Emigrantes qualificados querem regressar a Portugal

Do total de profissionais portugueses a trabalhar actualmente no estrangeiro, 78% quer regressar a Portugal, sendo que 43% deseja fazê-lo no prazo de dois anos. Os números constam do Guia do Mercado Laboral, o estudo global anual de tendências de emprego e recrutamento, da consultora Hays.

 

O estudo da consultora faz notar que a estabilização da economia portuguesa e o consequente efeito positivo no mercado de trabalho português parece estar a contribuir para um abrandamento na fuga de talento para o estrangeiro nos últimos dois anos e para o possível retorno de alguns profissionais. Os resultados revelam que, de 2013 (o período mais crítico da crise) e este ano, a percentagem de profissionais com interesse para trabalhar no estrangeiro passou de 80% para 37%.

Mas quando questionados sobre o reconhecimento das suas capacidades e conhecimentos no estrangeiro face a Portugal, 89% dos profissionais indica que foram mais valorizados além-fronteiras.

O relatório revela ainda que quase 49% dos motivos de saída do país recaíram sobre o facto de terem uma melhor oferta noutro país ou de não terem encontrado oportunidades de emprego adequadas ao seu perfil em Portugal.

Em relação aos benefícios fiscais propostos pelo Governo no Orçamento de Estado para 2019 – que possibilitam aos profissionais que queiram voltar ao país pagar apenas metade do IRS até 2023-, a maioria dos inquiridos considerou que esta medida terá pouco ou nenhum impacto. Ao invés, destacaram factores como um pacote salarial mais atractivo, motivos familiares, vontade de viver em Portugal e projectos interessantes.

As áreas de Banca e Seguros, Legal e Construção e Imobiliário destacam-se como sendo os sectores com mais profissionais dispostos a trabalhar no estrangeiro. Quanto aos destinos escolhidos, Espanha lidera a preferência e apesar da eminência do Brexit, o Reino Unido é a segunda preferência dos profissionais e a terceira a Suíça.

Outras conclusões do estudo:
– 62% dos empregadores consideram que as instituições de ensino não estão a preparar os profissionais adequadamente;
– 65% dos inquiridos afirma que em 2018 tiveram que recrutar pessoas pouco adequadas às oportunidades de emprego que tinham em aberto;
–  Os profissionais valorizam a oferta salarial (85%) e as empresas consideram ser um dos factores menos relevantes (28%);
– 2018 foi um ano de aumentos salariais (74%), aumentos de benefícios (28%) e de promoções (48%);
– 21% dos empregadores confirmam que os resultados da empresa estiveram acima das expectativas;
– 87% dos empregadores efectuaram contratações em 2018;
– 82% dos empregadores confirma que pretende contratar em 2019;
– Os perfis mais difíceis de identificar e pioritários para 2019são: comerciais (31%), Engenharia (30%), Tecnologia de Informação (26%), Administração/Suporte (16%) e Marketing e Comunicação (15%)
–  70% profissionais qualificados têm vontade de aceitar um novo projecto.
– As perspetivas de progressão (68%), os prémios de desempenho (65%) e a comunicação interna da empresa (59%) é o que deixa os colaboradores mais insatisfeitos com o emprego actual. Mas como motivações para deixarem o seu trabalho, identificam o pacote salarial, as perspetivas de carreias e projectos mais interessantes.

 

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