Emprego Interior Mais apoiou 1700 candidatos que se mudaram para o interior. Foi este o destino mais escolhido?

Cerca de 1700 candidaturas foram aprovadas em quatro anos do programa Emprego Interior Mais, uma medida com incentivos para a mobilidade de população para o interior e que terminou em 31 de Dezembro.

Segundo dados pedidos pela Lusa ao Ministério da Coesão Territorial (MCT), desde o início, em 2020, e até 17 de Dezembro de 2023, a medida Emprego Interior Mais recebeu 3629 candidaturas, das quais aprovou 1698 (46,7%).

A aprovação das candidaturas implicou a deslocação para zonas do interior de 3032 pessoas, incluindo as famílias dos beneficiários, tendo os apoios atribuídos totalizado 6.086.905,74 euros.

Aquando do lançamento da medida, o Governo estimou que seria «atribuído um apoio financeiro directo de até 4827 euros» a quem se mudasse do litoral para o interior de Portugal para trabalhar.

Por regiões, foram aprovadas 673 candidaturas para o Centro do país, envolvendo o valor de 2,3 milhões de euros (ME), 496 para o Alentejo (1,8 ME), 389 para o Norte (1,3 ME), 119 para Lisboa e Vale do Tejo (417 mil euros) e 21 para o Algarve (81 mil euros).

O distrito de Castelo Branco foi o destino com mais candidaturas aprovadas (428 candidaturas, movimentando para este distrito 810 pessoas), com um valor aprovado de 1,5 ME (25,21% do total aprovado).

Para Évora foram 252 candidatos, Guarda e Portalegre receberam 125 cada, Vila Real 124, Viseu 121, Bragança 103, Beja 88, Coimbra 84, Santarém 70, Braga 58, Viana do Castelo 42, Setúbal 31, Faro 21, Leiria 16, Aveiro sete e o distrito do Porto três.

Os dados do MCT indicam que 593 candidatos aprovados tinham menos de 30 anos, 704 entre os 30 e os 40 anos, 296 tinham entre os 41 e os 50 anos e 105 mais de 50 anos. Em termos de nível de qualificação, 165 tinham menos do que o 12.º ano e 643 tinham pelo menos o 12.º ano. Outros 68 candidatos tinham concluído um bacharelato, 396 uma licenciatura, 402 um mestrado e 24 um doutoramento.

A maior parte, 1236 candidatos aprovados, trabalhavam por conta de outrem. Outros 358 foram criar o seu próprio emprego, 50 criar uma empresa e 54 eram trabalhadores independentes.

Lisboa foi o distrito de origem de mais candidatos a trabalhar no interior: para Castelo Branco saíram de Lisboa 115 candidatos aprovados, 82 foram para Évora, 48 para Portalegre e 40 para a Guarda. Do distrito do Porto, o destino dos candidatos aprovados do Emprego Interior Mais foi sobretudo Vila Real (51 candidatos aprovados), Castelo Branco (42), Bragança (35), Viseu (27) e Évora (20).

Os projectos profissionais dos candidatos foram em áreas relacionadas com saúde humana (133), programação informática (92), consultoria, administração pública, defesa e segurança social (84), comércio a retalho (77), actividades de apoio social com alojamento (76), restauração e similares (65), actividades das organizações associativas (61), agricultura e pecuária (59) e alojamento (55).

O Emprego Interior Mais foi aprovado em Fevereiro de 2020 (aceitou candidaturas com data retroactiva a 1 de Janeiro) como uma das medidas do programa «Trabalhar no Interior» e tinha inicialmente um prazo até final de 2021, mas foi prolongado até 31 de dezembro de 2023.

Aquando da apresentação, o Governo estimou que o conjunto de medidas lançado para valorizar e atrair pessoas para o interior deveria criar 2810 postos de trabalho e gerar um investimento de 648 milhões de euros nesses territórios.

Quando prolongou a medida, o Governo alargou também o universo de potenciais beneficiários dos apoios a emigrantes que pretendessem regressar a Portugal e fixar-se no interior.

Segundo os dados do MCT, relativos a meados de Outubro de 2023, foram aprovadas 1381 candidaturas, no âmbito deste Programa Regressar ao interior, envolvendo 3297 emigrantes e familiares, com apoios que representaram um valor de cerca de 6,4 milhões de euros até então.

Ainda de acordo com o MCT, no âmbito das medidas para fixação de pessoas em zonas consideradas do interior foram concedidos apoios à criação de 3006 postos de trabalho com a aprovação de 1382 candidaturas no âmbito do PT2020, em programas como o +CO3SO Emprego (1140 candidaturas aprovadas), +CO3SO Empreendedorismo Social (125 candidaturas) e RHAQ (117 candidaturas aprovadas).

O montante aprovado neste âmbito foi de 176 milhões de euros, dos quais tinham sido pagos 85,2 milhões de euros até meados de Outubro.

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