Entrevista: O valor da motivação

Para a Novabase o grande desafio de employer branding é o dia-a-dia e o trabalho quotidiano em centenas de projectos. É criar as condições para que a experiência de trabalho cumpra a promessa da visão também para os colaboradores.

«O talento é a capacidade de ter impacto. Ou o talento tem que se transformar em impacto, porque se não tiver impacto não é
talento. É, talvez, potencial. Além disso, há muitos talentos diferentes», refere em entrevista Manuel Beja, head of People
& Organization da Novabase. Na empresa tecnológica entende-se que os talentos são mais felizes e atingem mais facilmente feitos extraordinários com outros talentos, nos dois sentidos, pois tudo é mais simples em equipa. Deste ponto de vista, para a Novabase o talento nunca é singular, é sempre uma palavra que só se utiliza no plural.

Que traços identifica como principais na Novabase enquanto “employer brand”?

Para conseguirmos entregar a proposta às nossas equipas, temos que ser um espaço de realização pela aprendizagem e crescimento. Estamos a trabalhar para ter uma cultura em que o que domina são os comportamentos construtivos, de apoio mútuo e de influência positiva pelos pares e termos um espaço onde nos divertimos
com o trabalho que fazemos, em que nos desenvolvemos e experimentamos coisas novas. Essencialmente são estes traços, ou seja, o tema da realização pelo crescimento e aprendizagem. A Novabase como escola é o traço mais distintivo de employer branding. Depois há o traço da inovação, o fazermos coisas diferentes.

E o que é essencial para reter e cativar os
melhores talentos do mercado?

As pessoas mantêm-se nas empresas enquanto acreditarem que estão no sítio certo para realizar as suas aspirações. As motivações que têm são intrínsecas e extrínsecas. O trabalho que nós fazemos
enquanto alguém que ajuda as pessoas a serem melhores líderes é ajudá-los a criar um espaço e um ambiente onde as pessoas
realizem essas aspirações.

Que acções têm sido desenvolvidas pela Novabase enquanto Employer Brand?

Estamos a lançar o “Leadership Statements” que descreve os comportamentos expectáveis para toda a Novabase. Há um lema base que tem quatro princípios: confia e sê confiável, o crescimento
dos outros começa pelo meu, grandes equipas são melhores do que indivíduos e “happy people do it better” – cria ambientes positivos. Neste momento de Employer Brand destaco três acções: o Novabase campus, desenvolvimento de competências das nossas equipas, através de um programa transversal, focado nas competências comportamentais; do ponto de vista de recrutamento o Novabase Academy, programa de integração de jovens recém-graduados; o “Leadership Gym”, programa que permite às chefias
crescer e ajudar as suas equipas a crescer.

Vão buscar talentos às faculdades?

Temos relações próximas com as principais universidades em Portugal, e levamos o roadshow da Novabase Academy aos
seus campus.

Nos recém-graduados consideramos que as capacidades técnicas e analíticas são necessárias mas não suficientes. Os candidatos que fazem a diferença são os que aliam as hard skills à curiosidade intelectual, diversidade de experiências e interesses pessoais, capacidade de relacionamento e vontade de contribuir para
criar o ambiente de trabalho que deseja. Há duas mensagens que costumo passar: a ideia da responsabilidade de cada um no ambiente de trabalho onde está e a importância do feedback, pois só crescemos com o feedback dos outros, e ele só existe se for dado, for pedido e
for recebido.

Como se traduz o espírito da Novabase?

A cultura da Novabase é essencialmente de realização, e esta passa por práticas como o reconhecimento, o feedback e o feedforward, o espaço de crescimento, o preocupar-se com as relações que se
estabelecem, a responsabilidade na criação do ambiente onde se trabalha como um espaço de experimentação. Se isto acontece sempre? Não, numa organização com mais de 2500 pessoas,
nada acontece sempre.

O trabalho que as lideranças têm de fazer é garantir que isto acontece 80 ou 90% das vezes. É isso que dá consistência à marca.

Estão a fazer recrutamento?

Estamos permanentemente em recrutamento. De recém-licenciados e mestres recrutamos de 100 a 200 pessoas por ano através do programa “Novabase Academy”, e estimo que a Novabase Academy
seja normalmente cerca de um quarto ou um terço do recrutamento total. Há alguns anos começámos a recrutar pessoas de ciências biomédicas e outras áreas. Tipicamente sabem pouco sobre sistemas de informação. No entanto, têm as capacidades analíticas para aprender depressa e algumas delas têm as soft skills que descrevi. E aí encontrámos uma nova fonte de recrutamento. A visão de marca da Novabase é “simpler” e “happier”. Queremos utilizar a tecnologia para fazer a vida das pessoas mais simples e mais feliz.

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