Empregadores dizem que dão formação suficiente, colaboradores discordam, diz estudo

Embora a maioria das organizações esteja preocupada com a escassez de competências, apenas metade dos trabalhadores acredita que os recursos de aprendizagem fornecidos pelos seus empregadores satisfazem as suas necessidades. Isto contrasta com 60% dos empregadores que acreditam que os recursos que oferecem satisfazem as necessidades dos seus colaboradores, revela um estudo da Hays.

 

O Hays Learning Mindset Report 2022, um inquérito levado a cabo pela consultora em parceria com a Go1,  obteve mais de 20.000 respostas, tanto de empregadores como de profissionais de 26 países, com o objectivo de obter uma compreensão da mentalidade de aprendizagem tanto de empregadores como de profissionais.

 

Importância de aprender novas competências

Quando questionados sobre a frequência com que o seu papel exige a aprendizagem de novas competências, 64% dos profissionais disseram que ou precisam sempre ou frequentemente de aprender novas competências. Apenas 8% disseram que raramente ou nunca precisaram de novas skills. 42% dos profissionais disseram não haver um plano de desenvolvimento claro em vigor na sua organização que envolva uma aprendizagem específica, com 27% afirmando que havia.

À medida que o mundo do trabalho continua a evoluir, há uma necessidade constante de os trabalhadores adquirirem novas ferramentas para garantir que as suas competências se mantêm relevantes, e para garantir que as organizações têm as competências necessárias entre as suas equipas.

«A velocidade a que a transformação digital teve lugar não foi igualada pela oferta de talentos disponíveis para estas funções. Ao mesmo tempo, o que os profissionais procuram no seu local de trabalho mudou, e o que se espera dos empregadores já não é o mesmo que era anteriormente», acrescenta Alistair Cox, CEO da Hays. «A necessidade de novas competências não se limita a um só sector – é um imperativo em todo o lado, e para todos. À medida que a automação assume cada vez mais a entrega de tarefas repetitivas, os trabalhadores precisam de aumentar as suas capacidades para garantir que podem contribuir para papéis mais especializados.»

 

As opiniões entre empregadores e profissionais diferem

O inquérito revelou que 83% dos trabalhadores estão altamente interessados em aprender novas competências, enquanto apenas 48% dos empregadores acreditavam que os seus colaboradores estavam tão interessados. Os dados obtidos indicam que, quando se trata de resultados de aprendizagem, existe outra diferença na percepção, uma vez que 81% dos trabalhadores acreditam aplicar regularmente as suas novas competências de forma eficaz, o que se compara com apenas 60% dos empregadores que afirmam ser este o caso.

Apenas metade (52%) dos trabalhadores disseram ter recebido recursos de formação do seu empregador e apenas 42% estavam satisfeitos com o tipo de formação que lhes é disponibilizada. Isto compara com 78% dos empregadores que declararam ter fornecido aos colaboradores recursos de aprendizagem.

«Mesmo com a melhor das intenções, muitos empregadores parecem não conseguir identificar e incorporar as competências necessárias para as suas equipas. Isto resultou num desajustes entre as competências que os empregadores necessitam e as competências que os trabalhadores realmente possuem. As empresas são também confrontadas pelo desafio de envolver os trabalhadores na formação. Mesmo os empregadores que reconhecem a importância da requalificação estão a lutar para encontrar conteúdos de aprendizagem que satisfaçam todo o espectro das necessidades dos seus aprendentes», revela Chris Eigeland, Co-Founder da Go1.

«A aposta na formação e o desenvolvimento de novas skills deve ser uma acção conjunta, tanto por parte do empregador – que deve disponibilizar formação de acordo com as necessidades dos colaboradores e do desempenho das suas funções – como dos profissionais que devem demonstram interesse e estar disponíveis para este “upskilling”. A falta de comunicação e feedback são dois grandes motivos para esta “desconexão” neste tema tão relevante – de acordo com dados do relatório, este gap origina um aumento da insatisfação dos profissionais com os seus empregadores e, por outro, os empregadores sentem que há desinteresse e falta de vontade por parte dos profissionais em usufruir da formação disponível. A aposta num plano de formação eficaz, à medida de cada organização e com recolha frequente de feedback pode ser a excelente estratégia nestes cenários», conclui Mário Rocha, Senior Manager na Hays.

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