Equilíbrio entre a vida pessoal e profissional: como lá chegar ?

Encontrar o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional não é fácil, sobretudo para quem tem filhos ou pais com perda de autonomia. Esta é uma temática que a Sodexo tem procurado estudar para encontrar as melhores respostas.

 

Num mundo conectado 24/7, onde ao turbilhão das vidas privadas se junta o ritmo acelerado do escritório, o equilíbrio entre trabalho e lazer é frequentemente o grande perdedor e, com ele, o desempenho dos colaboradores. Uma das questões que hoje em dia se colocam às empresas é qual o papel dos empregadores na melhoria deste problema.
Este tema assume grande relevância para os colaboradores e, com ele, surge o tema da flexibilidade. De acordo com cerca de metade dos directores de Recursos Humanos inquiridos em diferentes estudos, a flexibilidade dos horários de trabalho tornou-se uma ferramenta de recrutamento por si só. Nos Estados Unidos, a maioria dos quadros considera que a flexibilidade é um factor de envolvimento (60%), de motivação (57%) e de satisfação (68%)2.
Segundo uma recente sondagem da Sodexo – Consumer Research Report -, 90% dos colaboradores aspiram a passar mais tempo fora do seu local de trabalho, enquanto o estudo Sodexo Benefits & Rewards relata que a melhoria do equilíbrio vida profissional/ vida privada ocupa o segundo lugar nas suas prioridades. Os que têm mais dificuldades nesse equilíbrio são os menos envolvidos e menos produtivos no trabalho.

Principais problemas
As causas possíveis para a falta de equilíbrio entre a vida pessoa e profissional são múltiplas, algumas pontuais outras duradouras: uma criança com febre ou problemas de saúde de pais idosos, por exemplo, situações que a «geração sanduíche» conhece bem.
Em paralelo, temos as famílias monoparentais, divórcios e responsabilidades nem sempre bem partilhadas. E no trabalho, a pressão também se faz sentir.
Para muitos colaboradores, a carga de trabalho vai aumentando e passa para as noites e fins-de-semana, em grande parte imiscuindo-se através de mensagens nos smartphones. Numa economia globalizada, onde a redução de custos é muitas vezes uma prioridade, os colaboradores podem ver-se forçados a trabalhar a trabalhar mais para produzir mais, com menos recursos, o que provoca stress e uma variedade de riscos psicosociais, como o burn-out e depressão.

Como mitigar estes problemas?
Os colaboradores podem agir em várias frentes. O ritmo e a complexidade da vida moderna são, antes de mais, problemas da sociedade, ainda assim, o empregador pode agir a, um primeiro nível, oferecendo um quadro laboral agradável e, a um segundo nível, ajudar através de um conjunto de soluções: apoio na guarda das crianças, assistência aos idosos, apoio financeiro ou flexibilidade dos horários de trabalho.
Pode ainda ir-se mais longe e, a um terceiro nível, desenvolver iniciativas baseadas no bem-estar, através de programas de saúde e de forma física, plataformas de reconhecimento e motivação, programas de assistência aos colaboradores e apoio à formação e ao desenvolvimento.

Perfis dos colaboradores
Um estudo internacional da Sodexo identificou quatro grupos distintos de colaboradores. O colaborador com perfil «pragmático» já tem alguma idade, não tem filhos e trabalha numa grande empresa. Nesta categoria, o salário é o critério mais importante. O perfil «idealista» caracteriza um colaborador que aspira a realizar-se: é mais jovem, trabalha de preferência numa startup e o salário não é para ele uma motivação central. O perfil do «equilibrista» procura equilibrar a vida privada e a vida profissional, enquanto que o perfil dos que « trabalham para viver» engloba colaboradores em geral mais novos, que aspiram a fundar uma família e não se sentem verdadeiramente envolvidos nos objectivos da empresa.
É importante identificar os diferentes modos de vida e as necessidades destes grupos e propor uma resposta adaptada a cada um.

Benefícios
Os benefícios do equilíbrio entre a vida pessoa e profissional são: Um estudo desenvolvido pela Sodexo em sete países revela que 89 % dos dirigentes de PMEs questionados verificaram ganhos de produtividade e de eficácia depois de terem tomado medidas destinadas a simplificar o quotidiano do seu pessoal. Ao mesmo tempo, 88% dos inquiridos consideravam que a sua empresa tinha melhorado a reputação, 82% que o recrutamento ficou mais fácil e 74% que o seu volume de negócios tinha aumentado.
Estas iniciativas têm também um efeito muito positivo sobre a taxa de rotatividade do pessoal e dos custos que lhe estão associados. Num estudo conduzido pelo Hay Group, mais de 25% dos colaboradores que não beneficiavam de nenhuma ajuda na matéria pensavam deixar a empresa nos próximos dois anos, contra 17% dos que se sentiam acompanhados.

Segundo um inquérito conduzido pela Sodexo em cinco países, o equilíbrio vida profissional e a vida privada é o segundo aspecto mais importante de um emprego.

 

Artigo publicado na edição de Novembro da Human Resources.

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