem agora melhores experiências, personalizadas e socialmente conectadas. Uma nova ênfase na experiência do colaborador está a afectar os processos, estruturas e a cultura do local de trabalho.
    4. Apps que desaparecem. O uso de apps de utilização específica na nossa vida quotidiana irá progressivamente desaparecer, à medida que se tornam atomizadas e super distribuídas em plataformas e outros serviços. A próxima vaga de serviços poderá nem precisar de interacção humana para serem activados.
    5. Democratização do luxo. As experiências digitais tornaram o luxo mais acessível e elevaram os padrões de vida dos cidadãos, ao proporcionarem às massas serviços de luxo como motoristas pessoais ou assistentes virtuais.
    6. Administração pública customizada a cada cidadão. A administração pública está a repensar a experiência dos cidadãos, passando de uma abordagem única para todos, focada na transacção, para um serviço personalizado e adaptado às necessidades individuais dos cidadãos.
    7. Saúde é sinónimo de riqueza. A auto monitorização deixou de ser um domínio de um pequeno grupo de utilizadores altamente tecnológicos. Os consumidores actuais estão a adoptar tecnologia para controlar a sua saúde e bem-estar.
  • 8. Realidade virtual cada vez mais real. Não sendo mais uma fantasia futurística, a realidade virtual irá ter o seu maior impacto nas massas em 2016, com a primeira versão do Oculus, da Sony e de novos equipamentos da Samsung que deverão chegar ao mercado. Espera-se também que os designers pensem além do gaming e incluam a realidade virtual em novas utilizações, desde estudos científicos e turismo virtual, a uma experiência de aprendizagem imersiva.
  • 9. Reduzir a lista de TO-DOs. Com a velocidade da inovação surge um ciclo interminável de decisões e escolhas que é necessário gerir. Serviços que conseguem antecipar necessidades e sugerir opções ou decisões simplificadas, como o Google Now, podem passar a fazer parte da vida dos consumidores facilitando a sua gestão.
  • 10. Design a partir do interior. As organizações estão a adoptar o design thinking para impulsionar a mudança nos seus consumidores e colaboradores. Ao centrarem-se nas pessoas, estão a utilizar o design como um agente de resolução de problemas nas organizações, e incorporando-o nos seus processos operativos e não apenas no desenho de produtos e serviços.