Empresas portuguesas no top 3 das mais preocupadas com impacto da pandemia

As empresas portuguesas estão no top 3 das mais preocupadas com o impacto da COVID-19, de acordo a edição especial do EPR – European Payment Report da Intrum.

 

«O estudo, que envolve 29 países, afirma que Portugal (83%) está no top 3 de países que considera a recessão pan-europeia é um dos maiores obstáculos que as empresas vão enfrentar nos próximos 12 meses para receberem nos prazos». Esta percentagem, adianta, é «muito superior à média europeia, que se situa nos 57%».

O primeiro lugar na classificação é ocupado por Espanha, com 92%, acrescenta a edição especial do EPR – European Payment Report, o White Paper europeu 2020, «que tem como objectivo analisar o impacto da pandemia COVID-19 nos pagamentos das empresas europeias».

A nível europeu, «as opiniões dos países foram sofrendo alterações, uma vez que, antes da crise, 41% dos inquiridos europeus expressava esse receio para 2020 e, durante a crise, a percentagem aumentou para 66%», refere.

Quase metade das empresas portuguesas (47%) considera ainda que «a recessão terá um impacto severo nos seus negócios».

Espanha, com 54%, e Polónia, 48%, lideram a tabela, enquanto que os Países Baixos (14%) e Irlanda (21%) são os países menos receosos com a aproximação de uma recessão devido à pandemia.

O estudo EPR 2020 revela ainda que os sectores da hotelaria e lazer (42%), indústria e química (41%) e energia (41%) serão os mais afectados pelo impacto da recessão», enquanto o Governo e sector público (31%), serviços prestados às empresas (35%) e transportes e logística (36%) serão os sectores menos afectados.

Mais de metade das empresas europeias afirma que os atrasos de pagamentos estão a ter um impacto elevado na liquidez das empresas e 39% acredita que poderão não sobreviver à recessão.

A não contratação de novos colaboradores(38%), perda de rendimento (34%) e despedimento de trabalhadores (31%) são também consequências graves do impacto da crise causada pela COVID-19.

«Em contrapartida, Portugal não ocupa os primeiros lugares no ranking dos países que considera que os pagamentos em atraso irão reduzir a liquidez das empresas», acrescenta o estudo, apontando que «apesar de atingir um valor de 48%, superior à média europeia de 45%, existem 16 países com uma visão mais negativa, nomeadamente Espanha (62%) e Grécia (56%)».

O estudo contou com a participação de 300 empresas nacionais.

«Garantir um fluxo de caixa constante por meio de pagamentos nos prazos é agora mais importante do que nunca», refere o director-geral da Intrum Portugal, Luís Salvaterra.

«Muitas empresas estão a trabalhar no sentido de garantir a sua sobrevivência, uma vez que foram forçadas a fechar rapidamente devido às medidas aplicadas pelo governo após a pandemia da COVID-19»,  acrescenta.

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