Entrevista Rita Xavier, Marsh McLennan Portugal: Três negócios, uma cultura

Mercer, Marsh e Guy Carpenter compõem o grupo Marsh McLennan Portugal. Actualmente num processo de transformação em que querem aumentar o espírito de “One Enterprise”, é precisamente essa uma das prioridades que Rita Xavier assumiu enquanto head of People: «trabalhar no reforço de uma cultura coesa, inclusiva, vibrante, forte e alicerçada nas valências do Grupo».

 

Por Ana Leonor Martins | Fotos Nuno Carrancho

 

Não obstante a prioridade assumida de reforçar a cultura de grupo da Marsh McLennan Portugal, foi precisamente a cultura que mais impressionou Rita Xavier quando assumiu funções há pouco mais de dois meses – «a cultura de proximidade, humana, de valorização do outro, de reconhecimento e de celebração» – e ainda em contexto de pandemia, por isso sem todas as pessoas na empresa. Um dos desafios actualmente passa precisamente pela adopção de um modelo híbrido, porque «o mercado de trabalho mudou com a pandemia» e outro grande desafio – e absolutamente fulcral – é a atracção e retenção de talento. Assim, a estratégia de People está ser delineada com quatro prioridades de actuação: liderança, employer brand, cultura e alinhamento de políticas/práticas de Recursos Humanos.

De forma mais global, Rita Xavier acredita que o grande desafio para a Gestão de Pessoas em 2022 vai passar por, «depois da ênfase na produtividade, optimização de custos de pessoal, suporte na adopção de tecnologia e processos, voltar a humanizar a função.»

 

Estava há sete anos no sector tecnológico quando aceitou o desafio de vir liderar a área de Pessoas no Grupo Marsh McLennan Portugal. O que motivou esta mudança?
Sou uma pessoa de pessoas, motivada por desafios e não por indústrias ou sectores. E foi exactamente isso que motivou a minha decisão. Depois de concluída a mudança cultural, bem como a aquisição da Alcatel-Lucent Portugal, senti que necessitava de algo mais. O desafio do Grupo Marsh McLennan apareceu como uma excelente oportunidade de fazer parte de um processo de transformação positivo, e de reforço de uma cultura de grupo, o que é muito estimulante.

Não vou reinventar a roda, até porque existe um trabalho extraordinário realizado em cada empresa do grupo. Contudo, muitas das iniciativas eram focadas nas necessidades das equipas por empresa e menos como um grupo. O meu desafio e da minha equipa será trabalhar com uma premissa de grupo, onde estão incluídas as equipas da Mercer, Marsh e Guy Carpenter em Portugal.

 

Nestes cerca de dois meses o que mais a “impressionou”?
Já conhecia a Mercer e a Marsh no papel de cliente. Mas quando assumi funções, o que mais me impressionou foi a cultura de proximidade, humana, de valorização do outro, de reconhecimento e de celebração. Já trabalhei em várias empresas e nunca tinha experienciado este espírito, em todos os níveis das empresas do grupo.

 

Ter assumido funções em contexto ainda de pandemia está a trazer desafios adicionais?
Sim, sem dúvida que torna o processo de aprendizagem mais demorado. Já percebi que o Grupo Marsh McLennan é um mundo, e não quero ter a pretensão de saber tudo nos primeiros meses. Há uma grande necessidade de gerir prioridades. Mas, desde o primeiro dia, sinto um apoio e disponibilidade incondicional do nosso CEO, das equipas de liderança e, o mais importante, da minha equipa, que tem sido incansável para acelerar a minha integração. Mesmo sem pandemia, não me parece que o processo de integração fosse “calmo”. Outros desafios existiriam de certeza.

 

O que lhe foi pedido, enquanto nova responsável pela área de Pessoas?
Estamos num processo de transformação do Grupo, em que queremos aumentar o espírito de “One Enterprise”. Existem quatro negócios, muito bem representados pelas marcas Mercer, Marsh, Guy Carpenter e Oliver Wyman – este sem presença em Portugal –, e estamos conscientes de que existe ainda um grande caminho a percorrer para consolidar uma cultura de grupo.

É aqui que entro e que acredito que vou acrescentar valor. O que me foi pedido foi exactamente trabalhar no reforço de uma cultura coesa, inclusiva, vibrante, forte e alicerçada nas valências que temos enquanto Grupo. Aliado a isso, reinventar a função de Pessoas no País. Em 2019, foi dado um grande passo para esta consolidação, com a passagem para o novo escritório de Lisboa. Deixou-se de dividir o espaço com outras empresas. A Gestão de Pessoas estar dividida por empresa também não promovia o que pretendemos hoje, e isso já não acontece. Foram passos importante para reforçar o espírito de grupo.

 

Gerir pessoas vindas de culturas, ainda assim, diferentes traz desafios acrescidos
Sem dúvida. Embora os vários negócios estejam debaixo do mesmo “chapéu” do grupo, pelas especificidades de cada um, é natural que existam realidades muito diferentes. Não queremos eliminar essas especificidades, mas consolidar valências e criar uma cultura de grupo.

Leia a entrevista na íntegra na edição de Dezembro (nº.132)  da Human Resources, nas bancas.

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