Energias renováveis e hidrogénio verde vão criar 160 mil novos empregos até 2030

A Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN) acredita que a implementação do Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC) e do Roteiro para a Neutralidade Carbónica, associados agora à Estratégia Nacional para o Hidrogénio (EN-H2), vai permitir criar até 160 mil novos postos de trabalho em Portugal até 2030, revela o Dinheiro Vivo.

 

A publicação revela que esta estimativa se baseia num estudo que a associação fez com a Deloitte, o ano passado, e que concluiu que, só na área das renováveis, tinham sido criados mais de 41 mil empregos entre 2014 e 2018 e que, até 2030, o emprego iria mais do que triplicar, somando 120 mil aos já existentes. Números que não incluíam, ainda, a Estratégia para o Hidrogénio. O presidente da APRE, Pedro Amaral Jorge acredita agora que o número de novos empregos possa superar os 160 mil. «Pelo menos», afiança.

Em causa está a capacidade de Portugal captar qualquer coisa como 30 mil milhões de euros, na próxima década, para tornar realidade as metas do PNEC e da Estratégia para o Hidrogénio, a que se juntam os 750 mil milhões de euros que Portugal irá receber do fundo de recuperação.

«Vamos ter acesso a financiamentos para estas áreas como nunca antes tivemos. O crescimento de Portugal nos próximos 10 anos passa pela electricidade renovável. É um sector absolutamente incontornável no plano de recuperação económica pos-covid», diz Pedro Amaral Jorge, que falava ao Dinheiro Vivo a propósito da Portugal Renewable Energy Summit 2020, a conferência anual da APREN que decorre hoje e amanhã na Culturgest. «A eletricidade renovável no centro da descarbonização» foi o tema escolhido para este ano.

Em discussão estarão temas como o Green Deal Europeu, a Estratégia de Hidrogénio Verde e os principais desafios das energias renováveis em Portugal e na Península Ibérica, entre outros, tendo no painel de oradores nomes como Kadri Simson, Comissária Europeia da Energia, João Pedro Matos Fernandes, Ministro do Ambiente e Acção Climática e João Galamba, Secretário de Estado da Energia, além dos responsáveis das principais associações europeias e dos CEO das maiores elétricas nacionais, entre outros. António Costa Silva, autor da visão estratégica que servirá de base ao Plano de Recuperação e Resiliência, é outro dos confirmados.

Para o presidente da APREN, as renováveis, e em especial a energia solar, são uma aposta que tem a capacidade de tornar Portugal um país “energeticamente rico”, promovendo um “crescimento sustentado da economia”. E que se torna ainda mais premente com a pandemia e o turismo ‘congelado’, permitindo que energias renováveis se assumam como “o novo vetor de crescimento” e que, ainda por cima, “está muito suportado pelas políticas da Comissão Europeia e alinhado com os apoios” do próximo quadro comunitário, designadamente do Green Deal.

Ler Mais